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Caio Magri

Uma rede para fazer diferença

09/05/2020 04h00

A pandemia da COVID 19 trouxe novas incertezas para as nossas vidas. Como viver durante a crise? Quais as consequências? Como sairemos dessa? E a família, a escola, o emprego e o trabalho?

A pandemia do novo coronavirus traz morte e também muitas dúvidas. Quando começou? De onde veio? Como prevenir, resistir e curar? E a vacina?

Como se não bastasse o "tsunami" está pessimamente acompanhado por projeções falsas, "fake news", adoração de mitos e desqualificação da ciência. Flertam com a barbárie!

E as certezas? Temos algumas.

Deixando o rei nu, revela-se que não produzimos valor nem riqueza sem o trabalho humano. Aquele mesmo que o governo Bolsonaro, o Congresso Nacional e o STF destroçaram com as reformas trabalhistas e com o fim da seguridade social. A destruição dos direitos fundamentais do trabalho é unanimidade e omissão nacional de todas as instituições republicanas. Mas isso é assunto para outro momento.

Revela-se também, deixando o rei ainda mais nu, que sem pesquisas, sem experiências vividas e sem a ciência não há saída, não há futuro possível.

Outra certeza é de que precisamos apoiar e divulgar os esforços e resultados dos novos conhecimentos produzidos pelos cientistas e pesquisadores emprenhados em enfrentar a maior crise global de saúde da história.

E como estes conhecimentos são capazes de melhorar o trabalho de todos aqueles preocupados com as ações concretas que têm impacto na vida da população?

Hoje quero compartilhar a iniciativa "Rede de Pesquisa Solidária".

É uma rede de natureza inédita pois reúne diferentes áreas da ciência como biologia, humanidades e exatas. E se articula com instituições de pesquisa brasileiras, como as mais relevantes universidades públicas, e instituições internacionais como as universidades de Chicago e Oxford.

A Rede é formada por dezenas de pesquisadores voluntários, sem qualquer remuneração pelas tarefas realizadas, e que estão produzindo novos dados e resultados para orientar e qualificar as políticas públicas nas esferas federais, estaduais e municipais e também as ações da sociedade civil e do setor produtivo.

A Rede busca resultados concretos e novos dados em quatro áreas: monitoramento de políticas públicas; monitoramento da opinião pública e de lideranças comunitárias; mercado de trabalho e renda e proteção social e políticas emergenciais para mitigar os impactos sobre o mercado de trabalho.

A Rede produz semanalmente um boletim com os resultados de uma pesquisa concreta que deve responder às perguntas mais críticas sobre os cenários da pandemia.

Vejamos um bom exemplo de resultado com uso imediato.

Na última semana, a Rede anunciava a necessidade urgente de ampliar e aprofundar as medidas de distanciamento social nas cidades.

De posse desta confiável e pública informação em mãos os governadores e prefeitos, que tem defendido um maior controle da quarentena, podem comprovar com evidências irrefutáveis as suas decisões. Fato e ação imediata.

Este é ano de eleições municipais e mais do que nunca nossas escolhas serão fundamentais.

Vamos decidir quem vai governar as cidades pelos próximos quatro anos. Decidir entre quem propaga e flerta com a morte ou em quem defende a vida!

#FiqueEmCasa