'Dedos de salsicha' de Charles chamam atenção; o que pode causar inchaço?
As mãos inchadas de Charles 3º, coroado neste sábado (6), voltaram a chamar atenção nas redes sociais. Isso já tinha acontecido quando ele foi proclamado rei da Inglaterra em uma cerimônia em setembro de 2022.
Também não é a primeira vez que a saúde do monarca desperta curiosidade: antes, o foco foi a pele avermelhada, devido à rosácea.
'Dedos de salsicha'
Desde 1982, existem registros da condição, inclusive comentada pelo próprio rei. Na biografia Prince Charles, The Man Who Will Be King (2018), o autor Howard Hodgson cita trecho de uma carta que o monarca teria enviado a um amigo após o nascimento do príncipe William.
"Eu não posso dizer o quão animado e orgulhoso estou. Ele tem 'dedos de salsicha' como os meus", relata o livro.
O que pode causar o problema?
Até o momento, a família real não indicou nenhum motivo de saúde para o inchaço de Charles 3º.
No entanto, a retenção de líquido é uma condição comum e está relacionada tanto a hábitos simples, como também pode ser alerta para doenças mais graves.
Ela acontece quando há um acúmulo de água em excesso nos tecidos do organismo, provocando o inchaço em áreas específicas ou mesmo no corpo todo.
O problema ocorre quando um ou mais fatores afetam os mecanismos que mantêm o equilíbrio de água dentro e fora das células, fazendo com que ela fique acumulada no espaço extracelular.
Veja abaixo outros fatores que podem inchar os dedos:
1. Excesso de sal
O sal é o grande vilão da retenção de líquidos por ser rico em sódio, substância que atrai e segura a água no organismo. Para se ter ideia, para cada nove gramas ingeridos, um litro de água é retido no corpo, sendo que o inchaço (ou edema) torna-se visível quando o excesso ultrapassa três litros.
Esse é um dos motivos pelos quais a OMS recomenda o consumo de apenas cinco gramas de sal por dia.
2. Altas temperaturas
Temperaturas elevadas causam a vasodilatação, o que altera a pressão capilar (dos pequenos vasos) e possibilita a liberação de líquidos para os tecidos, resultando em pernas e mãos inchadas principalmente no final do dia.
3. Medicamentos
Alguns medicamentos podem ter a retenção de líquidos como efeito colateral. É o caso de alguns anti-hipertensivos, anti-inflamatórios e dos corticoides.
4. Álcool
O consumo de bebidas alcoólicas aumenta os níveis de glicose e, consequentemente, de insulina —hormônio que capta o açúcar do sangue e provoca maior retenção de líquidos no corpo.
Fora que as bebidas alcoólicas estimulam a comer petiscos que muitas vezes são carregados no sal como embutidos, queijos e salgadinhos.
5. Sedentarismo
Os exercícios físicos ativam a circulação sanguínea e contribuem para diminuir a glicemia e os níveis de insulina, que também geram a retenção de líquidos. Daí a importância de praticar atividade física todos os dias.
6. Falta de vitamina
Apesar de uma situação rara nos grandes centros, o inchaço também pode estar relacionado à deficiência de vitamina B1 ou tiamina, uma vez que a falta desse nutriente gera uma espécie de insuficiência cardíaca.
7. Diabetes
Pacientes com a condição podem apresentar edemas quando já sofrem com uma doença renal crônica. Para se ter ideia, o diabetes é segunda causa desse problema no Brasil, uma vez que agride os rins quando não controlado.
O organismo passa a perder proteína pela urina, diminuindo a pressão oncótica (pressão gerada pelas proteínas) dos vasos sanguíneos, o que leva ao extravasamento de líquido.
8. Artrite
A função do seu sistema imunitário é proteger o corpo de invasores estranhos como vírus e bactérias. Mas pode acontecer de ele atuar de forma equivocada, o que o faz atacar as células saudáveis do seu corpo. É isso o que acontece nas doenças autoimunes, como a artrite reumatoide.
Nesse caso, a hiperatividade desse sistema provoca uma inflamação que acomete principalmente as articulações, mas pode afetar outras áreas do organismo.
9. Outras doenças
Enquanto a retenção de líquidos relacionada ao estilo de vida (consumo de sal em excesso, sedentarismo, obesidade) responde bem quando mudamos nossos hábitos, quando o problema está relacionado a doenças, o paciente não percebe melhoras mesmo fazendo mudanças ou adaptações no estilo de vida. Nesses casos, o médico deverá investigar a existência de quadros mais graves como:
- Doenças renais, como síndrome nefrótica, glomerulonefrite aguda, insuficiência renal crônica;
- Doenças graves no fígado, como cirrose hepática;
- Distúrbio no coração, como insuficiência cardíaca;
- Disfunção nos vasos linfáticos, como linfedema;
- Disfunção na glândula tireoide, como hipotireoidismo.
*Com informações de reportagem publicada em 11/09/2022.
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