Voos de outros brasileiros ao Mundial tiveram sono, 'treino' e champanhe

Nino deitado dormindo. Raphael Veiga com tanto espaço a ponto de fazer exercícios físicos. David Luiz, Gerson e outros espalhados nas cadeiras da classe executiva.

O cenário dos voos dos clubes brasileiros que antecederam o Botafogo no Mundial de Clubes foi bem diferente do relato da viagem para o Intercontinental deste ano.

Para além de uma distância mais tranquila em relação aos últimos jogos realmente competitivos, a própria viagem, em si, foi um tempero a mais que deu mais certo para Flamengo, Palmeiras e Fluminense.

Desde 2019, eles são os campeões da Libertadores. Todos viajaram em voo fretado. Até aí, o Botafogo fez igual. Mas a estrutura e o clima do voo, quanta diferença dos relatos.

Os palmeirenses brincavam até com o kit de higiene que fica nos assentos. Danilo e Patrick de Paula brincavam com os botões dos comandos.

Veiga faz atividade física no voo do Palmeiras para o Mundial em Abu Dhabi
Veiga faz atividade física no voo do Palmeiras para o Mundial em Abu Dhabi Imagem: Fabio Menotti/Ag.Palmeiras

"Ai, Ai, muito bom viajar para Abu Dhabi", brincava o volante enquanto pedia "aguitcha" para a comissária de bordo. Gabriel Menino não perdeu a piada e pelo menos traduzir o "water" que o companheiro queria.

Nas duas vezes que foi ao Mundial, o Palmeiras usou um avião da Qatar Airways, famosa por ter uma das melhores classes executivas do mundo.

Na primeira viagem, em fevereiro de 2021, a pandemia ainda estava bem presente na rotina. Na segunda, já havia maior flexibilização. Mas o uso de máscara nos voos era regra.

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Ainda assim, tinha tanto espaço que os jogadores fizeram um treino no avião. Movimentação física e cognitiva.

A delegação do Fluminense, em 2023, também usou avião da Qatar Airways para ir à Arábia Saudita. Jogadores e comissão técnica ainda foram acompanhados por mulheres e crianças.

Foi um fretamento considerado caro pela diretoria, só que o valor recebido de premiação no Mundial cobriu os custos do avião e logística. A ida e a volta foram no mesmo modelo.

Os jogadores ficaram na executiva. Quem era da delegação e não tinha cadeira na área premium conseguiu se espalhar ao longo do avião, nas poltronas do corredor central. Mas não no chão.

"Tem que aproveitar ao máximo, com uma taça de champanhe", dizia Germán Cano na primeira classe do voo do ano passado.

No caso do Flamengo, até a distância em relação ao destino final foi vantagem na comparação com o Botafogo. O Mundial 2022 foi disputado no Marrocos, justamente onde o voo alvinegro parou para reabastecer, "quebrando" a viagem e aumentando o tempo até Doha, neste ano.

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No caso do Botafogo, até o zagueiro Alexander Barboza trouxe à tona o problema no voo. Falta de espaço, poltronas que reclinavam pouco e assentos da classe executiva ocupados por dirigentes — e não jogadores. E olha que o avião era emprestado pelo New England Patriots, da NFL.

Tudo isso entrou na conta para atrapalhar o Botafogo diante do Pachuca. O preço acabou sendo 3 a 0 e eliminação precoce no Intercontinental.

7 comentários

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Hiroshi Suzuki

Não foi por causa disso que levou um 3 x 0, invente outra !

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Enzo Mazzamuto Effori

Pra se tornar jogador de futebol, você cresce jogando descalço em asfalto quente e chão de terra batida com pedregulho. No início de carreira, enfrenta longas viagens de ônibus, muitas vezes em pé, e em veículos capengas e lotados, fazendo inúmeras baldeações para chegar aos jogos. Treina sob condições adversas, calor intenso, chuva, falta de estrutura adequada, sol quente do meio dia. E depois de tudo isso, não aguenta a inclinação de uma poltrona almofadada de um avião super equipado?

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Dimitri Leite Elias

Em 1981, o Flamengo fez 10 jogos em 28 dias (entre 8 de novembro e 6 de dezembro), média de um jogo a cada três dias, disputando Libertadores, Mundial e Carioca. Ganhou os três campeonatos. Fez um voo até o Japão, com escala em Los Angeles, e meteu 3 a 0 no campeão europeu (Liverpool). 

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