Fãs transformam 'enterro' do Sepultura em festa, em SP: 'Estou bem animado'
Velórios não costumam ser lugares dos mais animados. Mas, quando o falecido é uma das maiores bandas de heavy metal do mundo e está se despedindo com toda potência, aí o enterro vira festa. E que festa está promovendo o Sepultura em sua turnê de despedida, que passou por São Paulo no último final de semana com três shows esgotados no Espaço Unimed.
Muito antes de as portas do local abrirem, centenas de fãs já faziam fila para garantir o melhor lugar. Carlos e Noely Cavalli chegaram no meio da tarde, vindos de Barretos, interior de São Paulo. Compraram pista premium para ver seu quarto show da turnê "Celebrating Life Through Death".
"Embora os setlists sejam parecidos, cada show é único", ressalta Carlos, fã da banda desde a adolescência. Noely, usando uma camiseta verde e amarela com o logotipo do Sepultura, faz coro: "Não importa quantos shows a gente veja deles, sempre tem algo novo".
Dentro do Espaço Unimed o clima é de euforia. A banca de merchandising não pára um minuto, vendendo das tradicionais camisetas a shapes de skate, passando por bonés, canecas e até meias. O recado é que o Sepultura pode estar indo para a cova, mas vai permanecer vivo para além da memória afetiva dos fãs.
Luciana e Leandro Senatore, de Atibaia (SP), que o digam. Mãe e filho compraram as clássicas camisetas de turnê, com arte exclusiva e datas dos shows. Luciana, 45 anos, apesar de fã desde a adolescência, nunca havia ido a um show do Sepultura. Foi agora, presenteada pelo filho, de 21 anos.
"Naquela época era difícil ir a um show de rock, ainda mais menina", diz.
Já Raphael Martins é um veterano. "Já fui a uns três ou quatro, não me lembro bem", comenta, emendando que espera ouvir "Agony of Defeat", do álbum "Quadra" (2020). "Vi que entrou recentemente no setlist e estou bem animado".
Martins veio acompanhado de duas amigas: Paloma Queiroz, que vem ao seu primeiro (e provavelmente último) show do Sepultura, e Hemylin Brenda, que comparece ao segundo espetáculo da turnê de despedida. "Vi em Santo André em agosto e fiz questão de ver de novo."
A constância parece ser uma característica entre os fãs do Sepultura durante o atual cortejo fúnebre. Antônia Duarte, 40, que veio acompanhada de dois amigos, já havia ido ao espetáculo no dia anterior e tinham ingressos comprados para o show de domingo.
"É uma banda que acompanhou a gente durante muito tempo, em várias fases das nossas vidas, então eu vou querer ficar perto dela o máximo que puder", diz Antônia, para quem as mudanças de formação e polêmicas não interessam. "O Sepultura é maior do que isso, sabe? É uma instituição."
A trinca de apresentações na capital paulista, que termina no domingo (8), é bom ressaltar, não foi a última chance de ver o quarteto: eles são atração confirmada do Lollapalooza em março de 2025. Para sorte dos fãs, esse enterro ainda vai longe.
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