'Luzes muito fortes': como foi maior avistamento coletivo de óvnis no país

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O maior avistamento coletivo de um óvni (objeto voador não identificado) no Brasil, no meio de uma partida de futebol, completou 43 anos, mas sem nenhuma explicação.
Disco voador em campo
Clarão invadiu o campo em jogo do Vasco contra o Operário, no estádio Morenão, em 1982. Mais de 24 mil torcedores vibravam com o placar de 2 a 0 que favorecia o time sul-mato-grossense quando "algo" pairou nos céus sobre o gramado.
Aparição durou cerca de cinco segundos, mas desapareceu. O ex-jogador do Operário, Cocada, descreveu à TV Morena, afiliada da Rede Globo, a experiência como "algo fora do comum, mas não fazia nenhum barulho".
Apesar da multidão ali, não existem fotos ou registros oficiais da aparição descrita pelos presentes. Na época era difícil para as câmeras de TV voltadas para o campo mudarem de ângulo tão rapidamente.
Até os jogadores ficaram apreensivos. Foi o que confirmou o árbitro da partida, José de Assis Aragão, ao UOL Esporte em 2024.
O jogo está correndo normal, e de repente tem uma luz clara. (...) Todo mundo começou a olhar para cima, você ouve o barulho do torcedor. Os jogadores olhando. Paramos o jogo. Daqui a pouco sumiu. Quando sumiu, nós continuamos o jogo. José de Assis Aragão ao 'História da Bola'
Aragão não arrisca a dizer o que passou por cima do Morenão naquela noite. No entanto, o ex-árbitro recorda a impressão que ficou para boa parte dos torcedores: tratava-se de uma "visita" de outro planeta.
Diz o pessoal que é disco voador. Eu não posso afirmar porque não sou da área, não conheço. Mas que teve essa luz grande, parada por cima do estádio, teve. José de Assis Aragão
Rondinelli, que defendia o Vasco, não acreditava ser um avião. "Por mais que o aeroporto fosse próximo ao estádio, como é o caso do Morenão, aquilo não era um avião. Tinham sido luzes muito fortes e, do nada, tudo se esvaiu e virou um breu. Foi muito estranho", afirmou ao Lance em 2022. Alguns presentes também descartam a teoria porque teriam visto o objeto muito próximo ao campo.
De repente, aquele objeto para na marquise do estádio bem silenciosamente. Aí, vem para o centro do campo. O Cocada e o Aragão ficam olhando para cima. Aí, depois de alguns instantes, a luz girou, fez movimentos e saiu do estádio. Foi muito rápido, questão de um minuto. Paulo Nonato de Souza, jornalista do Correio do Estado e da Rádio Cultura à época.
Nonato, que cobria o jogo, até pensou que pudessem ser paraquedistas, mas logo descartou a teoria. "Eu estava atrás do gol quando tudo aconteceu. Como o Morenão fica ao lado da FAB, havia uma tradição de paraquedistas se apresentarem antes dos jogos, principalmente os com casa cheia. Os aviões sobrevoavam o estádio e militares saltavam de paraquedas. O pessoal se acostumou, fazia parte de um espetáculo que acontecia nos jogos à tarde. Só que não fazia o menor sentido acontecer numa noite de sábado e no meio de uma partida", relembrou ainda ao Lance.
Velocidade não era comum na época e impressionou. Marquinhos Tavares, que se tornaria dirigente da FFMS (Federação de Futebol do Estado do Mato Grosso do Sul), se espantou com a brevidade da aparição.
Estávamos assistindo ao jogo. De repente, brilhou uma luz e ela se deslocou em uma velocidade surpreendente. Parecia um avião supersônico, fez até o jogo paralisar. E, do nada, a luz some... Todo muito ficou atônito. Alguém falava que era um disco voador. Outros acreditavam que era um teste num avião da FAB. Só que era difícil pensar nisso. Não teria condições de um avião se deslocar daquela forma e com tanta luz daquele jeito. Marquinhos Tavares
Apesar da teoria de Marquinhos, a FAB começou a operar seu primeiro avião supersônico em 1972. Trata-se do F-103 Mirage III, mas nunca ficou claro se ele estava em operação no espaço aéreo do Mato Grosso do Sul na ocasião.
Apesar da ausência de registros fotográficos, a aparição virou notícia em jornais da manhã seguinte. Ufólogos passaram a reunir relatos que confirmariam a teoria de que se tratava mesmo de uma aparição extraterrestre na imprensa e alguns dos presentes, como Nonato, defendem ter visto algo de "outro mundo". Até hoje, no entanto, nunca foi determinada se esta é a explicação definitiva para o fenômeno de 1982.
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