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Caio Magri

Quem não deve não foge, Weintraub!

23/06/2020 04h00

Quando o Diário Oficial da União publicou no dia 20/06 por volta do meio-dia, em edição extra, a exoneração de Weintraub do Ministério da Educação ele já estava em Miami, um dos dez destinos preferidos por fraudadores, traficantes, sonegadores fiscais e corruptos. Da forma como está acontecendo não deu nem tempo de limpar as gavetas. Weintraub é investigado em dois inquéritos no STF.

O fugitivo, protegido pelo governo Bolsonaro, está correndo atrás de uma vaga de diretor executivo do Banco Mundial (BM).

O Banco Mundial é a maior instituição financeira internacional e tem como missão combater a pobreza e promover a prosperidade. 189 países são seus sócios, como uma cooperativa.

Como é possível que Weintraub possa ocupar este cargo em nome do Brasil, representando a Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago?

Ele publicou em redes sociais ofensas à China e aos chineses, motivo de um inquérito por racismo no STF.

No vídeo da reunião ministerial ele diz: " Eu odeio o termo 'povos indígenas', odeio esse termo. Odeio. O 'povo cigano'."

Como ele pode ser nomeado sendo racista e supremacista?

Esses oito países que o Brasil representa têm a maioria absoluta de seu povo formados por povos originários, a população indígena, e a população negra. Será uma vergonha internacional se os governos destas nações aprovarem o nome de Weintraub.

O Banco Mundial tem mecanismos de integridade poderosos para seus funcionários e parceiros de negócios.

Nas "Diretrizes da Vice-Presidência de Integridade do Grupo Banco Mundial" está escrito, no primeiro de seus onze artigos: " Proibição de Conduta Imprópria: uma proibição claramente articulada e visível de Conduta Imprópria (fraude, corrupção, conluio e práticas coercitivas) a ser expressa em um código de conduta ou documento ou comunicação semelhantes ; e em seu artigo 4.1 : " Devida diligência dos funcionários: Avaliar funcionários atuais e futuros com qualquer autoridade para tomar decisão ou em posição de influenciar resultados de negócios, inclusive gerentes e membros da Diretoria Executiva, a fim de determinar se adotaram Conduta Imprópria ou outra conduta incoerente com um Programa de Cumprimento da Integridade eficaz.

Não é possível que, com estas políticas internas, a governança do Banco Mundial permita que Weintraub venha a exercer o cargo de diretor executivo.

Vamos todos acionar e escrever para a atual vice-presidente de integridade do BM, Lisa K Miller para denunciar a violação em marcha e abertura imediata de uma investigação para avaliar a nomeação de Weintraub à luz do Código de Conduta do Banco Mundial.