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ReportagemEsporte

Corinthians: Pixbet cita Memphis em pedido contra suspensão de execuções

A Pixbet, ex-patrocinadora do Corinthians, tenta na Justiça mudar a decisão que suspendeu as execuções contra o clube por 60 dias. A suspensão foi concedida no último dia 2 no processo em que a agremiação pediu o RCE (Regime Centralizado de Execuções). Até o fim desses dois meses, o Alvinegro precisa apresentar um plano de pagamento aos seus credores.

A casa de apostas, representada na ação pela Pix Star Brasilian, responsável por ela, interpôs recurso de agravo de instrumento para que seja reconsiderada a decisão que concedeu a tutela de urgência e brecou as execuções. Seus advogados requerem o indeferimento do pedido corintiano. Se isso for feito, as execuções prosseguirão.

Em outra ação, a Pixbet cobra multa contratual por rescisão do Corinthians e já havia conseguido bloquear as contas do clube. Em novembro, houve penhora de cerca de R$ 19,2 milhões. A decisão favorável ao Corinthians relacionada ao RCE também suspende esta execução.

O Alvinegro rompeu com a antiga patrocinadora para assinar com a Vai de Bet, que já encerrou seu compromisso com a agremiação.

Memphis

Entre os argumentos que usa para tentar derrubar a suspensão das execuções, a Pixbet cita gastos que o Corinthians teria feito com Memphis Depay e Hugo Souza.

"Em setembro de 2024, o requerente [Corinthians] anunciou a contratação de novo jogador, um atacante holandês, que recebe um salário de R$ 3 milhões por mês, além de gratificações", diz trecho do documento, assinado na última quarta (11).

Em seguida, os advogados do site de apostas afirmam que, em outubro, o clube pagou R$ 1,5 milhão ao Flamengo para poder utilizar Hugo Souza em jogos contra a equipe carioca. Eles apontam também que o Corinthians quitou à vista 800 mil euros (cerca de R$ 5 milhões) pela compra do goleiro.

Para completar o raciocínio, a defesa da Pixbet declara que em outubro houve penhora nas contas da agremiação em processo movido pela empresa.

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"Ou seja, nenhuma penhora e execução de valores realizada impediu que o clube continuasse contratando jogadores por valores milionários, e pagos em euros, bem como de pagar salários astronômicos", aponta o documento.

A defesa da casa de apostas conclui que tais gastos afastam "o fundamento utilizado na decisão de que a manutenção das execuções e das medidas constritivas em face do requerente podem inviabilizar sua operação".

Procurado, o departamento de comunicação do Corinthians emitiu nota na qual lembra que Memphis foi contratado com apoio financeiro da Esportes da Sorte, atual patrocinadora, (leia o comunicado na íntegra no final do post).

Os advogados da Pixbet escreveram que "não existe real intenção alguma do requerente em se compor com seus credores". O argumento é de que o clube só quer utilizar manobras para conseguir uma protelação.

Entre outros pontos, a Pixbet sustenta que o Corinthians não demonstrou "os requisitos de urgência e verossimilhança autorizadores da concessão de tutela".

"Portanto, requer-se a consideração da decisão", que atendeu ao clube, "para que haja prosseguimento das execuções" até que o Timão "apresente um plano de pagamento e cumpra os pagamentos previstos".

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O que diz o Corinthians

A coluna enviou perguntas sobre a iniciativa da Pixbet contra a suspensão das execuções para o departamento de comunicação do clube.

A reportagem também perguntou porque o Corinthians não cumpriu o acordo que havia feito com a Pixbet na Justiça para pagar em parcelas a quantia cobrada por ela. O não pagamento fez com que a empresa voltasse a pedir penhora nas contas alvinegras. A seguir, confira a resposta do clube.

"Primeiramente, é importante destacar que a contratação do jogador Memphis Depay foi realizada com o apoio da nova patrocinadora, Esportes da Sorte, que arca com grande parte do custo do contrato, incluindo o salário do atleta. Este fato, amplamente divulgado em nossas redes sociais e em comunicados oficiais, é público e devidamente documentado. Não há qualquer relação entre a contratação de Memphis e a gestão das finanças do clube.

O Corinthians, por meio de sua administração, tem demonstrado capacidade de gerar receita suficiente para manter suas operações do dia a dia, mas é preciso tempo e organização para resolver as pendências com os credores. O Regime Centralizado de Execuções (RCE) é uma ferramenta crucial para proporcionar esse prazo, permitindo que o clube organize suas finanças e cumpra suas obrigações de forma responsável e com o devido planejamento.

O RCE não é uma tentativa de protelar pagamentos, mas sim um movimento estratégico para reestruturar o clube e garantir sua sustentabilidade financeira no longo prazo. É público que a gestão de caixa do Corinthians tem sido severamente impactada por inúmeras execuções e bloqueios judiciais sucessivos, o que tem tornado a administração financeira do clube uma tarefa desafiadora e complexa. Esse movimento, com o acompanhamento de um administrador judicial nomeado pela Justiça, visa justamente evitar que a gestão do Corinthians seja inviabilizada por decisões pontuais e para garantir que o clube tenha as condições necessárias para honrar seus compromissos.

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Sobre o questionamento relativo ao não cumprimento do acordo com a Pixbet, o clube reitera que está buscando cumprir todas as suas obrigações financeiras de maneira responsável, dentro do processo judicial em andamento, e que continua aberto ao diálogo com todos os credores para encontrar soluções que atendam aos interesses de todas as partes envolvidas.

O Corinthians continua focado em sua recuperação e reestruturação financeira, sempre com a prioridade de proteger a integridade do clube e a confiança de seus torcedores e parceiros".

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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