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CBV cede, confirma times com dívidas e garante Superliga com 12 equipes

Lançamento da Superliga Feminina 2019/2020 - Gaspar Nóbrega / Inovafoto / CBV
Lançamento da Superliga Feminina 2019/2020 Imagem: Gaspar Nóbrega / Inovafoto / CBV

24/07/2020 16h31

A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) anunciou nesta sexta-feira (24) os 12 times que vão participar da próxima edição da Superliga no masculino e as 12 equipes que disputarão o torneio feminino, mantendo o número de inscritos que é padrão na última década. A entidade cedeu e aprovou as documentações do Taubaté, do Caramuru e do Curitiba, que teriam dívidas trabalhistas.

É regra no vôlei brasileiro o chamado fair play financeiro. Um clube só pode se inscrever na Superliga se apresentar um documento assinado por todos os jogadores do elenco da temporada passada afirmando que eles receberam tudo que foi combinado. Mas, como vêm denunciando diversos atletas, eles costumam ser pressionados a aceitarem acordos, sob ameaça de ficarem sem mercado. Depois, muitos dos acordos não são cumpridos.

Mesmo depois de diversas jogadoras alegarem que não receberam do Curitiba Vôlei, time feminino da capital paranaense, a CBV anunciou hoje que o clube está na próxima edição da Superliga. Ou seja: a documentação apresentada pelo clube foi aceita. Também foram aprovados os documentos do Caramuru Vôlei, que vem jogando em Ponta Grossa (PR) e do Taubaté (SP), clube que liderava a Superliga Masculina quando o torneio foi suspenso em março.

Por conta da pandemia e de desistências como do Sesc-RJ, do Maringá (no masculino) e do Flamengo (que se fundiu ao Sesc-RJ no feminino), a CBV precisou chamar times que haviam sido rebaixados ou que falharam em tentar o acesso na Superliga B. É o caso de São José dos Pinhais (PR), terceiro colocado na divisão de acesso feminina. Havia expectativa que o time de Ribeirão Preto, projeto do campeão olímpico Lipe, não realizasse inscrição, mas a equipe acabou confirmando participação, o que frustrou o Anápolis, de Goiás, que já esperava o convite.

No masculino, a Superliga 2020/2021 tende a ter nível técnico expressivamente mais baixo que o usual, depois de uma debandada de atletas. Dos seis times que tradicionalmente brigam no topo da tabela, só Sada/Cruzeiro e Taubaté confirmaram times fortes, com o Vôlei Renata pintando como a terceira força. O Sesc-RJ acabou com a equipe e o Sesi-SP, até segunda ordem, jogará com um time júnior reforçado pelo multicampeão Murilo. O Minas Tênis Clube segue sem se mexer no mercado. Sétimo colocado nas últimas duas Superligas, o Maringá de Ricardinho fechou as portas.

Isso cria um cenário em que só três times estão dispostos a pagar os salários dos melhores jogadores do país, e não há muitas vagas disponíveis nos elencos deles. A tendência é um abismo técnico para as demais equipes confirmadas: Blumenau (SC), Itapetininga (SP), Montes Claros (MG), Caramuru (PR), Uberlândia (MG), Guarulhos (SP) e Ribeirão (SP). Nas últimas três temporadas, nenhum desses times foi além do oitavo lugar.

No feminino há mais equilíbrio. Estão montando elenco para brigar no topo os cinco times que brigaram pelas primeiras posições na temporada passada Sesi/Bauru, Osasco, Sesc/Flamengo, Praia Clube e Minas. O São Paulo/Barueri, de José Roberto Guimarães, passa por nova renovação para seguir como sexta força. Completam a Superliga 20/21 Brasília, Curitiba, Fluminense, Pinheiros, Pinhais (PR) e São Caetano (SP). Este último foi rebaixado, perdeu seu principal patrocinador, mas, convidado, resolveu se inscrever.