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Motociclistas se arriscam e usam tag de carro para 'furar' fila no pedágio

Quem costuma viajar de moto aos finais de semana ou feriados, vez ou outra, precisa enfrentar enormes filas nos pedágios das rodovias. Isso porque, até hoje, ainda não existem tags de pagamento automático para motos no Brasil.

Dessa forma, todo motociclista precisa entrar na fila e pagar o pedágio em dinheiro - ou com cartões por aproximação, solução já aceita em algumas praças. Entretanto, alguns motociclistas encontraram uma forma de "furar" as filas de pedágio e passar nas cancelas de pagamento automático.

Recentemente, viralizou nas redes sociais um vídeo no qual um internauta ensina como as motos podem aproveitar a facilidade do pagamento automático. O motociclista, simplesmente, usa uma tag de carro para passar nas cancelas automáticas.

Com uma tag do Itaú com tecnologia da ConectCar afixada no parabrisa da moto, o motociclista, passa tranquilamente pela faixa de pagamento automático. O valor, contudo, é o mesmo cobrado dos automóveis, ou seja, o dobro da tarifa de uma moto. Isso porque trata-se de uma tag para carros e não para motos.

Motos podem usar tag de carro?

Consultada, a ConectCar afirma que não possui uma solução de pagamento automático para motocicletas. Pois, segundo a empresa, o uso de tag em motos representa um risco para os motociclistas, uma vez que não existem cancelas automáticas exclusiva para esse tipo de veículo.

Por e-mail, a ConectCar afirmou "em casos como o identificado, no qual o condutor usou o serviço de forma indevida, a empresa adverte o usuário por questões de segurança e, posteriormente, bloqueia a tag e cancela a adesão". A empresa diz que atua conforme as leis e regulamentações das agências reguladoras competentes.

No caso das rodovias paulistas, a agência reguladora é a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). A agência informa que o uso de tags em motos não é permitido em nenhuma das praças de pedágio das rodovias do Programa de Concessões do Estado. Afinal, embora sejam isentas do pedágio em novas concessões de rodovias federais, as motos ainda precisam pagar pedágio em estradas estaduais e concessões mais antigas.

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De acordo com a Artesp, o uso do dispositivo por um veículo que não esteja cadastrado pode levar a não abertura da cancela por problema no reconhecimento do tag, o que coloca em risco o motociclista. Caso haja alguma falha, por exemplo, como a cancela não abrir, uma colisão traseira pode acontecer.

Segundo a Artesp, motos devem pagar pedágio apenas nas cabines manuais
Segundo a Artesp, motos devem pagar pedágio apenas nas cabines manuais Imagem: Infomoto

O autor do vídeo, inclusive, alerta para esse risco. Segundo ele, não se deve usar a tag na frente de caminhões e outros veículos pesados. Entretanto, até mesmo colisões com automóveis e SUVs podem ocorrer se a cancela não abrir.

O ideal seria, segundo especialistas, a criação de uma cancela automática exclusiva para motos. A questão, porém, é que falta uma regulamentação por parte das agências reguladoras e iniciativa das concessionárias de rodovias.

Pioneira e líder do mercado de pagamentos automáticos, a Sem Parar afirmou à coluna, por e-mail, que "o uso das tags em motocicletas é uma questão que necessita de regulamentação pelos órgãos competentes. Sem Parar não comenta sobre assuntos que envolvam as concessionárias e outras tags."

Caso a cancela não abra e, mesmo assim, o motociclista passe pelo pedágio sem pagar, trata-se de infração de trânsito. A Artesp alerta que, no caso de passagem sem a autorização, o motociclista está passível de autuação por evasão de pedágio, de acordo com o art. 209 do CTB.

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De acordo com nota da Artesp, "os motociclistas podem realizar a passagem pelas praças de pedágio onde são tarifados utilizando-se de quaisquer cabines manuais em operação." Em resumo, para a Artesp, os motociclistas terão de continuar enfrentando longas filas e levando o dinheiro trocado para pagar o pedágio.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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