Briga no banheiro fez desafeto de Leila conseguir liminar contra Palmeiras
O ex-conselheiro Leandro Bafume entrou na Justiça contra o Palmeiras após agressão e briga no banheiro que culminou com sua suspensão do quadro associativo do clube alviverde. No processo, ele conseguiu uma liminar para concorrer a um cargo no Conselho Deliberativo na eleição em fevereiro.
As versões sobre o episódio são distintas. De acordo com o Palmeiras, ele havia sido suspenso preventivamente por 90 dias após, comprovadamente, agredir outro associado com uma cabeçada, dentro do clube social. "As imagens da agressão foram captadas por câmeras de monitoramento interno e fornecidas ao comitê de sindicância que apura o caso", disse o clube, em nota.
O Palmeiras acrescentou que "o associado em questão já passou por outros dois processos de sindicância, em razão de condutas inadequadas dentro do clube".
A defesa de Leandro diz outra coisa sobre o episódio. À coluna, informaram que a discussão ocorreu dentro do vestiário infantil e foi motivada pelo fato do outro associado estar usando de porta aberta o banheiro naquele local. Assim, quando o ex-conselheiro entrou no banheiro acompanhado da filha pequena e viu que havia um adulto usando o sanitário naquele espaço e de porta aberta, ele o abordou e chamou a atenção, o que desencadeou toda essa questão.
Em seu processo contra o Palmeiras, aberto nesta terça-feira (14) na Justiça de São Paulo, Bafume também afirmou que foi empurrado pelo outro sócio. Segundo ele, o homem o xingou, além de tê-lo empurrado e colocado o dedo em sua cara na frente da menina.
Na versão de Bafume, o sujeito teria lhe encarado e saído do banheiro aos gritos, dizendo que iria fazer uma reclamação no clube e que "sabia que Bafume era desafeto da presidente Leila Pereira". Minutos depois, o homem lhe mostrou um papel dizendo que havia aberto uma sindicância contra ele, e que "aquela reclamação certamente faria a alegria da presidente".
Ainda de acordo com o ex-conselheiro, após o conflito, eles foram separados por um segurança do clube. Ele diz que o Palmeiras se negou a fornecer uma cópia das imagens das câmeras de segurança que teriam flagrado esses momentos e aponta que o comportamento do clube é "de caráter escuso".
Ele também alega que, dois dias depois, recebeu uma notificação de uma punição preventiva de 90 dias aplicada por Leila, mesmo que tenha apenas tentado se defender no banheiro infantil. Bafume se diz vítima de "perseguição política" no caso.
Conforme verificou a coluna, ele já foi ouvido pela sindicância e pediu para ser suspenso por um mês, de modo a concorrer ao Conselho. Além disso, o associado agredido é parente de uma pessoa que faz parte do mesmo grupo político do ex-conselheiro.
A defesa de Leandro acrescentou que não ocorreu a cabeçada alegada pelo Palmeiras e que as imagens mostram eles se empurrando testa com testa, sendo algo recíproco, até que o segurança chegou e afastou o outro rapaz, sem ocorrer nenhum movimento de cabeçada e nem lesão ao outro associado.
Leandro também realizou uma reclamação contra o outro sócio, mas essa reclamação sequer foi enviada para o Setor de Sindicância. Por fim, o outro associado estava em vias de entrar em composição com Bafume, situação em que um se desculparia com o outro e encerrariam a questão, mas, um dia antes da suspensão preventiva aplicada pela presidente, ele parou de responder.
Entre seus pedidos à Justiça, Bafume solicitou que o Judiciário lhe conceda uma liminar que cancele sua punição, a suspensão do edital para eleição do Conselho, a determinação de urgência na apreciação da sindicância sobre seu caso e ainda o reestabelecimento de seus direitos políticos, além de multa ao Palmeiras caso descumpra quaisquer ordens do tribunal.
De tudo, conseguiu a liminar para concorrer ao Conselho mesmo suspenso.
Desafeto de Leila
Em 2023, o ex-conselheiro foi processado pela Crefisa, da presidente Leila Pereira, por difamação, com um pedido de indenização de R$ 100 mil, após divulgar uma campanha pedindo para que os torcedores usassem o termo "Cretina" no lugar da empresa no uniforme palmeirense.
Segundo divulgou o colunista do UOL Danilo Lavieri, Bafume e Leila tinham ótima relação, inclusive com fotos e declarações públicas mútuas de apoio. O relacionamento se desgastou após críticas dele à gestão da presidente. Ele tentava a reeleição como conselheiro naquela época, mas foi expulso da chapa Palestra e impedido de entrar na UVB. Por conta disso, não pôde participar da eleição e deixou o cargo. Na ocasião, a versão que circulou nas alamedas era que a movimentação nos bastidores tinha sido ordem de Leila. Esse foi o tema de alguns dos posts de Bafume nas redes sociais.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.