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Queda de cabelo é a reclamação da quarentena; está sofrendo disso também?

Priscila Barbosa/VivaBem
Imagem: Priscila Barbosa/VivaBem

Elisa Soupin

Colaboração para Universa

26/06/2020 04h00

Tem sido uma reclamação comum nas redes sociais a sensação durante a quarentena de que os cabelos estão caindo mais. Pode ser só uma impressão, afinal, com mais tempo em casa, a tendência é observar a queda com mais atenção. Mas também pode estar ligada a fatores emocionais ou indicar algo que não vai bem na saúde.

Universa consultou a dermatologista Juliana Neiva para tirar dúvidas sobre como identificar e tratar a questão. Entre as dicas, a médica recomenda que a lavagem dos cabelos não seja mais espaçada na quarentena, para proteger a saúde do couro cabeludo. Ela faz outras recomendações e indica uma receita caseira para passar nos fios.

Para entender o processo de queda, é preciso entender as fases dos fios. "São três fases distintas, que são fisiológicas e normais do crescimento e do desenvolvimento do cabelo. A fase que se chama anágena, que é a fase de crescimento, dura de 2 a 5 anos. Cerca de 85% dos fios estão nessa fase, por isso o cabelo cresce mais do que cai ou estabiliza", diz Juliana Neiva.

"A outra frase é a em que o cabelo está se degradando, mas está estabilizado, ou seja, ele não cai, mas também não cresce e essa fase é chamada de catágena, que dura de 2 a 4 semanas. E a gente tem uma terceira fase, de expulsão do fio, em que ele cai —ela dura mais ou menos três meses. Essas são as fases de um cabelo normal", explica.

Quando a queda é acentuada

Numa queda de cabelo considerada normal, a média é de 100 fios a menos por dia. Pode parecer que estamos falando de uma grande quantidade, mas não é bem assim: o couro cabeludo conta com 100 mil folículos.

"Quando a gente tem uma mudança dessa proporção [de isolamento social], a gente começa a ter um ciclo de maior queda. Como perceber se a queda é mais expressiva? O fio vai ficando mais em miniatura, mais fino, menos encorpado, ou você começa a ver mais cabelo no travesseiro, na hora de tomar banho, pela casa casa", explica a médica. Esse aumento da queda normal chama-se eflúvio telógeno.

Por que durante a pandemia isso vem acontecendo com mais frequência? Basicamente, porque ficando mais tempo em casa, a tendência é de observar mais a queda dos fios. "A tendência é observar mais a queda dos fios, mas pode não representar necessariamente o aumento da queda", alerta Juliana, sugerindo prestar atenção a isso.

Fatores emocionais podem ter relação (mas não os únicos culpados)

Os fatores emocionais, como o estresse e a ansiedade, podem contribuir para uma maior queda de cabelo. Mas também é preciso analisar outros distúrbios metabólicos que têm ligação com a queda, como alteração de tireoide, aumento da resistência à insulina e distúrbios nutricionais.

Alguém que não esteja se alimentando muito bem, tenha deficiência de ferro ou anemia, pode passar por esse tipo de problema, segundo a dermatologista. Ela também alerta que a queda pode ocorrer com alguém que enfrentou alguma doença nos últimos meses, ou que usou doses altas de corticoide. Pessoas que passaram por quimeoterapia ou pós-parto também estão incluídas naqueles com maiores propensões à queda. Até a regulação intestinal é importante para que a saúde dos fios.

Existe um produto mais indicado?

Se você percebeu que seu cabelo está caindo aos montes, suas escolhas nas prateleiras na hora de comprar podem te ajudar. "Produtos como xampus e condicionadores com menos sulfatos e menos parabenos irritam menos a pele do couro cabeludo, então são importantes para manter essa pele mais saudável. Além disso, o uso de protetores térmicos para uso de chapinhas e secadores é essencial", indica Juliana.

"Gosto de salientar a importância de lavar o cabelo com frequência. Mesmo que seja para ficar em casa, não se deve manter os fios muito tempo sem lavar, porque a higienização do couro cabeludo acaba protegendo a pele, deixando a pele (até do rosto) mais equilibrada."

Alimentos podem ajudar

Para um cabelo saudável, capriche em alimentos que contenham ferro, vitamina B5, vitamina D, zinco, cálcio e cobre. "Alimentos como arroz integral, laticínio, peixe, linhaça, cereais, couve, abacate, frutos do mar e carne vermelha, em quantidade moderada dão essa ajuda", explica Juliana.

A dermatologista também ensina uma receitinha caseira:

  • 3 colheres de sopa de vinagre de maçã
  • um litro de água gelada
  • Misture e aplique durante o banho no couro cabeludo e faça seu último enxágue nos fios, em todo o comprimento