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Opinião

Brasileiro dá show no UFC, mas vício em cigarro gera questionamento

Carlos Prates é um caso digno de estudo. No exato dia em que completou 31 anos, o atleta nocauteou o chinês Jingliang Li, conquistando sua terceira vitória consecutiva no UFC e garantindo, assim, o terceiro prêmio bônus de performance na organização. Tudo isso já seria impressionante por si só, mas um detalhe torna essa história ainda mais intrigante: o brasileiro é fumante. Sim, isso mesmo!

Atleta da categoria meio-médio (77 kg), Carlos Prates fala abertamente sobre seu vício em cigarros. Na última entrevista que fiz com ele, o lutador revelou que já chegou a fumar quase um maço por dia. No entanto, a proximidade de suas lutas no octógono faz com que ele reduza o consumo. Mesmo assim, ele não dispensa um cigarro ao acordar, após as refeições e antes de dormir. E é aí que a equação parece não fazer sentido.

É de conhecimento geral que o fumo afeta diretamente a capacidade pulmonar de uma pessoa. No entanto, Carlos demonstra um condicionamento físico impecável em suas lutas, mantendo todas as suas valências físicas em dia. Dito isso, a dúvida que paira na mente dos fãs é: se ele não fumasse, seria ainda melhor? Ou será que a privação desse vício poderia afetar sua rotina a ponto de prejudicar sua preparação? É uma questão pertinente, sem dúvida, mas que cabe apenas ao atleta responder.

Carlos me garantiu, em outra ocasião, que há outros atletas que compartilham do mesmo vício, embora eles não abordem o tema publicamente. Lembram-se de quando Ronaldo Fenômeno e Roberto Carlos foram fotografados fumando na saída de um restaurante? Mesmo assim, o desempenho de ambos como atletas profissionais dentro de campo nunca foi questionado. A comparação me parece justa.

A diferença, e o que me motivou a escrever este post, está no risco envolvido. Se o hábito de fumar torna alguém mais lento em uma corrida ou faz com que perca uma dividida de bola em esportes coletivos, é uma coisa. Mas, se o vício em nicotina aumenta o risco de sofrer golpes traumáticos na cabeça... Bem, como disse antes, essa conta não fecha.

Mas quem sou eu para julgar? Afinal, Carlos Prates continua brilhando no octógono. Em três lutas no UFC, ele conquistou três vitórias por nocaute e três prêmios de performance da noite?

Opinião

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5 comentários

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Dimas Roberto Simões Pereira

Olha pra mim é uma questão difícil de ser analisada embora concorde que o fumo é prejudicial a saúde principalmente de um atleta só que cada um tem um organismo e suas reações. Por exemplo o Sócrates era um fumante inveterado, jogou muita bola e em uma posição que exigia folego assim como na várzea muitos com vícios até proibidos jogam muito mais do que vários profissionais. Eu mesmo com 73 anos e fumante continuo jogando bola normalmente, lógico que na minha categoria, e como atacante dificilmente deixo de guardar ao menos um golzinho. Resumindo, na minha opinião cada organismo reage de uma forma.

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Mário Mendonça

Diego, vá até a várzea, que há craques desfilando e consumindo tudo que é proibido nos esportes profissionais! 

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Marcio dos Passos de Lima

O tempo mostrará se ele está certo!

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