'Drop: Ameaça Anônima': a mulher solteira não tem um segundo de paz!
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Violet (Meghann Fahy) não tem certeza se quer sair de casa para um date. Psicóloga bem-sucedida e mãe de um garotinho, ela eliminou a possibilidade de novos relacionamentos desde que, cinco anos antes, se tornara viúva quando uma tragédia se abateu sobre seu marido violento e abusivo. Incentivada por sua irmã, contudo, Violet topa por fim encontrar a pessoa com quem ela troca mensagens há alguns meses.
Mas a mulher solteira não tem mesmo um segundo de paz. O que começa como um encontro agradável com um fotógrafo simpático e bonitão (o simpático e bonitão Brandon Sklenar), um jantar que sugere uma conexão entre dois até então desconhecidos, escala para uma verdadeira noite de terror quando Violet se vê usada como peão em uma trama de conspiração e morte. As opções são claras: ou ela se torna uma assassina e risca seu date de cena, ou seu filho não viverá até o dia seguinte.
"Drop: Ameaça Anônima" traz a estrutura clássica de suspense, com uma protagonista cada vez mais encrencada pelas circunstâncias. Violet recebe mensagens ameaçadoras em seu telefone, o que significa que o autor encontra-se no mesmo restaurante —um lugar chiquérrimo em um arranha-céu de Chicago. Todos são suspeitos em potencial. Seria o garçom engraçadão e inconveniente? A bartender solícita? O playboy que não descola do telefone? Será que seu date é tão inocente assim?

Revelada na segunda temporada de "The White Lotus", Meghann Fahy conduz bem a trama ao não fazer de Violet uma caricatura. Sua urgência ao tentar se livrar do stalker invisível é palpável —assim como seu desespero em manter a bola em jogo para que o invasor em sua casa não cumpra a ameaça de eliminar sua irmã e filho. Já Brandon Sklenar repete o tipo boa praça de "É Assim Que Acaba" e, apesar do personagem enfadonho, não compromete.
O segredo de um bom suspense é não deixar que a revelação do mistério atrapalhe toda a jornada. Hitchcock sabia que bons personagens compensavam qualquer absurdo que seus filmes pudessem trazer. Seu melhor aluno, Brian De Palma, recheava seus filmes com uma dose cavalar de estilo e personalidade. Diretor de "A Morte te Dá Parabéns" e "Freaky", Christopher Landon, obviamente, não é nem um e nem outro, mas faz aqui um trabalho decente e divertido. Já está no lucro.
Existe em "Drop" a sugestão de refletir sobre a fragilidade das relações virtuais, ou sobre como a tecnologia nos deixa vulneráveis. Essa intenção pode até se espremer nas entrelinhas, mas nunca ganha tração. O que nos sobra é a história de uma mulher que só queria sair de casa e dar uns beijos, mas terminou a noite se desviando de balas por um problema que sequer era dela. Olha, às vezes um sofá, pizza e Netflix são mesmo a melhor pedida.
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