Milla Jovovich em 'Terras Perdidas': 'Fantasia é minha zona de conforto'
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Milla Jovovich tem duas grandes paixões: videogames e literatura fantástica. Não é exatamente surpresa. A atriz, que se tornou fenômeno global com a série "Resident Evil", engorda seu currículo com filmes como "O Quinto Elemento", "Monster Hunter" e a segunda encarnação de "Hellboy". O novo "Nas Terras Perdidas" é onde essas paixões se cruzam.
"Adoro a obra de George R.R. Martin", diz a atriz em papo via Zoom. "Ninguém tinha os direitos sobre 'Nas Terras Perdidas', que é um conjunto de histórias curtas, então eu, Paul (W.S. Anderson, diretor e marido de Milla) e (o roteirista) Constantin Werner trabalhamos juntos para adquirir esses direitos e adaptar a história".
"Nas Terras Perdidas" posiciona-se confortavelmente no gênero fantasia sombria, seara semelhante à da obra mais popular de Martin, "Game of Thrones". No filme, Milla é Gray Alys, feiticeira impelida a viajar para terras não desbravadas de um futuro distópico em busca de um poder mágico capaz de destituir a teocracia opressora do reino.
Seu companheiro na jornada é Boyce (Dave Bautista), mercenário que tem seus próprios motivos para a missão. "Todo elogio é pouco para Dave", derrete-se Milla. "Ele é gentil, joga em equipe, sempre disposto a ajudar. Hoje ele é parte da família." Família do lado de cá das câmeras, aliados relutantes em cena - uma área cinzenta que parece sublinhar o gênero.

"Cinza é a cor da vida de várias formas", filosofa a atriz. "É raro as pessoas enxergarem as coisas em preto e branco, quando isso acontece elas geralmente ou são muito jovens ou foram seduzidas por algum tipo de propaganda." Milla acredita que a fantasia sombria é o estilo perfeito para retratar um lado que as pessoas raramente expõem: "Quem experimenta trauma ou emoções reais entende que áreas cinzentas impelem as pessoas a fazer qualquer coisa".
"Nas Terras Perdidas" continua o flerte do diretor Paul W.S. Anderson com as possibilidades da tecnologia cinematográfica. Se em "Resident Evil" ele ampliou o leque de filmagens em 3D, no novo filme a novidade é o uso do Unreal Engine, tecnologia que permite que os atores vejam em tempo real sua interação com o mundo virtual gerado para a história.
"Trabalhar no Unreal Engine foi incrível", conta Milla, que teve primeiro contato com a tecnologia não em cinema, mas em jogos eletrônicos. "Eu sou gamer hardcore", continua, entusiasmada. "Veja só, eu tenho pelo menos 600 horas acumuladas em 'Baldur's Gate III' com minha filha, levamos isso muito a sério."

Para a atriz, ter o mundo do filme disponível previamente em um monitor foi muito útil por facilitar a imersão. "Meu trabalho como atriz é olhar para uma tela verde e imaginar o que eu quiser, reagir como sou instruída", diz. "Mas ver meu personagem inserido naquele ambiente foi muito útil porque pude me adaptar as necessidade daquele mundo com mais precisão."
Milla não esconde sua paixão pela literatura fantástica, que reflete não só seu trabalho em "Resident Evil" e também neste "Nas Terras Perdidas", como também revela um pouco de seu tempo fora dos sets de filmagem. Quando pergunto se existem outras obras que ela gostaria de levar para o cinema, seu entusiasmo é palpável.
"Existe uma série de livros de David Estes, 'Fatemarked', que eu adoraria fazer parte se fossem adaptados", dispara. "E eu estou agora uma série chamada 'The Rise of the Ranger' que tem personagens incríveis, especialmente para mulheres mais velhas." Ela pausa, sorri com o canto da boca e conclui: "Adoro fantasia, é minha zona de conforto, é para onde eu vou quando quero escapar".
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