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Look Up trata pálpebras caídas com laser e ultrassom; entenda como funciona

O tempo, a genética e hábitos como o tabagismo e o excesso de exposição solar contribuem para a flacidez das pálpebras - iStock
O tempo, a genética e hábitos como o tabagismo e o excesso de exposição solar contribuem para a flacidez das pálpebras Imagem: iStock

Paula Roschel

Colaboração para Universa

21/08/2019 04h00

Sentir o olhar cansado pode ter relação com o excesso de pele na região das pálpebras. Antigamente, apenas a cirurgia plástica conseguia melhorar tal quadro estético e funcional; uma vez que até a visão pode ser parcialmente reduzida com essa flacidez tecidual. Só que agora, com os avanços da estética, tratamentos que combinam laser e ultrassom microfocado conseguem reverter ou amenizar tal condição de forma não invasiva e, por isso, com recuperação rápida.

O tempo, a genética e os hábitos, como o tabagismo e o excesso de exposição solar, são fatores que contribuem para a flacidez das pálpebras. Se a pessoa quiser reverter o quadro instalado, deve buscar ajuda de especialistas da área médica para avaliar se é necessário algum tratamento e em qual grau de complexidade.

O médico vai avaliar se o "olhar caído" é excesso de pele ou resultado de uma ptose palpebral, que é a condição de não funcionamento adequado da musculatura da região. "Se o músculo que abre as pálpebras não funciona muito bem, ele pode ser corrigido durante a blefaroplastia. Quando o problema é causado pela flacidez do ligamento que segura o formato do olho, que fica nas pálpebras inferiores, este também deve ser reposicionado na operação", explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, de São Paulo.

Antigamente, a cirurgia plástica era a indicação dos médicos para flacidez nas pálpebras. O procedimento deve ser feito no hospital com anestesia local, local com sedação ou geral. A cirurgia leva, em média, duas horas. O paciente, normalmente, tem alta no mesmo dia do procedimento, mas o pós-operatório é incômodo: envolve repouso, compressas frias sobre os olhos, inchaços por alguns dias e retirada de pontos. A cicatriz fica praticamente imperceptível, na dobra de pele que já existe na pálpebra. Na inferior, é colocada sob os cílios. O resultado final demora algumas semanas para aparecer.

Recuperação lenta e efeitos colaterais

Outras indicações pré e pós devem ser levadas em conta no caso da cirurgia plástica na região das pálpebras, como evitar cigarro 30 dias antes da cirurgia e nos dois meses seguintes. O tabaco prejudica a microcirculação e piora o processo de cicatrização. É necessário também dormir de barriga para cima por duas semanas. Não é possível usar lentes de contato nos primeiros 15 dias pós-cirurgia.

O procedimento deve ser realizado por médico capacitado e, mesmo com todo o cuidado, ainda pode ocasionar problemas. Existe o risco de retirada excessiva da pele, o que faz com que o paciente sinta dificuldade para fechar os olhos ou ganhe um aspecto de olhar "arregalado", e assimetrias. Podem haver também os seguintes efeitos colaterais: hematomas, ressecamento dos olhos, inflamação ocular e, em casos mais graves, cegueira.

Novo caminho: Laser + Ultrassom

Caso o quadro não seja tão extremo, um novo tratamento combinado entra em cena trazendo bons resultados. "O laser erbium Yag é muito bom para o estímulo de colágeno, inclusive na região das pálpebras. E o ultrassom microfocado vai gerar micropontos de coagulação para uma retração no tecido muscular local. O resultado é uma melhor abertura ocular", diz a dermatologista Mirella Matos Ronchi, da Clínica Leger, do Rio de Janeiro.

A dermatologista Paola Pomerantzeff, de São Paulo, explica como funciona a primeira sessão do protocolo, que recebeu o nome de Look Up. "Após ter a pele limpa, o paciente passa para a aplicação de anestesia em creme. Após 30 minutos com o anestésico tópico, é feita a aplicação de um ultrassom microfocado", diz Paola. A especialista conta que o aparelho utiliza duas ponteiras, de 3 milímetros e 1,5 milímetros, para proporcionar um calor nas camadas mais profundas da pele, estimulando o novo colágeno e fortalecendo suas fibras mais antigas, para prevenir e tratar a flacidez local.

"Em seguida, iniciamos a aplicação do laser erbium Yag não ablativo fracionado, o que leva aproximadamente cinco minutos. Ele faz uma coagulação seletiva da derme, acarretando estímulo de colágeno e uma certa retração da pele", comenta a dermatologista. O ultrassom é feito em uma ou duas sessões, com intervalo de seis meses; dependendo do grau de flacidez. Já o laser é feito em três sessões, com intervalo de 30 dias.

O resultado, no entanto, não é imediato. Ele costuma aparecer a partir de 30 dias, já que ocorre por neocolagênese -- produção de novas fibras de colágeno. Tal laser não provoca tantas manchas ou marcas na pele, deixando apenas uma discreta vermelhidão e inchaço que, em 90% dos casos, desaparece em dois ou três dias.

"Sempre é bom frisar que pacientes que têm indicação de cirurgia de blefaroplastia não ficarão satisfeitos com o resultado. A flacidez irá diminuir, a textura da pele vai melhorar, porém, se o excesso de pele for demasiado, um bom resultado só mesmo com a cirurgia", completa Paola.

Look Up

O que é? Laser erbium Yag não ablativo fracionado e ultrassom microfocado para tratamento de pálpebras caídas.
Resultados esperados: Tratamento para retrair as pálpebras superiores e diminuir sua flacidez. Para as inferiores, melhora da textura e diminui linhas.
Contraindicações: Pacientes com indicação de cirurgia plástica e pessoas com lesões de pele na região.
Sessões: Uma ou duas de ultrassom, com intervalo de seis meses, e três de laser, com intervalo de 30 dias.
Manutenção: Anual.
Valor por sessão: A primeira (de ultrassom e laser) custa a partir de R$ 2.500. As demais sessões de laser custam a partir de R$ 1.200 e as de ultrassom, R$ 1.400.

Blefaroplastia

O que é? Cirurgia plástica para retirada de excesso da pele da região das pálpebras e ajustes na parte muscular e ligamentos.
Resultados esperados: Olhos com aspecto "menos caído", diminuição do excesso de pele e melhora na qualidade da visão, muitas vezes parcialmente comprometida pelo excesso de pele.
Duração: Até três horas.
Quantidade de sessões: Única.
Contraindicação: Pessoas com exames médicos pré-operatórios descompensados e pacientes que podem achar alternativas não cirúrgicas para amenizar o excesso de pele na região.
Manutenção: Não há.
Valor da sessão: A partir de R$ 3.000.

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