Com alopecia, ela perdeu cabelo e até cílios, mas aceitou: 'É só um pelo'
A lash designer Géssica Rosina Mallmann, 19, foi diagnosticada com alopecia areata há oito anos, mas os primeiros sinais da doença começaram quando ela tinha apenas sete anos.
Hoje ela já perdeu quase todos os fios de cabelo e os cílios e tenta lidar com a doença de forma leve. A VivaBem, ela conta sua história:
Tudo começou com pequenas falhas
"Quando eu tinha uns sete anos, meus pais perceberam que tinha uma falha pequenininha no meu cabelo, próximo à nuca. Eles imaginaram que poderia ser algo simples como dermatite e me levaram ao médico.
Fiz alguns tratamentos, mas a falha não desaparecia. Foi então que começamos a buscar outros médicos que pudessem explicar aquela situação.
Na época, eu morava em Boqueirão do Leão, uma cidade bem pequena do Rio Grande do Sul, e começamos a ir a médicos em Porto Alegre, onde tinham mais recursos.
Entre 2012 até 2016, ficamos nesse processo de consultas e tratamentos, porque quando eu tomava medicamentos, melhorava a falha e ela diminuía, mas quando eu parava, ela voltava.
Nesse processo de procurar respostas e ir a vários médicos, chegamos até uma dermatologista, que finalmente conseguiu fechar meu diagnostico: eu tinha alopecia areata, uma doença autoimune que causa a queda dos cabelos e outros pelos.
O diagnóstico me pegou de surpresa e fiquei um tempo sem conseguir processar tudo o que poderia acontecer. Comecei a fazer tratamento com medicamentos com corticoide e acabei engordando muito, então a doença passou a afetar a minha autoestima.
Além disso, o tratamento faz com que os fios demorem um pouco mais para cair, mas ele não impede que eu fique careca. Hoje em dia, eu já perdi quase todo meu cabelo e em algumas partes do meu corpo eu não tenho mais pelos, como os cílios.
Não tem nada ao meu alcance que eu possa fazer para brecar a doença.
Hoje eu aceitei, e falar sobre ela não é algo que me incomode. Também não me dá mais vergonha. Não deixo de sair, de me arrumar ou de fazer o que tenho vontade.
Eu coloquei na minha cabeça que é só um cabelo, é só um pelo que está caindo do meu corpo. Eu não vou deixar de viver por causa disso.
Sempre gostei de fotos e de gravar vídeos nas redes sociais e passei a compartilhar sobre minha doença na internet para tirar as dúvidas das pessoas sobre a alopecia areata e também para encorajar outras mulheres a encará-la de frente.
É uma doença que mexe muito com o nosso emocional e precisamos ser fortes."
@gehmallmann #alopecia #aloperciaareata #doencasraras #doencaautoimune #quedadecabelo #tratamentocapilar ♬ som original - Géssica Mallmann
O que é a alopecia areata
Doença inflamatória e autoimune. O sistema imunológico ataca as áreas de formação de pelo, principalmente o couro cabeludo. Causa queda de cabelo geralmente abrupta e em formato circular, deixando pequenas falhas.
Em casos graves, pode afetar todo o couro cabeludo. Também pode atingir outros pelos do corpo como sobrancelhas e cílios.
Não é contagiosa. Fatores genéticos, estresse e infecção podem estar relacionados a ela. Em geral, a alopecia areata pode afetar pessoas de ambos os sexos e pode se manifestar em qualquer idade.
Quando suspeitar? Segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), é comum que se perca, em média, cem fios de cabelo por dia, mas quando os fios caem em quantidade maior, é considerado queda e é importante buscar ajuda profissional.
Diagnóstico da alopecia areata é clínico. É feito através de exame físico. No entanto, em casos mais graves, uma biópsia de pele pode ser feita para descartar outras doenças.
Fontes: Isis Veronez Minami, dermatologista do Hospital Edmundo Vasconcelos; Larissa Montanhiero Calimam, dermatologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Diego Silva, dermatologista pelo Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual) de São Paulo e responsável pelo ambulatório de tricologia da residência médica do Iamspe.
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