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Sthefany Brito prepara seus pets para chegada de bebê; veja como lidar

Sthefany Brito, grávida de seis meses, e seus cachorros - Reprodução/Instagram
Sthefany Brito, grávida de seis meses, e seus cachorros Imagem: Reprodução/Instagram

Taís Ilhéu

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/09/2020 12h00

Fotos dos dois bulldogs de Sthefany Brito próximos de sua barriga de seis meses de gestação dominam o feed do Instagram da atriz. Desde que descobriu que estava grávida, Sthefany faz postagens sobre seus pets estarem ganhando um novo irmão e demonstra sua preocupação em incluí-los na nova fase. Chegou até a relatar que um deles, London, se afastou no início da gravidez e só depois de um período de resistência começou a aproximar-se da barriga e aceitar a novidade.

Será q tem dois meninos curiosos pra conhecer o irmão mais novo???

Uma publicação compartilhada por Sthefany Brito (@sthefanybrito) em

A preocupação da atriz não é nada incomum e muitos pais de primeira viagem - mas que já são pais de pets - perguntam-se sobre como fazer essa adaptação da melhor forma possível. Além da preocupação em assegurar a integridade física do bebê, a atenção sobre o bem-estar do animal também deve ser constante, já que quanto mais ele se sentir acolhido, melhores as chances de aceitar bem a chegada de um novo membro na família, como explica a psicóloga Ana Beatriz Rocha.

Um dos conselhos da profissional é que esse contato comece desde a gestação, como fez Sthefany Brito, permitindo que o pet se aproxime e cheire a barriga, participando do momento: "eles observam que existe uma mudança e isolá-los vai ser pior ainda".

Com a chegada do bebê, Ana Beatriz aconselha que os pais continuem incentivando uma interação muito cuidadosa e que não seja brusca, mas que permita com que o animal continue sentindo-se parte da família. Em alguns casos, destaca, os donos sentem-se mais confortáveis buscando a ajuda de um profissional em comportamento animal, como um adestrador.

É o que recomenda também o médico veterinário Marcelo Quinzani. Ele afirma que esses profissionais podem auxiliar na preparação do pet nos meses que antecedem a chegada do bebê, apresentando as novidades na casa como mobília e o enxoval da criança e ajudando o animal a associá-las sempre com carinho e recompensas. "Uns dois meses antes do nascimento, já inicie as mudanças da sua rotina que irão acontecer com a chegada do bebê", orienta o veterinário, apontando que para cachorros comandos como "senta" e "fique" podem ser úteis nessa nova fase e precisam ser introduzidos com antecedência.

O importante, destaca a psicóloga Ana Beatriz, é ter paciência, já que trata-se de uma mudança importante e que interfere na vida de todos na casa, inclusive na do bichinho de estimação.

Os animais, afinal, sentem ciúmes do bebê?

Ciúmes não. O que os bichinhos sentem é algo mais próximo de insegurança, instinto de autoproteção e repulsa a um possível "intruso". No caso dos cachorros, explica Quinzani, é comum que eles instituam um ritual de aprovação a um novo membro na família, seja ele um humano ou outro animal, e a aprovação imediata ou resistência depende de diversos fatores como a idade do cão e sua posição na "escala hierárquica da família".

No caso dos gatos, animais de hábitos mais solitários, é possível afirmar que a chegada do novo morador causa sentimentos como medo, insegurança e espanto. "Quando você traz um novo bebê para dentro de casa, traz também novos sons, cheiros, imagens e mudanças de comportamentos e limites e isso gera muita insegurança aos pets", afirma o veterinário. Segundo ele, a situação se agrava mais se até então eles eram os "filhos únicos" da casa.

Por isso, é preciso estar atento às mudanças de comportamento dos bichinhos para acolhê-los caso estejam se sentindo excluídos. Isolamento, agressividade e mudanças bruscas de comportamento, como parar de comer ou latir demais, são sinais de insegurança. Além disso, o veterinário relata que é muito comum que os animais passem a fazer marcação de território com xixi nas roupas e objetos do bebê.

Por que as crianças só tem a ganhar com a companhia de um bicho de estimação

Crescer com um bichinho de estimação traz benefícios físicos e emocionais para as crianças, e existem diversos profissionais e pesquisas ao redor do mundo discutindo o assunto. A própria Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) listou alguns desses benefícios, como o desenvolvimento de empatia e da habilidade de comunicação não verbal. Segundo a psicóloga Ana Beatriz, a noção de empatia se dá pelo fato de que a criança aprende que não deve machucar o animal e precisa respeitá-lo e, consequentemente, estende essa noção também para outras pessoas. "Trata-se de uma noção social do outro que muitas vezes crianças que não tem animais em casa demoram mais para desenvolver", explica.

Além disso, Ana Beatriz destaca também a melhoria no desenvolvimento de atividades motoras, citando como exemplo o fato de que muitas crianças sentem-se estimuladas a engatinhar quando observam o pet, que é quadrúpede, caminhando. O estímulo de atividades táteis, como o carinho, também é importante. A SBP explica que a relação de crianças com animais faz com que elas tentem realizar uma mesma atividade várias vezes, e que por isso aperfeiçoam suas habilidades motoras e ainda se exercitam.

Por fim, uma outra preocupação que assombra os pais é o medo de que os bebês desenvolvam algum tipo de alergia pelo contato dos animais. E, neste quesito, a tendência parece ser exatamente a contrária!

Um estudo da Universidade de Gothenburg, na Suécia, analisou duas pesquisas feitas com crianças que tinham ou não animais em casa para entender a propensão a desenvolver alergias. Uma delas, que acompanhou 249 recém-nascidos por oito anos, concluiu que 48% das crianças que não tiveram contato com animais de estimação no primeiro ano de vida apresentaram alguma alergia. Para as que tiveram contato nesse período, o número cai para 35%, e para as que tiveram contato com mais de um animal a incidência de alergias foi de 21%. A conclusão foi que a convivência com animais, na verdade, estimula a produção de anticorpos e, em regra, torna as crianças mais protegidas contra alergias.

É claro que existem exceções, como bebês que nascem com predisposição a ter alergia de proteínas presentes na saliva ou no pelo do animal, por exemplo. Por isso, é aconselhado que esse contato seja gradual para garantir a segurança da criança e, caso necessário, que seja consultado um médico especialista.

Além disso, também é importante cuidar da saúde do animal com banhos na frequência correta, vermifugação, vacinação e controle para evitar pulgas e carrapatos, assegurando que toda a família - inclusive o pet - fique em segurança!