Europa lança foguete com satélite inovador que irá monitorar a saúde das florestas

O foguete europeu Vega-C decolou com sucesso nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (29) do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa. O objetivo da missão é colocar em órbita o inovador satélite Biomass, da Agência Espacial Europeia (ESA), que vai monitorar as florestas tropicais do planeta.

Eram 6h15 da manhã em Kourou. O sol mal tinha acabado de nascer e o barulho dos motores rompeu o silêncio. Em poucos segundo o foguete Vega-C decolou com sucesso, para alívio e muitos aplausos dos especialistas e controladores do Centro Espacial de Kourou, ou Porto Espacial Europeu.

Foram meses de trabalho para garantir o sucesso deste momento. O horário de 6h15 da manhã era a única janela de tiro possível nesta terça-feira. Qualquer imprevisto que atrasasse a missão, mesmo em um segundo, adiaria o lançamento.

O Vega-C, de fabricação 100% europeia, levava a bordo o inovador Biomass. Pouco menos de uma hora após o lançamento, o satélite foi colocado, como previsto, em órbita polar, sincronizada com o sol, a 666 quilômetros da Terra. Mais uma salva de palmas no centro de controle.

Entender o ciclo do carbono

A missão cientifica integra o programa de Observação da Terra da Agência Espacial Europeia. O satélite Biomass vai monitorar as florestas tropicais do planeta. Ele é equipado com uma antena sincronizada na Banda-P, que é uma frequência de ondas longas, capaz de penetrar as copas das árvores e estudar a composição das florestas até o solo. Essa é a primeira vez que um satélite utiliza essa tecnologia.

"É uma tecnologia inovadora, mas acima de tudo é uma tecnologia que pode nos dar informações muito importantes sobre tudo relacionado à qualidade da floresta em áreas e regiões tropicais. Não apenas a qualidade, mas a saúde das florestas", explica Simonetta Cheli, diretora dos Programas de Observação da Terra da ESA.

Para além da "dimensão", os cientistas terão dados sobre a altura das árvores e o tipo de vegetação que compõe as florestas tropicais. O objetivo é medir o volume de CO? estocado nesses biomas em todo o mundo e entender sua evolução. "É essencial termos parâmetros de informações importantes sobre tudo o que é relacionado ao ciclo do carbono e, portanto, ao clima em geral", indica Simonetta Cheli.

As florestas são consideradas "pulmões verdes da Terra" por sua capacidade de absorver oito trilhões de toneladas de CO? por ano. Com o desmatamento e as mudanças climáticas, o carbono estocado é liberado. Quantificar o ciclo global do carbono é essencial para entender melhor seus efeitos sobre o clima.

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Papel do Brasil

E por ser uma missão voltada para o olhar para as florestas em áreas tropicais, o Brasil terá um papel importante."Nesta missão de biomassa, o Brasil tem um papel específico no sentido de que temos a instalação de uma instalação, portanto, uma infraestrutura técnica em uma área onde temos. Teremos, portanto, uma espécie de antena que validará os dados que chegam do satélite ao solo", diz Cheli.

"Além disso, haverá equipes de terra que estarão presentes na floresta tropical para validar todos os dados que chegam do satélite ao solo. Essa colaboração começará antes da finalização da fase de Comissão, portanto, já em setembro e outubro, teremos uma campanha de validação de calibração porque essas campanhas também são feitas em preparação para o lançamento", conclui a cientista.

3 comentários

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Walmor Barbosa Martins Jr

Deveriam monitorar os 6 bilhões de africanos e asiáticos. 

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Arthur Eduardo Freitas Heinrich

"Nesta missão de biomassa, o Brasil tem um papel específico no sentido de que temos a instalação de uma instalação, portanto, uma infraestrutura técnica em uma área onde temos…". Que saudade da Dilma

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