Boninho sai da Globo sem nunca ter criado um formato original de sucesso
Poucos acontecimentos merecem a definição de "fim de uma era". O desligamento de Boninho da Globo é um deles. Mais do que um diretor do alto escalão da emissora, o filho de Boni era sinônimo de reality show na televisão brasileira.
Foi por suas mãos que o No Limite, primeiro programa desse gênero na TV aberta, foi implantado em 2000, e foi Boninho que moldou o jeito de se fazer reality show de confinamento em nosso país com o lançamento do Big Brother Brasil em 2002.
É inegável o talento e a criatividade de Boninho para adaptar para a realidade brasileira os formatos estrangeiros. Quem já acompanhou edições do Big Brother realizadas em outros países sabe que a versão brasileira é superior em vários aspectos e tem como um grande diferencial a opção por uma narrativa que se assemelha bastante às novelas.
Apesar de colecionar projetos bem-sucedidos no currículo, Boninho deixa a Globo sem ter construído um legado próprio: durante toda sua gestão à frente da área de reality shows, ele e sua equipe não conseguiram desenvolver um formato original brasileiro que caísse nas graças do público e ainda tivesse potencial de ser exportado. Tentativas não faltaram. Do insosso Mestre do Sabor ao recém-lançado Estrela da Casa, várias foram as apostas de Boninho que não decolaram.
Rodrigo Dourado, diretor geral do BBB, assume o posto de Boninho com a dura missão de manter a relevância dos reality shows já estabelecidos e de provar que a Globo tem capacidade e criatividade de ser uma criadora e exportadora de formatos tão potente quanto produtoras internacionais, como Endemol e Fremantle, que dominam esse segmento mundo afora.
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