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'Hora 1': Madrugador, Kovalick usa óculos escuros em casa para regrar sono

O 'Hora 1' terá um cenário mais solar e iluminado
O 'Hora 1' terá um cenário mais solar e iluminado
Globo/ Mauricio Fidalgo

De Splash, em Santos

03/07/2021 14h10Atualizada em 03/07/2021 20h24

Roberto Kovalick, 56 anos, apresentador e editor-chefe do "Hora 1", que vai ao ar às 4h na Globo, vê grandes vantagens em viver com horários trocados.

A principal delas: poder passar mais tempo com a família.

O jornalista conta, no entanto, que tem de adotar estratégias para "enganar o cérebro" e regrar o relógio biológico para dormir à tarde e encarar a madrugada de trabalho; uma delas é usar óculos escuros em casa depois do expediente.

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Kovalick está desde 2019 à frente do "Hora 1", que passa por mudanças a partir de segunda.

Ele conversou com Splash por volta das 13h, enquanto almoçava com a família e narrava uma bronca que a mulher, Karina, dava na filha do casal, Kiara, que faz 7 anos hoje:

Quantas pessoas conseguem fazer isso? Eu levei a minha filha para andar de bicicleta no parque Ibirapuera ontem. Consigo ter uma vida com mais contato com a família.

O ônus é ter de dormir de tarde. Ele conta que foi a um médico especialista e, desde então, usa óculos escuros à tarde para "enganar o cérebro".

Brinco com minha filha com os óculos e, às 15h, estou com sono.

Globo/ Mauricio Fidalgo - Globo/ Mauricio Fidalgo
Roberto Kovalick no novo cenário do 'Hora 1'
Imagem: Globo/ Mauricio Fidalgo

Mudança no 'Hora 1'

O jornalista está empolgado com as iminentes mudanças no programa. O "Hora 1" será transmitido, agora, do mesmo estúdio de onde o "Jornal Hoje" e o "Jornal da Globo" são transmitidos.

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É um cenário solar, de sol rompendo a madrugada. Teremos o frescor e a rapidez da notícia. Quando amanhecer, as pessoas vão ver o sol entrando pelas janelas da redação.

Outra mudança será a interatividade do programa. Kovalick e sua equipe querem que o jornal converse cada vez mais com seu público, utilizando informações, fotos e vídeos enviados por espectadores.

Globo/ Mauricio Fidalgo - Globo/ Mauricio Fidalgo
Roberto Kovalick está à frente do jornalístico desde 2019
Imagem: Globo/ Mauricio Fidalgo
A gente quer que as pessoas nos ajudem a fazer o jornal. Se está nevando na Serra Catarinense às 4h30, o telespectador pode nos mandar um vídeo ou uma foto, e a gente dá ao vivo.

Jornalismo com humanidade

Kovalick foi notícia em junho ao chorar quando noticiou o ataque a uma creche em Chapecó (SC), que deixou cinco vítimas: três crianças e duas funcionárias foram assassinadas.

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Essa não foi a primeira vez em que me emocionei, tanto de forma positiva, quanto de forma triste. Eu me coloquei no lugar do pai que sofre. O jornalista tem de ter empatia.

Ele diz que um de seus maiores orgulhos é o de ter feito com que o "Hora 1" contasse histórias inspiradoras e motivadoras em plena pandemia.

Você não pode acordar de manhã e ter a impressão de que o mundo vai acabar. A gente tem de dar esperança para as pessoas.

Ele diz que, ao lado de sua equipe, decidiu que o melhor caminho editorial do jornalístico seria dar vazão aos sentimentos.

A gente adotou no 'Hora 1' o mantra: 'deixa a emoção correr'. Quando você toma café da manhã com a família, você não divide apenas informações, você divide emoções.
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Globo - Globo
Roberto Kovalick como correspondente na Austrália
Imagem: Globo

História

Kovalick tem estrada. Ele se formou em 1986 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e diz que, desde os 16 anos, quando assistiu ao filme "Todos os Homens do Presidente" (1976) soube que seria jornalista.

O filme mostra como o trabalho de repórteres levou à renúncia do presidente norte-americano Richard Nixon. Queria deixar minha marca, e essa era a profissão que me permitiria isso.

Kovalick trabalhou entre 1987 e 1990 na Rádio Gaúcha. Passou os próximos dez anos na TV Globo do Rio de Janeiro e, nos cinco anos seguintes, bateu ponto na filial da Globo em Brasília.

Em seguida, foi correspondente internacional. Foram três anos nos Estados Unidos, cinco anos no Japão e três anos no Reino Unido.

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Roberto Kovalick viveu cinco anos no Japão: experiência marcante
Imagem: Globo

Cobertura marcante

Kovalick diz que a cobertura que mais marcou sua carreira foi a dos terremotos e tsunamis na península de Oshika, no Japão, em 2011, que culminou em 15,8 mil mortes.

Falando a familiares preocupados com entes queridos, de uma grande comunidade de brasileiros no país, ele diz que sentiu a importância de sua função.

Quando vou à Liberdade [bairro nipônico em São Paulo], ainda falam comigo sobre essa cobertura. Fui celebridade por lá. Tenho orgulho de ter tratado o assunto com muito respeito.

O âncora vê a vivência de dez anos como correspondente internacional como um dos maiores trunfos na carreira.

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A experiência me ajudou a saber mostrar ao espectador por que tal coisa é importante, por que afeta a vida dele, mesmo achando que é uma realidade distante.