No intercâmbio com 43 anos te digo: não há prazo para investir em si mesma

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Primeira coluna do ano e escrevo para vocês com aquele friozinho na barriga e muito orgulho, direto da Flórida, nos Estados Unidos!
Em 2024, fiz uma promessa a mim mesma: realizar um curso no exterior para aprimorar meu inglês, me desafiar em um ambiente multicultural e viver algo que me tirasse da zona de conforto. E cá estou eu, aos 43 anos, sentada em uma sala de aula nos Estados Unidos, estudando inovação na Flórida Atlantic University, em parceria com a IBS Americas.
A gente sabe que a busca por aprendizado e crescimento não tem prazo de validade. Mas, confesso, não é todo dia que você olha para os lados e percebe que seus colegas têm a idade do seu filho.
Para viver essa experiência, abracei uma lição preciosa do candomblé. No axé, reverenciamos o Orixá Tempo, ou Iroko, que nos ensina que cada momento tem um propósito. O tempo, minha gente, é uma dança. Ele escapa, ele volta, ele avança, mas, acima de tudo, ele nos convida a agir e não esquecer que nunca é tarde para crescer, aprender e se reinventar.
E olha que não sou só eu pensando assim. O mercado de intercâmbio anda cheio de mulheres com mais de 40 anos ocupando esses espaços. De acordo com a Brazilian Educational & Language Travel Association, a procura por programas para quem tem entre 40 e 59 anos cresceu mais de 11% no último ano. Mulheres que já viveram a correria de criar filhos, estabelecer carreiras e agora se permitem priorizar os próprios sonhos. Yasss, ladies! We can. (Isso aí, mulheres! Nós podemos.).
Estou na minha segunda semana de aulas e, antes de começar, eu pensava: "Será que vou dar conta de entender tudo, me expressar, acompanhar?" Eu já tinha feito intercâmbio para aprender inglês alguns anos antes, mas estudar inovação, com conceitos complexos, em uma língua que não é sua? Tem sido bastante desafiador.
Nos primeiros dias, eu saía da sala com a cabeça latejando. Parecia que meu cérebro tinha passado duas horas na academia levantando pesos gigantes. Mas aí, veio a virada: cada feedback positivo, cada atividade bem feita, cada "Great job!" do professor me enche de energia e renova a vontade de estar ali. E eu não sei você, mas eu sinto um tesão de aprender que é difícil explicar. Aquela sensação de vitória, sabe? É isso.
E sabe o que é curioso? Pequenas coisas fazem toda a diferença. Quando entendo uma explicação complicada, escrevo uma frase certinha ou até capto a piada no meio da aula, é como se o universo dissesse: "Está vendo? Você consegue!". E cada conquista me lembra porque estou aqui, não só para aprender algo novo, mas para provar a mim mesma que sou capaz.
Esse intercâmbio é mais uma atividade que me ensina a olhar pro tempo de outro jeito. Ele corre contra nós mulheres, implacável. Ele é nosso aliado. Aprender tem um ritmo próprio, cheio de erros e acertos, mas cada passo importa. Não importa se você tem 20, 40 ou 60 anos. O importante é se jogar no novo, mesmo com butterflies inside (frio na barriga).
Ainda estou no começo dessa jornada, mas já sei que foi uma das melhores decisões que tomei. Então, se você tá lendo isso e sente aquela vontade escondida de fazer algo parecido, meu conselho é: vá! O desconforto inicial passa, mas a superação e o crescimento ficam. E é isso que faz tudo valer a pena.
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