O que é ostarina? Anabolizante que suspendeu Thiago Braz imita testosterona

Responsável pela suspensão do campeão olímpico Thiago Braz, a ostarina é uma substância proibida em exames antidoping por seu efeito anabolizante. O fármaco imita a testosterona e pode gerar ganho de massa muscular e melhorar o desempenho de atletas em competições.

O que é a ostarina?

A ostarina não foi criada para ser um anabolizante. Ela foi desenvolvida inicialmente para tratar osteoporose, sarcopenia (perda de massa muscular que ocorre com o envelhecimento e reduz a expectativa de vida em idosos) e outras doenças que afetam o condicionamento físico.

Seu mecanismo de ação envolve o acoplamento nesses receptores androgênicos. Após essa ligação, ocorre a modulação na molécula do receptor, ativando o DNA para promover a formação de massa muscular, entre outros efeitos.

Ela imita a testosterona, mas a diferença está nos efeitos adversos: o atleta que faz o uso da substância pode ter ganho de massa muscular e melhor desempenho em competições. Dessa forma, o uso da ostarina é injusto no ambiente esportivo, visto que, em relação a outros atletas que não a utilizam, cria-se uma superioridade artificial.

O fármaco faz parte da classe com Modulador Seletivo de Receptores Androgênicos ("Selective Androgen Receptor Modulators - SARM", em inglês), proibido no país pela Anvisa em 2021. A decisão foi tomada porque não existe estudo de segurança com essa substância e ela não é indicada para tratar nenhum problema de saúde.

Caso Thiago Braz

Campeão olímpico do salto com vara em 2016 e medalhista de bronze em Tóquio-2020, Thiago Braz não estará nos Jogos Olímpicos de Paris. A AIU ("Athletics Integrity Unit", na sigla em inglês), braço antidoping da World Athletics, anunciou nesta terça-feira (28) uma suspensão de 16 meses para o brasileiro.

Thiago estava suspenso provisoriamente desde julho do ano passado, quando a AIU anunciou que ele havia testado positivo para ostarina. Em março, a entidade anunciou que havia pautado o caso para julgamento, mas a decisão só foi publicada agora.

De acordo com a AIU, Thiago está recorrendo na Corte Arbitral do Esporte (CAS). A única esperança dele é que a entidade, última instância na justiça desportiva, o autorize a competir até o fim do mês que vem, para que ele possa tentar o índice.

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O resultado do exame antidoping pode demorar para resultados conclusivos, pois é necessário prova e contraprova. No ano passado, os jogadores de futebol Manoel, do Fluminense, e Rodrigo Moledo, do Internacional, também foram suspensos devido ao uso de ostarina, que também tirou a jogadora de vôlei Tandara dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020.

* Com informações de reportagem publicada em 30/04/2024.

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