Rubens Paiva, de 'Ainda Estou Aqui', segue vivo no cinema e na arte urbana
A arte é poderosa, capaz de mudar vidas e mesmo de imortalizar algumas. Hoje, o nome de Rubens Paiva está mais vivo do que nunca graças ao filme "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles. Há 10 anos, Rubens Paiva já havia sido imortalizado justamente em frente ao último lugar onde ele foi visto vivo.
O DOI-Codi do Rio de Janeiro não existe mais. Ali, hoje funciona o Batalhão de Polícia do Exército. Em frente, fica a praça Lamartine Babo, que desde 12 de setembro de 2014 tem como mais ilustre morador o imortal Rubens Paiva. Sim, imortal. Nas palavras do autor da obra, o escultor Edgar Duvivier, "só faço gente que julgo merecer a imortalidade."
A instalação não se deu de maneira tranquila. O escultor diz que curiosos chegavam perto para saber quem era. Ao saber o nome do homenageado, alguns aplaudiam e outros diziam ofensas, criando quase uma briga entre os dois lados. Para o artista, "a escultura é importante porque dá visibilidade e eternidade a quem não tinha. A nossa memória vai desaparecendo e o esquecimento é perigoso. O esquecimento faz as pessoas incorrerem nos mesmos erros. A gente passa e a escultura fica, sempre lembrando quem era essa pessoa, o que que ele fez, porquê sumiu, porquê morreu."
O busto segue imponente e vivo no Rio de Janeiro. Justamente em frente ao lugar que não podemos apagar da memória, para que a história não se repita, como bem reforçou Duvivier. O tempo tratou de manchar a escultura e a praça está com grama alta. Os frequentadores da praça esperam que a praça seja revitalizada e o busto limpo, aproveitando que o filme trouxe a história do deputado à luz novamente. Duvivier fez dois bustos de Rubens Paiva no Rio de Janeiro, o outro se encontra na estação de metrô Engenheiro Rubens Paiva —eternizado duas vezes, no nome da estação e na escultura.
Com o lançamento do filme que conta a história do deputado que foi assassinado pela ditadura militar, ressurgiu a notícia do outro busto de Rubens Paiva, este na Câmara dos Deputados, em Brasília. Em sua inauguração, em abril de 2014, uma pessoa passou na cerimônia vaiando e simulando uma cusparada. O ato desrespeitoso foi feito por um deputado que depois se tornou presidente, cujo nome é melhor não eternizar aqui nem em nenhum outro lugar.
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