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O que acontece com o corpo ao parar de tomar Ozempic? Há reganho de peso?

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Imagem: Divulgação

Do VivaBem, em São Paulo

17/05/2023 04h00

O Ozempic, remédio usado para tratar o diabetes tipo 2, ganhou destaque no mundo todo pelo sucesso também no emagrecimento. Passou a ser usado em pacientes obesos —maneira de prescrição chamada off label, sem a indicação original da bula— e não demorou para virar alternativa também à perda de peso estética, já que pode ser comprado sem receita.

Ozempic: os efeitos e os riscos do remédio que emagrece e virou mania

O principal estudo sobre a semaglutida, o princípio ativo do Ozempic, mostrou que pessoas obesas perdem 14,9% do peso total com o uso. No entanto, a pesquisa considerou doses semanais de 2,4 mg da substância, valor referente ao Wegovy, e não ao Ozempic. O Wegovy, desenvolvido para tratar a obesidade e já aprovado pela Anvisa, ainda não tem data para ser vendido no Brasil. Já o Ozempic tem três doses disponíveis: 0,25 mg, 0,50 mg e 1 mg.

Uma das fases do estudo ainda comparou os resultados das duas medicações na perda de peso de pessoas com diabetes tipo 2, que naturalmente perdem menos quilos. Quem aplicou 2,4 mg de semaglutida por semana perdeu, em média, 9,64% do peso total; enquanto aqueles que receberam 1 mg perderam 6,99%.

O que acontece quando a pessoa deixa de usar o Ozempic?

Apetite volta ao normal. Sem a semaglutida, o impulso para diminuir o apetite cessa e as respostas de saciedade voltam ao normal entre semanas e meses.

Tendência é do peso voltar. O tratamento com o Ozempic é feito em conjunto com mudança de alimentação e prática de exercícios físicos, principalmente. Se a pessoa não ajustou esses hábitos, a tendência é que retome a dieta pouco saudável que a fez engordar e ganhe peso.

Karin Conde-Knape, vice-presidente sênior de descoberta global de medicamentos da Novo Nordisk, laboratório que produz as medicações à base de semaglutida, afirmou em entrevista à CNBC que quem tomou Wegovy levou até cinco anos para recuperar o peso perdido após parar o remédio. O principal estudo apontou que um ano após o fim da medicação os participantes recuperaram em média dois terços do peso com tendência de alta.

Mas então ajuda no tratamento?

Sim, ajuda. Remédios como o Ozempic e o Wegovy são considerados revolucionários para o tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade, respectivamente.

Mas é importante entender que diabetes e obesidade são doenças crônicas. Isso expõe a necessidade de tratamento a longo prazo, por isso a ideia de que o uso dos remédios à base de semaglutida será pelo resto da vida.

Os resultados confirmam a cronicidade da obesidade e sugerem que o tratamento contínuo é necessário para manter as melhorias no peso e na saúde. Escreveu a equipe médica em um dos estudos do Wegovy

Tem pessoas que não podem tomar Ozempic?

Sim, o uso está vetado para:

  • Grávidas e lactantes;
  • Menores de 18 anos;
  • Quem tem problemas de fígado ou rins;
  • Histórico de retinopatia;
  • Quem tem diabetes tipo 1;
  • Quem tem cetoacidose diabética (descompensação da glicemia, em que o açúcar no sangue está muito alto e as substâncias ácidas, chamadas cetonas, atingem níveis perigosos no organismo);
  • Quem tem pancreatite;
  • Quem já teve câncer medular de tireoide ou tem casos na família;
  • Pessoas alérgicas à semaglutida ou outros componentes do remédio.

E tem riscos usar sem orientação médica?

Sim. O rótulo da medicação indica a necessidade de prescrição médica. Sem orientação, a pessoa pode errar as doses, além de sofrer com mais efeitos colaterais.

Quem faz o uso estético sem indicação também pode perder massa magra e mascarar transtornos de imagem e/ou alimentares.

Segundo médicos consultados por VivaBem, há ainda o risco de se desenvolver uma dependência psicológica (não da medicação em si) e acreditar que não vá mais emagrecer sem o remédio.