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Motos elétricas ganham espaço nas entregas; conheça os modelos

Criada em parceria com o iFood, a moto elétrica Voltz EVS Work custa R$ 9.999, mais o plano de assinatura de bateria - Divulgação
Criada em parceria com o iFood, a moto elétrica Voltz EVS Work custa R$ 9.999, mais o plano de assinatura de bateria Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

07/05/2022 04h00

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Preocupadas em reduzir a emissão de gases poluentes em suas operações, as empresas de logística e delivery estão apostando nas motos elétricas para realizar coletas e fazer entregas. Outro argumento a favor dos modelos movidos a bateria é que reduz os gastos com gasolina e manutenção dos veículos.

Em abril, a Voltz Motors, em parceria com o iFood, apresentou a EVS Work, uma versão mais simples e menos potente da moto elétrica EVS. O modelo, porém, será vendido inicialmente apenas a entregadores parceiros, por R$ 9.999 - praticamente, a metade do valor cobrado pela EVS convencional. Além do preço menor, os entregadores terão taxas de juros mais baixas e facilidades para adquirir o modelo.

As condições especiais, entretanto, valem apenas para entregadores e só são válidas para a compra da moto, juntamente, com o plano de troca de baterias. Por R$ 129, para quem roda até 2 mil quilômetros por mês, os entregadores poderão utilizar as estações de troca de bateria, instaladas pela Voltz nos postos da rede Ipiranga na capital paulista.

"Nosso incentivo e auxílio viabilizam a escala para o uso de mais uma opção de modal elétrico aos entregadores, impulsionando o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 13, da ONU, que exige ações contra a mudança global do clima, além de oferecer soluções que compensam, financeiramente, a nossos entregadores parceiros", afirma André Borges, head de sustentabilidade do iFood.

Nessa primeira fase do projeto, a EVS Work e as estações de troca de bateria estarão disponíveis, apenas, aos entregadores da capital paulista. Ao todo, haverá 100 estações de troca de bateria na cidade de São Paulo até abril, garante Renato Villar, CEO da Voltz Motors.

estações de troca de bateria - Divulgação - Divulgação
Entregadores poderão trocar as baterias nas mais de 100 estações em São Paulo; plano de assinatura parte de R$ 129
Imagem: Divulgação

"Fizemos testes com 30 entregadores, durante seis meses, e mapeamos os locais com maior demanda de entregas para definir em quais postos, iríamos instalar as estações. Essa parceria com o iFood permitiu dar escala às nossas estações de troca. Futuramente, a ideia é liberar a assinatura, também, aos consumidores finais", explicou Villar.

Maior ganho para os entregadores

"Além de beneficiar a população com a redução de emissão de CO2 nos grandes centros, o uso da moto elétrica ainda pode gerar economia para quem depende dela todo dia para trabalhar", explica o head de logística do iFood.

Segundo cálculos da empresa, um entregador que percorra, por exemplo, 2 mil quilômetros, por mês, gasta em torno de R$ 380 de gasolina (quando o litro estava a R$ 6,55). Com a moto elétrica, esse custo cairia para um valor fixo de R$ 129, gerando uma economia de mais de 60%, somente, em combustível.

Se forem considerados os gastos com manutenção da moto a combustão, comparados aos da elétrica, a economia para o entregador chega a 70%. De acordo com a Voltz, não há revisões obrigatórias para fazer valer a garantia de dois anos da moto, mas é recomendável fazer um check-up a cada 5 mil quilômetros em pneus, pastilhas, lonas e fluidos. O custo é de R$ 100, na oficina da marca.

Os entregadores elegíveis para a compra da moto elétrica precisam estar cadastrados na capital paulista, ativos há, pelo menos, três meses, terem realizado, no mínimo, 1.767 rotas e recebido acima de 92,64% de likes dos clientes.

Como é a EVS Work

A EVS Work se diferencia da EVS vendida ao público por ter acabamento mais simples. O objetivo foi reduzir o preço final da versão Work e, também, torná-la mais adequada ao uso profissional.

"A EVS normal tem painel com tela colorida de TFT, rodas exclusivas e um monobraço traseiro. Já a versão Work possui freio a disco simples, na dianteira, balança convencional, na traseira, e painel digital de LCD", explica Renato Villar, CEO da Voltz.

Moto elétrica do iFood - Divulgação - Divulgação
EVS Work tem acabamento mais simples que a EVS; freio a disco simples, na dianteira, e chega só a 85 km/h
Imagem: Divulgação

A velocidade final é de 85 km/h, contra os 120 km/h da EVS "normal". O motor e as baterias, porém, são os mesmos. Com isso, a autonomia também pode chegar a 180 quilômetros, com duas baterias, de acordo com Villar.

Da mesma forma que os proprietários da EVS, os entregadores poderão controlar a EVS Work por meio de um aplicativo. Além de informações sobre a moto, como carga e consumo da bateria, o app para smartphones mostra a localização das estações e serve para liberar a troca.

Os planos de assinatura de bateria variam de R$ 129/mês para rodar cerca de 2 mil quilômetros a até R$ 319 para quilometragem e trocas ilimitadas.

Como estão conectadas à nuvem, as motos são monitoradas à distância, e sua localização é mostrada no app. Os entregadores têm a opção de fazer o bloqueio das rodas, em caso de acionamento por roubo. O serviço de bloqueio não terá custos extras, nesse primeiro momento.

FedEx também vai testar motos elétricas no Brasil

Um das maiores empresas de transporte expresso do mundo, a FedEx iniciou em abril um projeto-piloto para usar motos elétricas nas operações logísticas no Brasil. Durante seis meses, três motos elétricas serão testadas em Recife (PE) e Brasília (DF) em operações logísticas de pequenas encomendas que precisam ser entregues ou retiradas em regiões de grande fluxo de tráfego, como os grandes centros urbanos.

Moto elétrica Origem X - Divulgação - Divulgação
Gigante das entregas, FedEx vai testar duas unidades da moto elétrica Origem X em Brasília (DF)
Imagem: Divulgação

A FedEx vai testar uma unidade da Voltz EVS Work, na capital pernambucana, cidade de origem da empresa, e duas da Model-X, da Origem Motos, startup de Brasília, que criou uma moto elétrica por "assinatura".

Pelo valor de R$ 1000/mensais, que já inclui os custos de seguro, documentação, manutenção e rastreador, e as trocas de bateria nos pontos criados pela Origem, as empresas interessadas podem alugar a moto elétrica, criada e produzida no Brasil.

A escolha dos fornecedores também se alinha com a missão da FedEx de promover e apoiar o crescimento sustentável de pequenas e médias empresas.

Eduardo Araújo, diretor de logística da FedEx no Brasil, conta que o projeto-piloto analisará a autonomia das motos, levando em consideração os perfis da rota e do condutor, o peso da carga e a distância a ser percorrida.

Origem X - Divulgação - Divulgação
Startup Origem, criada no Distrito Federal, oferece moto elétrica por "assinatura" para empresas; mensalidade é de R$ 1.000
Imagem: Divulgação

"Com essa iniciativa, a FedEx dá mais um passo em direção ao futuro sustentável que almeja. A partir de um resultado positivo, planejamos estudar a inclusão de motos elétricas na nossa frota em um futuro próximo", conclui o executivo.

A meta global da FedEx é que 50% das compras de veículos de coleta e entrega da empresa até 2025 sejam modelos elétricos, aumentando para 100% de todas as compras até 2030.