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Pesquisador encontra barcos de submarinos nazistas na costa argentina

Pouco mais de um mês atrás, após receber informações de que havia dois estranhos barcos de metal abandonados em uma praia da região de Camarones, na província de Chubut, na Patagônia argentina, o pesquisador argentino Abel Basti, fervoroso defensor da tese de que após o final da Segunda Guerra Mundial houve uma fuga em massa de oficiais nazistas para a Argentina - incluindo o próprio Hitler - e autor de 12 livros sobre o assunto, resolveu ir até lá, para averiguar.

E o que ele encontrou foi bem mais que o esperado: não eram apenas dois botes - eram cinco, espalhados em três diferentes pontos da região. Mas todos com as mesmas características: casco de metal com quatro metros de comprimento e fundo liso e chato, típico das embarcações feitas para permitir o encalhe nas praias e o desembarque de cargas e pessoas.

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Imagem: Reprodução

Até Hitler?

Imediatamente, Basti teve certeza de que tratavam do que ele já suspeitava: antigos botes usados pelos submarinos nazistas da Segunda Guerra Mundial, que ali teriam sido descartados após cumprir o objetivo de desembarcar mercadorias e os ocupantes dos tais submarinos - que ele sempre teve plena convicção de que chegaram em quantidade à costa argentina por volta de agosto de 1945, trazendo secretamente oficiais nazistas em fuga, que passaram a viver na Argentina.

Entre eles, o próprio Hitler, que pelas teorias de Basti, não teria se suicidado em 30 de abril de 1945, em Berlim, como registra a história, e sim morrido 28 anos depois, em 1973, aos 84 anos de idade, de morte natural, em uma localidade do Paraguai.

Iam dentro dos submarinos

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"Esses botes foram barcos de apoio dos submarinos nazistas, e eram transportados dentro deles, como comprovam as plantas daquelas naves de guerra que eu tenho em meus arquivos. Mesmo assim, para ter certeza científica, coletei fragmentos dos cascos e mandei para laboratórios na Europa, que estão analisando e comparando as ligas metálicas com os materiais utilizados pelos alemães naquela época. Tenho certeza que o resultado será positivo", diz o pesquisador, que há mais de 30 anos se dedica a provar que submarinos alemães desembarcaram fugitivos do regime nazista nas praias da Argentina, com a cumplicidade do governo argentino.

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Documentos secretos

"Teremos a confirmação oficial disso em breve, porque o governo argentino acaba de 'desclassificar', ou seja deixar de tornar secretos, documentos que estavam guardados desde aquela época", garante Basti, que também acredita haver mais botes desse tipo abandonados em outras praias da Patagônia.

"Cada submarino levava dois desses botes. Portanto, só na região de Camarones, teriam chegado três submarinos. E eles, de acordo com o protocolo da época, devem ter sido afundados lá mesmo, para não deixar provas. Mas tenho documentos soviéticos que falam em 15 submarinos que teriam participado do comboio que trouxe oficiais nazistas para a costa argentina. Portanto, devem haver outros botes, de outros submarinos, em outras localidades".

"Objetos históricos"

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Segundo Basti, os cinco botes encontrados estão um tanto desfigurados, porque foram usados durante anos pelos pescadores da região, antes de serem abandonados, embora ele os classifiquem como "objetos históricos".

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"Em qualquer país que preze a história, estes botes já estariam em museus. Mas aqui estão enferrujando a céu aberto", lamenta o pesquisador.

Teria achado um dos submarinos

Se a tese de Basti de que diversos submarinos alemães chegaram secretamente à Argentina ao final da guerra estiver correta, parte da história terá que ser reescrita, porque oficialmente o governo argentino só reconhece a chegada ao país de dois submarinos alemães, que se renderam em uma base militar argentina, em agosto de 1945, em um estranho episódio, nunca devidamente explicado.

"Aqueles dois submarinos estavam apenas dissimulando a operação de chegada em massa de oficiais do Terceiro Reich em outros submarinos, em diferentes pontos da costa argentina", diz o pesquisador, que também garante que ter encontrado um submarino nazista afundado nas proximidades do porto argentino de Quequén, perto de Buenos Aires, anos atrás.

"Aquele submarino também fez parte do comboio nazista", assegura Basti, que diz já perdido as contas de quantas vezes foi chamado de "louco" por defender argumentos como a fuga do próprio Hitler para a Argentina, a bordo de um submarino.

Outros submarinos misteriosos

Curiosamente, a história argentina registra que aquela não teria sido a única vez em que a costa do país fora visitada por submarinos misteriosos, com objetivos escusos.

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Mais uma década depois dos episódios relacionados à Segunda Guerra Mundial, ocorreram, pelo menos, outros dois casos de chegadas de submarinos secretos ao litoral argentino, ambos intrigantes até hoje.

Em 1958, um submarino jamais identificado invadiu a área onde estava ocorrendo um exercício militar argentino, e jamais ficou claro se ele fora afundado ou escapara incólume.

Dois anos depois, outro submarino desconhecido passou 17 dias brincando de gato e rato com aviões e barcos da Armada Argentina em uma baía do sul do país, até que partiu, sem ser oficialmente identificado, fato que supostamente teve a ver com a Guerra Fria entre União Soviética e Estados Unidos, como pode ser conferido clicando aqui.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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