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O fim de semana de finais de campeonatos estaduais de futebol masculino teve concorrência forte nos esportes olímpicos. Este colunista mesmo trocou clássicos por jogos universitários. E quem preferiu uma competição juvenil de tênis também não se arrependeu.

Em Cleveland (EUA), a final do basquete feminino da NCAA foi um espetáculo, que coroou Kamilla Camargo como bicampeã da liga universitária, desta vez de forma invicta. E como protagonista (a Folha publicou um perfil do The Athletic).

A brasileira, uma pivozona de 2,01m, foi eleita a MPV do Final Four, apesar da presença da grande estrela do basquete feminino mundial, a norte-americana Caitlin Clark. E isso só torna o feito de Kamilla mais extraordinário.

Clark é um talento geracional, recentemente comparado pela BBC a Taylor Swift. O que ela toca vira ouro. Onde ela vai os fãs vão atrás. A economia se move por ela. Os americanos estão assistindo mais basquete do que nunca por causa dela.

É também um pouco de estar no lugar certo, na hora certa. Há anos tudo que envolve esporte masculino tem muito mais atenção (dinheiro, mídia, etc) que o feminino, e não era diferente na NCAA. Mas essa discrepância está sendo mais discutida nos últimos anos e foi escancarada por um vídeo postado nas redes sociais em 2021.

A gravação mostrava a absurda discrepância entre a sala de musculação da sede da final da NCAA masculina, com dezenas de estações e equipamentos moderníssimos, e a da sede feminina, com uma banquinho e uma pirâmide de halteres. A comparação chocou e gerou uma reação em cadeia.

Muita gente protestou e a consequência em um curtíssimo prazo foi o torneio feminino ganhar mais dinheiro e mais exposição. E justo quando havia Caitlin Clark, que este ano se tornou a maior pontuadora da história da NCAA, independente do gênero. Na temporada encerrada no domingo, a média dela foi de 31 pontos por jogo.

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Por causa de Clark, a semifinal da NCAA foi a partida de basquete (de qualquer nível) mais vista da história da ESPN americana. O recorde foi batido na final, que teve mais audiência que qualquer partida final de NBA desde 2017 ou que qualquer final do beisebol (profissional) desde 2019, em qualquer plataforma. Um jogo que só não foi mais visto que jogões do futebol americano.

Os norte-americanos sentaram diante da TV e viram Kamilla. Um talento geracional para o basquete brasileiro que vai chegar à WNBA, na próxima temporada, junto com Clark e toda a atenção que ela vai levar à liga profissional.

Clark, porém, tem tudo para estar no time americano que vai tentar o octacampeonato olímpico em Paris. Já Kamilla vai ter que esperar até Los Angeles para estrear em Olimpíada. Mesmo com ela no time, o Brasil não conseguiu vencer nenhum jogo no Pré-Olímpico em Belém, em fevereiro.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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