T5 estreia câmbio CVT da JAC por R$ 69.990
Preço promocional de lançamento, R$ 69.990, deve durar pouco tempo
Mesmo com a situação complicada que enfrenta há alguns anos, a chinesa JAC Motors decidiu fazer mais uma aposta no Brasil. Nesta semana, a marca começa a entregar para suas 22 concessionárias unidades do SUV compacto T5 equipadas com câmbio CVT (relação continuamente variável), que se assemelha a um automático convencional -- sem pedal de embreagem e com alavanca de transmissão com o padrão tradicional (P, R, D e S) --, mas não tem marchas.
"Apesar de ser CVT, ele simula seis marchas e dá para trocá-las pela própria alavanca", afirma Sérgio Habib, presidente do Grupo SHC, importador oficial da JAC no Brasil.
O executivo a partir de agora vai priorizar as unidades automáticas do T5, que deverão corresponder por praticamente 75% das vendas da fabricante nos próximos 12 meses. "Estimamos vender cerca de 300 unidades por mês e só posso trazer 5.000 carros por ano. Enquanto o InovarAuto se mantiver com esse limite de cotas, assim será nosso planejamento", revela Habib.
+ JAC T5 1.5 M/T Pack1 -- R$ 66.990
+ JAC T5 1.5 M/T Pack2 -- R$ 69.990
+ JAC T5 1.5 M/T Pack3 -- R$ 72.990
+ JAC T5 1.5 CVT Pack3 -- R$ 74.990 (preço promocional de lançamento: R$ 69.990)
Importante frisar que a versão com câmbio manual foi lançada no começo do ano custando R$ 7 mil a menos do que hoje, mas não há como deixar de reconhecer a boa sacada de Sérgio Habib ao anunciar o T5 CVT "com câmbio automático grátis", justamente por conta do preço promocional das primeiras unidades.
O T5 é o segundo carro chinês (de volume) vendido com transmissão sem pedal de embreagem; o Chery Tiggo, ainda à venda a partir de R$ 53.990, embora totalmente defasado, foi o primeiro.
O câmbio CVT em questão é produzido pela austríaca Punch e se acopla ao mesmo motor da versão manual, o 1.5 VVT JetFlex de de 125/127 cv de potência e 15,5/15,7 kgfm de torque (gasolina/etanol).
Recheado "por R$ 20 mil a menos"
De acordo com Habib, a vantagem do T5 é oferecer o mesmo o mais conteúdo que seus concorrentes custando "R$ 20 mil a menos". A lista de equipamentos da versão de entrada, a Pack1, inclui os obrigatórios freios com sistema ABS (antitravamento) e airbag duplo; controle de tração; sensor para monitoramento de pressão dos pneus; alarme, vidros e travas elétricas; direção com assistência elétrica; ar-condicionado digital com função automática; sensor de estacionamento traseiro com câmera de ré; retrovisor interno antiofuscante; computador de bordo (com hodômetro, consumo médio e instantâneo, autonomia, velocidade média e tempo de viagem); chave canivete e rodas de liga leve aro 16.
Já o T5 com o pacote 2 recebe bancos de couro, faróis de neblina, rack de teto, controle de estabilidade e luzes diurnas de LED (DRL); o Pack3 tem tudo que já foi citado e agrega ao conjunto a central multimídia com tela tátil e função de espelhamento de smartphones.
Como anda
O T5 segue sendo o melhor JAC à venda no Brasil e a fabricante acerta em dar prioridade a ele nas vendas. Não tão exagerado quanto o T6, ele é ótimo para os fãs de suvinhos que precisam rodar na cidade durante o dia a dia, justamente por conta das dimensões -- são 4,32 metros de comprimento, 1,76 m de largura, 1,62 m de altura e 2,56 m de entre-eixos. Isso significa que o espaço interno é maior que do Ford EcoSport, por exemplo, mas um pouco menor que o de Honda HR-V e Jeep Renegade. Mas isso é recompensado no volume de porta-malas: 600 litros, o maior de todos.
Outro fator que vale destacar são os freios a disco nas quatro rodas que poucos rivais possuem -- a maioria do segmento segue utilizando freios a tambor no conjunto traseiro.
Mas apesar de todas as virtudes até aqui, há alguns pontos que ainda ficam abaixo se forem comparados ao dos rivais. O motor é o mais fraco e segue insuficiente para seus mais de 1.200 kg -- na prática, quem guia o T5 precisa prever ainda mais cedo os movimentos dos carros ao redor para realizar uma manobra, já que as arrancadas e (principalmente) retomadas de velocidade são bem demoradas.
Isso precisa ser ressaltado para quem pega estrada com frequência: fazer o carro chegar a 120 km/h sem afundar o pé no acelerador, por exemplo, exige tempo e paciência. O câmbio CVT cumpre bem seu papel de dar descanso ao pé esquerdo do motorista, sim, mas a cidade é sua zona de conforto.
Durante o teste realizado por UOL Carros, em percurso predominantemente rodoviário, a média registrada no computador de bordo, lembrando que havia etanol no tanque, foi de 8,9 km/l, valor considerado ruim para a categoria.
E por dentro?
Fora isso, o acabamento pode ser nivelado ao que existe de melhor oferecido por um carro chinês no Brasil, mas isso não significa ser ótimo ou estar no mesmo patamar que os concorrentes: ainda há bastante plástico duro, em exagero na parte superior do painel central, e alguns encaixes desalinhados em alguns pontos.
Já a central multimídia da Foxconn é bem interessante e traz, no mínimo, o mesmo nível tecnológico que o dos melhores sistemas existentes no mercado -- embora os barulhos desafinados de cada toque na tela façam questão de deixar claro que ela poderia ser mais... ocidental. Os gráficos são excelentes e a navegação é bastante intuitiva. É possível até espelhar celulares e rebater waze, facebook e até whatsapp para a tela, mas para isso é preciso baixar um aplicativo chamado GP Link. Há, além de tudo, entradas USB e auxiliar no console central, abaixo do ar-condicionado, posicionadas de forma inteligente.
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