Salmão ou tilápia: qual peixe é mais nutritivo e tem mais ômega 3?
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Incluir regularmente peixes na dieta oferece diversos nutrientes importantes para o organismo. Na hora de escolher, duas opções costumam se destacar: salmão e tilápia. A diferença de preço pesa na hora da seleção, já que o primeiro costuma ser bem mais caro, mas será que os benefícios à saúde também são tão diferentes assim?
De acordo os especialistas consultados pelo VivaBem, ambos podem ser considerados alimentos saudáveis e nutritivos. Mas o salmão possui quantidades maiores de nutrientes por porção, o que o torna o campeão da disputa.
O peixe de carne alaranjada tem mais calorias — em 100 g há 222 kcal, enquanto a tilápia contém 107 kcal —, mas apesar de ser um alimento mais gorduroso, ele oferece gorduras consideradas boas para a saúde.
O principal nutriente do salmão é o ômega 3, um tipo de gordura considerada essencial para o organismo e obtida apenas com o consumo de alguns alimentos. "Há evidências científicas que o ácido graxo ômega 3 apresenta melhoria no equilíbrio dos hormônios e neurotransmissores cerebrais. Por isso, contribui com a prevenção de demências", destaca Suellen Bley Vieira, nutricionista.
Mas isso não quer dizer tilápia deva ser excluída da dieta. Além de ser mais barata (seu preço pode chegar a ser 30% mais barato), ela tem menos gorduras no geral. Por isso, o ideal é variar no consumo para obter os benefícios. "Ambos são saudáveis e podem ser consumidos com regularidade. A tilápia tem menos gorduras, sendo uma ótima opção para quem quer perder peso e ainda quer obter todos os benefícios do peixe. Mas o salmão também é uma ótima fonte de nutrientes e deve fazer parte da dieta", diz Durval Ribas Filho, presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia).
Comparada com o salmão, a tilápia contém bem menos ômega 3, mas ainda oferece o nutriente em pequenas quantidades por porção. A nutricionista Irene Coutinho explica que o consumo de peixes, mesmo os com menores quantidades desse tipo de gordura (ômega 3), é recomendado. "Eles são importantes fontes de proteínas, vitaminas e minerais, especialmente o cálcio e vitamina D, que ajudam na manutenção da saúde óssea", explica.
Quanto à proteína, ambos os peixes praticamente empatam na quantidade: o salmão contém 23,9 g e a tilápia, 22,2 g.
Quantidade recomendada e como consumir

A recomendação é consumir cerca de uma porção (100 a 140 g) de peixe duas a três vezes por semana. Em algumas regiões do país, essas quantidades são maiores, mas não há problema em consumi-los todos os dias.
"Os peixes são alimentos saudáveis. Tanto que não existem efetivamente trabalhos científicos mostrando que a ingestão em excesso seria prejudicial à saúde, como ocorre com a carne vermelha e os embutidos, por exemplo", destaca Ribas Filho.
Há diversas formas de preparo dos peixes, mas o ideal é evitar cozinhar por muito tempo e optar pelas preparações no vapor, grelhadas ou consumir cru. O peixe frito e empanado não é considerado saudável devido às grandes quantidades de óleo e gorduras saturadas. Por isso, é melhor consumir dessa forma com moderação.
Riscos de consumo
É muito importante se atentar para a procedência do peixe na hora da compra. De acordo com Coutinho, a quantidade de ácidos graxos insaturados em cada peixe sofre interferência do local de cativeiro e qual o tipo de ração que o animal recebe.
Além disso, é preciso ficar de olho em algumas características do peixe antes de comprar: vale verificar o brilho dos olhos, as guelras devem apresentar uma cor que varia entre rosa e vermelho, as escamas devem estar unidas e brilhantes e o odor deve ser característico, mas não repugnante. A pele deve estar firme, úmida e sem manchas.
Além disso, se optar pelos congelados, assegure-se de que a embalagem esteja intacta e armazenada em um ambiente com temperatura adequada, para evitar o risco de contaminação. É preciso também olhar a data de validade.
A seguir, veja as propriedades nutricionais dos alimentos (100 g) grelhados, sem óleo ou sal, para comparação:
Calorias
- Salmão: 222 kcal
- Tilápia: 107 kcal
Proteínas
- Salmão: 23,9 g
- Tilápia: 22,2g
Ácidos graxos poli-insaturados
- Salmão: 6,97g
- Tilápia: 0,44 g
Cálcio
- Salmão: 28,8 mg
- Tilápia: 11,7 mg
Ferro
- Salmão: 0,54 mg
- Tilápia: 0,65 mg
Magnésio
- Salmão: 27,8 mg
- Tilápia: 31,3 mg
Fósforo
- Salmão: 299 mg
- Tilápia: 197 mg
Potássio
- Salmão: 383 mg
- Tilápia: 350 mg
Zinco
- Salmão: 0,56 mg
- Tilápia: 0,38 mg
Vitamina D
- Salmão: 4,04 mcg
- Tilápia: 3,40 mcg
Vitamina E
- Salmão: 2,10 mg
- Tilápia: 0,49 mg
Vitamina B12
- Salmão: 1,86 mcg
- Tilápia: 1,65 mcg
Referência: TBCA (Tabela Brasileira de Composição de Alimentos).
*Com informações de reportagem publicada em 10/02/2021
17 comentários
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Silvio Luiz de Oliveira
Esta reportagem está boa, mas poderia ser bem melhor, se incluisse outros tipos de peixes bem consumidos pela população. Ainda dá tempo.
Angela Merici Grzybowski
Eu sou mais a sardinha, que inclusive ainda é um peixe barato.
Joao Orestes Schneider Santos
O salmão que se come no Brasil (mais de 95%), é salmão de criadouros artificiais e, NÃO TEM NADA DE ÔMEGA 3!