Goleada para iluminar a passagem do Velho Apolo
O torcedor rubro-negro foi dormir mais feliz que pinto no lixo.
Arquibaldos e geraldinos viram, encantados, o Flamengo voltar a jogar num 4-4-2, no qual De La Cruz (como segundo volante) e Gerson (com imensa liberdade, pelo lado direito) foram os grandes maestros, fazendo o futebol de todo o time fluir como o Rio Amazonas.
O Bolivar, líder do grupo, chegou achando que poderia enfrentar os cariocas de igual para igual, mas logo perceberam que teriam que capinar sentados e estavam encarando um tremendo pau com formiga.
O jogo era visto como briga de cachorro grande, mas o Fla, com menos de um minuto, transformou a equipe boliviana num inofensivo pequinês. Por isso, está virtualmente com a vaga na mão - basta derrotar o Milionários.
Um chocolate indiscutível e delicioso. Bem ao gosto da torcida que já estava ficando mais irritada que javali enfurecido, com o 4-3-3 posicional, com pontinhas que Tite tanto adora. Já queria até manda-lo para a pensão da Cremilda, seguramente, a pior pousada do Rio.
Ironia cruel do destino, o Apolinho Washington Rodrigues morreu justamente no dia em que seu amado Flamengo jogou tão bem. E cada um dos parágrafos acima contém, no mínimo, um de seus tantos e geniais bordões. Sua última transmissão fora, exatamente, a derrota para esse mesmo Bolívar, na altitude de La Paz.
O texto de hoje é dedicado a ele que foi um dos maiores comunicadores do rádio que conheci. Um gênio, não somente na área de esportes, que o diga seu inesquecível Show do Apolinho.
Descansa em paz, velho Apolo. Foi um enorme prazer ser seu companheiro (no Extra) e eterno ouvinte e fã, por todas as rádios pelas quais passou com um brilho incomparável.
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