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Ramón, para o Corinthians vencer e convencer escale Coronado e Garro juntos

Nesse sábado (21), às 16h, a Neo Química Arena estará lotada para apoiar o Corinthians nessa partida crucial contra o Atlético-GO. A fiel torcida gritará ainda mais alto e forte porque a vitória contra o Fortaleza na Copa Sul-Americana entusiasmou todo mundo.

Porém, no Campeonato Brasileiro, o Corinthians está na zona de rebaixamento, em 18º lugar, e enfrentará o lanterna do campeonato. Não existe outro resultado que não seja a vitória para continuar na luta para fugir da queda para a Série B. Nesse momento, no campeonato, é muito mais importante vencer a partida, mesmo não jogando tão bem, mas a espetacular partida que fez no Castelão na última terça-feira (17) criou uma grande expectativa para saber se a equipe encaixou de vez.

Entre todos que jogaram contra o Fortaleza, o maior destaque técnico, sem dúvida alguma, foi Igor Coronado. A cobrança em cima dele era enorme porque é um jogador que não havia jogado em nenhuma grande liga nem em um clube grande do futebol mundial. Era completamente desconhecido por aqui, sendo assustador o salário que ganha. Para piorar, desde que chegou ao time do belíssimo Parque São Jorge, não havia jogado nada mesmo. Só tinha marcado uma vez, mas, quando entrava, sempre parecia perdido, errando passes simples e sem agressividade.

Sinceramente, eu não esperava mais nada, porque a única referência que tinha dele, assim como todos, era o que estava vendo nesse momento. Mas entrou como titular na Copa Sul-Americana e arrebentou no jogo. Fez um golaço, mas, fora isso, criou diversas jogadas de ataque, fez muitas jogadas de altíssima técnica e habilidade, pedindo passagem para jogar.

Ramón Díaz não pode nem pensar; jogando em casa contra o último colocado, deveria escalar uma equipe com dois meias criativos: Igor Coronado e Rodrigo Garro. Precisa se impor tecnicamente, empurrar o Atlético-GO para trás e não deixá-los jogar nem respirar. Falo isso não só pela necessidade da vitória, mas porque, depois da partida que fez Coronado contra o Fortaleza, seria injusto tirá-lo do time. Até porque o cara está super confiante, empolgado, louco para jogar bem em casa, com a Arena lotada de corintianos.

Claro que a gente não assiste aos treinos como antigamente, por isso a nossa referência é o que acontece nos jogos, mas o Ramon tem a chance de colocar em campo uma equipe bem mais criativa. Vamos brincar de treinador e escalar o Corinthians de amanhã? Vamos lá:

Hugo Sousa, Fagner, Félix Torres, Gustavo Henrique e Matheus Bidu. Faria um quadrado no meio-campo assim: Charles e José Martínez, Igor Coronado e Rodrigo Garro. E dois atacantes: Yuri Alberto (até entrar o Memphis Depay) e Talles Magno, com total liberdade de movimentação para os dois.

Ainda tem a possibilidade de escalar o peruano André Carrillo aberto na direita e jogar só com um volante. Usaria como tática a forte saída de bola do Atlético, pressionando e forçando o erro defensivo o tempo todo. A vitória é imprescindível, mas é um jogo que dá para conquistar de vez o torcedor, sendo um time agressivo, criativo e dinâmico.

Claro que tudo isso na teoria, mas tudo que escrevi aqui eu faria mesmo. Dividiria a responsabilidade da criação entre os dois meias, porque o Garro vem sendo o único cara de criação do time desde quando estreou no Corinthians e vem fazendo isso muito bem. Mas, com alguém junto a ele, o time ficará menos previsível, porque só com o Garro o adversário sabia o que tinha que fazer: dificultar que ele pegasse na bola em condições de pensar e usar sua técnica.

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Se o Coronado jogar metade do que jogou em Fortaleza, o Corinthians ficará muito mais perigoso, e o cenário pode mudar de verdade. A situação é crítica e continuará assim, mesmo com uma vitória, porque fora o Vitória, é o próprio Atlético-GO; todos os outros têm jogos a menos, e alguns times até dois a menos.

Mas, se o time criar confiança depois da ótima partida que fez, conseguirá fazer a sua parte daqui para frente. Ramón Díaz tem nas mãos a chance de testar a formação ideal; basta ter coragem de fazer.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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