Meteoro de lixo? Luzes no céu chamam atenção no Nordeste; veja vídeo
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Luzes foram vistas no céu na região do Nordeste brasileiro. Os registros foram feitos no estado de Alagoas e compartilhados na página do Instagram da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros.
No vídeo, três traços de luz aparecem caindo do céu. Um astrônomo ouvido por Tilt afirma que o fenômeno é lixo espacial.
O que aconteceu
Fenômeno é conhecido como meteoro artificial. "Todo fenômeno luminoso no céu é chamado de meteoro. Ele pode ter origem natural ou artificial. O evento ocorrido no Nordeste foi um meteoro artificial, resultado da reentrada de lixo espacial", afirma o astrônomo Marcelo De Cicco, membro efetivo da Sociedade Astronômica Brasileira a Tilt.
Velocidade baixa e trajetória indicam 'meteoro de lixo'. "As características observadas nos vídeos, como fragmentos espalhados, velocidade baixa e trajetória bem definida indicam que esse tipo de fenômeno é lixo espacial", explica o astrônomo.
Meteoros naturais são rápidos e curtos. De acordo com o astrônomo, meteoros costumam ser rápidos, brilhantes e de curta duração. Embora alguns, chamados bólidos, possam ser mais lentos e longos quando entram na atmosfera em um ângulo mais raso. "Já o lixo espacial sempre reentra de forma mais lenta e se fragmenta ao longo do processo", afirma.
Lixo espacial é comum? Tem riscos?
Reentrada de lixo espacial é relativamente comum. De acordo com Cicco, fenômeno acontece com frequência, mas geralmente ocorre sobre oceanos, especialmente na zona Nemo, no Pacífico. "Mas a reentrada pode ser caótica, o que pode levar fragmentos a caírem sobre áreas terrestres", afirma o astrônomo.
Frequência aumentou e visa evitar "engarrafamento de satélites". "Com mais satélites de empresas como SpaceX e Amazon, a reentrada se tornou mais comum para evitar que haja um engarrafamento", explica Cicco.
Impacto ambiental é uma preocupação. De acordo com o astrônomo, a reentrada libera substâncias químicas na alta atmosfera. "Órgãos ligados à ONU monitoram esses efeitos", afirma.
Probabilidade de ser atingido por lixo espacial é baixa. De acordo com o astrônomo, o risco de uma pessoa ser atingida é estimado em um para um bilhão. "No entanto, fragmentos podem cair em propriedades, como já ocorreu no Brasil", explica. "Caso isso aconteça, é recomendado não tocar no material, pois pode conter substâncias tóxicas, e acionar os bombeiros. Pelo direito espacial internacional, haveria direito a indenização, mas, na prática, nenhuma empresa espacial costuma pagar", continua.
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