O placar bailarino na noite do Estádio da Luz

Ontem, ao terminar o clássico Benfica 4, Barcelona 5, impactado com o que acabava de ver, pensei em interromper mais uma vez as férias do blog e desisti.
Egoísta, pensei em guardar só para mim o que estava sentindo em torno de tudo que havia visto.
A descrição, para quem não viu, está AQUI
Placares bailarinos são, em regra, frutos mais de erros que de grandes atuações e o jogo em Lisboa cumpriu o receituário.
O que não invalida o turbilhão de emoções que causou.
O Benfica sai na frente em seu primeiro ataque, toma o empate em pênalti desnecessário, faz 2 a 1 numa lambança inenarrável do goleiro do Barça ao se chocar com o zagueiro quase na intermediária, e ainda faz o 3 a 1 antes do fim do primeiro tempo, em pênalti cometido pelo goleiro.
Cai uma tempestade tropical no inverno lusitano e nada indicava reação catalã quando o goleiro benfiquista devolve uma bola na cabeça de Raphinha, fora da área, e ressuscita os espanhóis.
Quando o empate era iminente, acontece o 4 a 2, em gol contra, quando o goleiro estava na bola.
Pronto, acabou. Que nada!
Novo pênalti bobo recoloca o Barça no jogo: 4 a 3, aos 77 minutos.
Aí a pressão espanhola se torna insuportável e o empate heroico e redentor acontece aos 85.
O Benfica não tinha motivo algum para estar satisfeito, ao contrário, mas o temor de ainda levar a virada falava alto, enquanto o Barcelona que tinha tudo para estar satisfeito ainda queria mais, mesmo sem fazer questão absoluta.
Então, aos 88, Di Maria tem o 5 a 4 em seus pés e vê o goleiro se redimir em milagre que impede a vitória dos anfitriões.
Mas eles não desistem e em lance confuso dentro da área, aos 95, em bate-rebate com reclamação de pênalti, quase fazem o quinto gol.
Ao aliviar o terror, bola esticada para Raphinha ainda antes do meio de campo, permite ao brasileiro invadir a área, driblar o zagueiro e estabelecer a virada histórica, inesquecível, epopeica, sob um aguaceiro que parecia anunciar o fim dos tempos.
O VAR verifica se houve o pênalti reclamado que mudaria tudo, anularia o gol espanhol e daria a chance de vitória aos portugueses, mas, de fato, falta não houve.
E o Barcelona voltou para a Espanha como se tivesse vencido a Champions.
Falta muito ainda, muitíssimo, nem o mata-mata começou, mas, de fato, jogos como o vivido ontem contam por que o futebol é das melhores invenções da humanidade, se não for a melhor.
Tarde digna para coroar as férias, embora ainda reste uma semaninha para a volta ao batente.
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