Emanuelle Araújo diz que 'personalidade forte' a afastou de opinião alheia
Durante sua trajetória no mundo artístico, a atriz e cantora Emanuelle Araújo recebeu muitos conselhos, mas priorizou o seu "jeitinho baiano".
Eu sempre tive uma personalidade muito forte, desde pequena. Isso não significa uma personalidade agressiva —sempre fui muito doce, do meu jeitinho, bem baiana. Mas sempre fui falando muito claramente o que eu queria Emanuelle Araújo
Por conta da personalidade, poucas pessoas "se arriscaram" a tentar mudá-la, revelou em entrevista ao No Tom, programa de Toca apresentando por Zé Luiz e Bebé Salvego.
Um conselho que marcou foi do poeta Waly Salomão. "Ele me puxou num canto e sussurrou: 'Nunca pare de cantar'."
Cantora lembra participação na Banda Eva: 'Era muito jovem para me entregar'
Na virada do século, em 1999, Emanuelle Araújo substituía Ivete na Banda Eva e tentava "equilibrar os pratinhos" de uma rotina com shows e estudos.
Na época, a cantora fazia faculdade de teatro e tentou conciliar os estudos com os ensaios. "Foi bom, porque me dispersava dessa expectativa mercadológica", conta. "Era o meu despertar nacional na arte, mas ao mesmo tempo estava focada no ofício de ser cantora e atriz. Foi um momento de muito aprendizado."
A cantora conta que "amava" a rotina artística, mas chegou a sentir falta de sua independência e da "vida de atriz". Ainda nova, ela diz que conseguiu distinguir o que a "encantava" na carreira.
Muito nova, tive esse sucesso estrondoso. Me senti muito feliz e preenchida, mas também senti muita falta das minhas pesquisas e de movimentos plurais. Emanuelle Araújo
Muito comprometida com as apresentações de Carnaval, Emanuelle sentia falta da possibilidade de arriscar. "Existia uma inquietude que ficava adormecida. Chegou um momento em que pensei: 'Sou muito jovem ainda, não tenho já que me entregar ao sistema'", conta. "Sempre tive uma rebeldia bem guardada e isso foi muito saudável para mim."
Primeiro trabalho da cantora foi cover de Olodum: 'Eu e 40 homens'
Antes da Eva, ainda com 14 anos, Emanuelle Araújo subia aos palcos para cantar pela primeira vez com uma banda cover do Olodum.
A cantora e atriz diz que iniciava sua carreira sem saber o que esperar do futuro —mas já com a certeza da veia baiana em seu trabalho. "Era eu e 40 caras. Eu era a única menina", lembra.
Com viagens para shows em cidades vizinhas e se aproveitando das eclosão da música baiana, Emanuelle foi se formando artista. "Eu tinha uma escuta muito eclética e estava brotando esse entretenimento baiano", conta. "Existia uma cultura popular muito forte."
Emanuelle se diz nostálgica, mas ao mesmo tempo aberta a aprender com a nova geração. "Me ensina muito."
No Tom
No novo programa de Toca, Zé Luiz e Bebé Salvego entrevistam artistas de diferentes vertentes num papo cheio de revelações, lembranças e muito amor pela música. Assista ao episódio completo com Emanuelle Araújo:
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