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Bap dá tiro no pé ao colocar em dúvida permanência de Filipe Luís no Fla

Peixe morre pela boca. Candidato, também! Em entrevista para o UOL anteontem e num debate no Globo, ontem, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, repetiu que não pode garantir a permanência de Filipe Luís no comando do time rubro-negro porque dependerá da opinião do futuro diretor executivo que contratará - muita gente garante já estar acertado com o português José Boto, 58 anos, com passagens pelo Benfica, de Portugal, PAOK, da Grécia, e o NK Osijek, da Croácia.

É assustador que um empresário que se diz tão vitorioso não tenha a sensibilidade e a inteligência suficientes para perceber que se há algo intocável no Flamengo hoje em dia é o novo técnico, autêntico diamante bruto, já brilhando em seu começo avassalador após substituir Tite, com impressionante vantagem sobre o ex-treinador da seleção brasileira nas duas últimas Copas em todo e qualquer aspecto.

Ah, dirão os defensores de Bap: o que ele está querendo reforçar apenas é a importância da nova hierarquia profissional do futebol. Nela, quem escolhe o treinador é o executivo contratado para tocar o departamento. Diria meu sábio e saudoso pai: explica, mas não justifica. A mais leve possibilidade de que Filipe Luís não seja mantido é tão absurda quanto suficiente para que muitos votos mudem de lado.

Quem garante que Bap não acertou com Boto e este já teria no bolso um treinador, português como ele, engatilhado para assumir o Flamengo? E que Filipe Luís seria realocado no clube (algo que ele, certamente, não aceitaria, ainda mais agora que já está sendo reconhecido pelo mercado como um dos jovens treinadores mais promissores do Brasil).

Bap já dera outro tiro no pé ao dizer, para um grupo de sócios, que o estádio próprio deveria ser um plano para "daqui a oito anos". Depois se desmentiu, garantindo que não disse o que disse, mas a verdade é que muitos sócios preferem a certeza de Landim/Dunshee, em relação à futura casa do clube, por ter dúvida se ela sairá do papel com outro presidente.

Agora, surge esta questão de Filipe Luís. Novamente por inabilidade do candidato, conhecido por boas doses de arrogância e extrema dificuldade de ouvir opiniões contrárias às suas. Se a situação, que bem ou mal contratou Filipe e lhe deu um contrato até o final de 2025, souber usar bem essa incrível bobeada, as chances de eleição de Dunshee de Abranches aumentam exponencialmente.

Seja quem for o próximo dirigente profissional do futebol, condição "sine qua non" para sua contratação deveria ser: Filipe Luís é o técnico, entendeu? E você vai adorá-lo com a torcida já o adora.

Simples assim.

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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