Internet em risco: corte de cabos submarinos dispara alerta de OTAN e ONU

(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, o assunto é: Mistério no mar: o corte dos cabos de internet; Apple e Alibaba; DeepSeek x Qwen: quem vence?; A memória da IA: vem aí a 'economia da intenção')

Uma onda de cabos submarinos de internet sendo cortados começou a preocupar países europeus. O rompimento de um deles, que liga Finlândia e Alemanha, passou a levantar suspeitas de sabotagem.

Ainda que os incidentes estejam ocorrendo na Europa, o sinal de alerta foi acionado por organizações como ONU e OTAN. E o motivo é global: cabos submarinos transportam 95% da internet do planeta. E, como são cerca de 500, o corte de alguns deles pode não só causar um apagão, como levar a severos impactos econômicos e geopolíticos.

Outro dos cabos danificados fica no Mar Báltico e conecta Letônia e Suécia. A localização faz com que surjam os primeiros suspeitos. O novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, conta por que a autoria pela quebra dos cabos virou um novo mistério no mundo das telecomunicações.

À primeira vista, o primeiro candidato a sabotador na Europa é a Rússia, ainda mais porque o Mar Báltico -que separa esses países-- é uma saída importante de navios russos. Mas não se trata de navios certificados, e sim de uma frota fantasma. Navios que levam petróleo sem certificação e passam abaixo do radar, porque a Rússia está sob uma sanção desde o início da guerra com a Ucrânia
Helton Simões Gomes, colunista de Tilt

Os países afetados apontam a Rússia como principal suspeita. Sem citar nomes, Boris Pistorius, ministro da Defesa da Alemanha, afirmou ter sido uma "ação híbrida" de sabotagem.

Em comunicado, o governo da Suécia afirma que a situação deveria ser avaliada em meio à "crescente ameaça representada pela Rússia em nossa vizinhança como pano de fundo".

À luz dos incidentes recentes, como cabos de telecomunicações no mar Báltico foram danificados, após a investigação, a UE e os estados-membros devem fazer o melhor uso de seu mais novo regime de sanções para tal sabotagem de infraestrutura crítica
Laurynas Kasčiūnas, Ministro da Defesa Nacional da Suécia

O temor da Europa é uma reedição de ataques à infraestrutura de comunicação que ocorreram na Guerra Fria.

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O que estão especulando é uma reedição desses ataques contra a comunicação da Europa por meio desses navios que passam arrastando correntes e destroem os cabos submarinos
Helton Simões Gomes

O ICPC (Comitê Internacional para Proteção de Cabos, na sigla em inglês) acompanha de perto essa questão. Ao lado da UIT (União Internacional das Telecomunicações, da ONU), A organização reuniu em fevereiro deste ano governos e representantes da indústria de telecomunicações em Abuja, na Nigéria, para criar um internacional contra ataques aos cabos submarinos.

Apesar das suspeitas de sabotagem, a organização faz a ressalva de que os cabos podem ser danificados por diversos motivos, entre eles o tráfego de barcos de pesca ou mordidas de tubarão.

Contudo, não é tarefa simples romper os cabos, já que possuem 20 cm de diâmetro e podem pesar até 70 kg por metro.

No passado, governos e grandes empresas de telecomunicação eram os responsáveis pela malha de cabos submarinos. Atualmente, são as Big Tech que têm dinamizado o setor. Dona de Instagram, Facebook e WhatsApp, a Meta tem um ambicioso plano de construir um cabo de 50 mil quilômetros, que liga Estados Unidos, Índia, África do Sul, Brasil e outras regiões.

'Casamento' de Apple e Alibaba desafia Trump e cria dois Apple intelligence

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O Apple Intelligence, serviço de inteligência artificial da Apple, vai chegar aos iPhones chineses com a ajuda do Alibaba. O acordo foi confirmado depois de meses de negociações, realizadas paralelamente com Tencent, Baidu e ByteDance, dona do TikTok.

Deu Tilt explica as consequências da "união improvável" entre Apple e Alibaba. Para a dona do iPhone, o "casamento" foi um desafio ao ímpeto do presidente norte-americano Donald Trump para reunir nos Estados Unidos as grandes iniciativas tecnológicas e ao mesmo tempo um gesto de sobrevivência.

No último ano, a Apple caiu do posto de líder de vendas de smartphones na China e foi ultrapassada por Xiaomi e Huawei. Muitos analistas atribuem essa queda à falta de atratividade dos novos iPhones, que não dispõem do Apple Intelligence, a camada de serviços de inteligência artificial da empresa.

A gente começa a entender a IA como uma espécie de commodity. Para o resto do mundo o grande parceiro da Apple é a OpenAI, mas para a China não
Diogo Cortiz, colunista de Tilt

DeepSeek x Qwen: IA que bateu ChatGPT perde de lavada para chatbot do Alibaba

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O DeepSeek balançou o mundo da inteligência artificial por bater o ChatGPT custando uma fração do dinheiro investido pela OpenAI. Mas isso você já sabe.

O que o novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, conta é que há na China uma IA bem mais poderosa que o DeepSeek.

No quadro "Pergunte à IA", Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz promovem um embate entre o DeepSeek e o Qwen, IA do Alibaba. Spoiler: não deu bom para o terror das Big Tech americanas.

'Economia da intenção': IA usa memória para influenciar você mais do que redes sociais

As ferramentas de IA podem até não saber —ainda— o que você fez no verão passado. Mas elas conseguem lembrar da última conversa que vocês tiveram e usar isso em bate-papos futuros. Gemini, do Google, e ChatGPT, da OpenAI, já fazem isso.

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O que você não sabe é como os chatbots de IA podem explorar essa nova habilidade.

É isso que Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes contam no novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas. Se você ainda não conseguiu lidar com os efeitos da "economia da atenção", saiba que está nascendo a "economia da intenção".

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

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