Ricky Hiraoka

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Reportagem

'Brasil é uma mátria': autora de 'Dona de Mim' explica foco na maternidade

Com uma das carreiras mais bem-sucedidas na história recente da teledramaturgia, Rosane Svartman está de volta ao horário das sete horas com a novela "Dona de Mim", que narra a história de Leo (Clara Moneke), que, no passado, perdeu o bebê que esperava de Marlon (Humberto Morais), e agora tem sua vida transformada quando passa a trabalhar como babá da pequena Sofia (Elis Cabral) cuja mãe biológica morreu pouco após o parto.

Responsável por grandes sucessos da faixa na última década, como "Totalmente Demais" (2015) e "Bom Sucesso" (2019), ambas em parceria com Paulo Halm, e "Vai na Fé" (2022), a autora tem a maternidade e suas diversas facetas como um dos temas principais da nova trama. "O Brasil é uma mátria, cheio de mães chefes de família, mães solos, mulheres que são multitarefas e lidam com uma carga mental pesada. Elas são chamadas de guerreiras por aguentar o peso de tudo que são obrigadas a carregar em uma sociedade machista", contextualiza. "Minha sensibilidade como criadora diz que esse assunto vai interessar ao público. Em 'Dona de Mim', vamos olhar para maternidade por diversos ângulos e vamos discutir também o fato de muitas mulheres optarem por não ser mães."

Outro tema importante no desenrolar de "Dona de Mim" é a segurança pública. Através dos personagens Marlon, que sonha ser policial militar, e Ryan (L7NNON), um jovem que está preso e passará por um processo de ressocialização, a autora quer mostrar os diferentes lados e as variadas implicações que existem quando abordamos violência em grandes centros urbanos. "Não tenho dúvida que por mais que seja tema arriscado, precisamos falar de segurança numa novela", argumenta Rosane.

Humberto Morais e Clara Moneke: protagonistas de "Dona de Mim"
Humberto Morais e Clara Moneke: protagonistas de "Dona de Mim" Imagem: Manoella Mello/Globo

Para trazer o máximo de verossimilhança para Marlon, a autora e sua equipe conversaram com especialistas da área e com policias na ativa para entender o que seria melhor para o personagem. A decisão foi mostrar a entrada de Marlon na corporação e sua opção por ser um policial humanista, que age de uma forma mais humanizada e centrada no indivíduo. "Ao longo da novela, Marlon vai passar por obstáculos profissionais e sua amizade com Ryan vai ajudá-lo a entender melhor quem ele é e o tipo de policial que ele deseja ser."

Muito ligada em questões relacionadas à diversidade e à representatividade, Rosane incluiu dos personagens PCDs em "Dona de Mim": Pâmela (Haonê Thinar) e Peter (Pedro Fernandes). A ideia surgiu após a roteirista assistir a uma peça de teatro chamada "Meu Corpo Está Aqui", baseada em experiências de atores PCDs. "Construí os personagens Pâmela e Peter com ajuda de Hanoê e Pedro", revela. "Gosto sempre de apoiar minhas criações em algum lugar da realidade e ouvi-los foi essencial para desenvolver Pâmela e Peter e seus arcos dramáticos."

Como aconteceu em outras novelas de sua autoria, "Dona de Mim" também deve impactar fortemente as redes sociais e engajar comentários dos espectadores mais apaixonados. Rosane diz que, apesar de entender a relevância das plataformas digitais, elas não representam a totalidade dos fãs de um folhetim da TV aberta, que, em geral, possui um público com mais de 35 anos. "Redes sociais são uma fonte de inspiração. Tenho ótimos insights a partir do que leio lá", conta. "Para mim, [o que leio na internet] é importante como material para escrever. Não é um termômetro da audiência."

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