Juca Kfouri

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Reportagem

De tanto martelar, o Palmeiras só podia ganhar

O Palmeiras queria que os Mosqueteiros gaúchos pagassem pelo que os Mosqueteiros paulistas haviam feito.

Mas o Grêmio queria apenas levar um ponto de volta para Porto Alegre.

Daí o alviverde ter começado a mil por hora e exigido pelo menos uma grande defesa de Marchesín logo de cara, em cabeceio de Gustavo Gómez, além de outra boa intervenção ainda no primeiro tempo.

Já o Grêmio criou apenas uma oportunidade com Villasanti, bloqueada pelo retornado Murilo na hora agá.

Mas o Palmeiras revelou-se tão pouco inspirado, errando tanto que saiu vaiado no intervalo.

A famosa autossuficiência palmeirense parece ter ido para o saco apesar de tanto tempo de intervalo entre seus jogos, só com o Brasileirão para disputar.

Estêvão não fazia bom jogo e Caio Paulista causava irritação a cada vez que pegava na bola.

O Botafogo, que pega, em casa, a baba do Cuiabá, se deliciava com os embalos da sexta-feira à noite.

Mais uma boa defesa de Marchesín no começo do segundo tempo em arremate de Maurício quando o Palmeiras chegou a 16 finalizações contra apenas uma.

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Nem Rony, nem Braithwaite, faziam nada que preocupasse as defesas.

Parecia que a entrevista pós-jogo de Abel Ferreira estava pautada: "Faltou eficácia", ele diria como depois do Dérbi.

Porque só dava Verdão nos 14 minutos da etapa final, com Estêvão subindo de produção e Felipe Anderson caindo, até que em contra-ataque o Grêmio assustou.

A torcida pedia Dudu e além dele Flaco López e Mayke entraram nos lugares do apupado Felipe Anderson, Rony e Caio Paulista.

Pepê e Natan Fernandes também entraram nos lugares de Soteldo e Edenilson, aos 18.

Entre o 19º e o 21º minutos tanto Raphael Veiga quando Gustavo Gómez perderam gols inacreditáveis.

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Faltava eficácia, de fato.

E treinador não faz gols, embora mantenha o coração quente — e a cabeça fria, o que faltava.

Mas aos 24 minutos foi demais!

Estêvão obrigou Marchesin a fazer nova ótima defesa e na cobrança do escanteio recebeu na entrada da área e mandou a bola na trave.

Ai já era maldade dos deuses dos estádios.

O Palmeiras martelava, martelava, martelava, mas não ganhava.

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Até o 27º minuto!

Dudu chutou, Marchesín deu rebote e Estêvão fez o 1 a 0, seu 12º gol, artilheiro do Brasileirão.

Era tão justo, mas tão justo, que se o gol não saísse seria de se duvidar se justiça, de fato, existe.

Aí Renato Portaluppi abandonou a covardia e pôs Diego Costa, Cristaldo e Monsalve, nos lugares de Braithwaite, Aravena e Dodi.

O Palmeiras trocou Maurício por Richard Ríos.

E Marchesín continuou a fazer defesas em cima de defesas, numa delas, na 31ª finalização verde, de Estêvão, simplesmente milagrosa, aos 34 minutos.

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Senhoras e senhores, um massacre na casa verde, com um 1 a 0 que poderia ser 10 a 0, com o perdão do exagero.

Se a tragédia gaúcha, de verdade, prejudicou o Grêmio, o desempenho do Inter deixa Portaluppi em má situação, porque enquanto o Colorado está no G4, o Imortal tenta fugir do Z4.

Veiga sentiu e Zé Rafael o substituiu, diante de quase 34 mil torcedores.

Aos 44, Zé Rafael e Estêvão tabelaram em contra-ataque e Zé Rafael desperdiçou o 2 a 0, que ainda assim seria pouco.

Foram 34 finalizações contra seis.

O Palmeiras vive, fez ótimo segundo tempo, e o Grêmio que se cuide.

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Depois da vitória do Inter sobre o Fluminense, a derrota gremista também sorri para os corintianos, mas o Palmeiras não poderia levar isso em conta.

Deus castiga quem o craque fustiga, escreveu o mestre Armando Nogueira.

Quem criticou o primeiro tempo de Estêvão que engula a língua.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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