Walter Salles elege os 10 melhores filmes de todos os tempos; um é nacional
Diretor de "Ainda Estou Aqui" (2024), "Central do Brasil" (1998), "Diários de Motocicleta" (2004) e "On The Road" (2012), Walter Salles, 68, elegeu os 10 melhores filmes da história ao votar no ranking da revista britânica Sight and Sound.
O que aconteceu
O veículo especializado divulga duas listas dedicadas à sétima arte a cada 10 anos. Uma delas é elaborada por 1.600 críticos de cinema. A outra é feita por 460 cineastas. Salles compôs o grupo de diretores votantes de 2022.
1º. "Era uma Vez em Tóquio" (1953). O longa escolhido por Walter Salles e que ocupa o 4º lugar do ranking Sight and Sound de 2022 retrata a história de um casal de idosos que vai a Tóquio visitar os filhos. Porém, são recebidos com desinteresse e desconsideração. A diferença cultural e o etarismo também são preponderantes, provocando uma intensa reflexão nos protagonistas ao retornarem para casa. Dirigido por Yasujiro Ozu, está disponível na Belas Artes À La Carte, Claro TV+.

2º. "A Paixão de Joana d'Arc" (1927). Foi o primeiro filme que aborda a trajetória da heroína francesa. O foco do diretor dinamarquês Carl Theodor Dreyer é retratar o intenso sofrimento interno da jovem diante das acusações e do desprezo tanto da Igreja Católica quanto de seus conterrâneos. Está disponível no Belas Artes À La Carte.
3º. "Sete Oportunidades" (1925). Dirigido, produzido e estrelado pelo ator Buster Keaton (1895-1966), um dos maiores astros da comédia do cinema mudo do século 20. Na trama Jimmy Shannon (Buster Keaton) é um corretor prestes a falir que precisa se casar em menos de 24 horas para conseguir herdar uma fortuna deixada por seu avô recém-falecido. Sob domínio público, disponível no YouTube.

4º. "Rastros de Ódio" (1956). Em 1868, Ethan Edwards, um veterano da Guerra Civil volta à terra natal e presencia a morte de seu irmão e sua cunhada, além do sequestro de suas sobrinhas. O protagonista inicia uma busca implacável por vingança no deserto, a qual dura anos. O protagonista é interpretado por ninguém menos do que John Wayne. Está disponível no Looke, Apple TV+, Youtube e Google Play, todos mediante locação.
5º. "Vidas Secas" (1963). Baseado no livro célebre de Graciliano Ramos, é um dos filmes que inauguraram o Cinema Novo no Brasil. Retrata a dura realidade de uma família de retirantes nordestinos, que vive sob as condições severas da seca e da pobreza, lutando pela sobrevivência em um sertão desolado, junto da cadela Baleia, espécie de elo afetivo na família. Dirigido por Nelson Pereira dos Santos, está disponível na Netflix, Globoplay e Telecine.

6º. "Profissão: Repórter" (1975). Dirigido por Michelangelo Antonioni, o filme narra a jornada de David Locke (Jack Nicholson), um jornalista insatisfeito com a vida que viaja a trabalho ao norte da África e, no hotel, acaba conhecendo um homem que se assemelha muito com ele. Quando este homem morre em circunstâncias misteriosas, o protagonista assume a identidade do falecido. O que ele não imaginava é que o morto traficava armas. Está disponível no canal Arte1 Premium, do Prime Video.
7º. "Memórias do Subdesenvolvimento" (1968). Filme cubano de Tomás Gutiérrez Alea, é considerado um marco do cinema latino-americano e uma das obras mais importantes do movimento Novo Cinema Latino-Americano. A história gira em torno de Sergio, que fica sozinho em Havana após sua esposa e seus pais migram para Miami nos primeiros meses da revolução de Fidel Castro. Sem se envolver de nenhuma forma com os acontecimentos, ele observa as transformações na cidade e no país. Não está em nenhum streaming

8º. "A Batalha de Argel" (1966). Dirigido por Gillo Pontecorvo, o longa ítalo-argelino narra fatos ocorridos durante a Guerra da Argélia (1954-1962), conflito crucial na história do país, representando uma luta de independência contra o domínio colonial francês. Foi vencedor do Festival de Veneza e indicado a três Oscars. Está disponível em Looke.
9º. "Acossado" (1960). Com direção do lendário Jean-Luc Godard. é um dos grandes ícones do movimento francês Nouvelle Vague. Baseia-se em história escrita por François Truffaut, na qual Michel Poiccard rouba um carro e assassina um policial. Em Paris, ele conhece a norte-americana Patrícia, por quem se apaixona. Enquanto foge da cadeia, tenta conquistar o coração da jovem. Está disponível no Globoplay, Mubi e Apple TV+, mediante locação.
10º. "Roma, Cidade Aberta" (1945). O título indica a data em que Roma foi declarada cidade aberta, deixando de atuar na defensiva durante a Segunda Guerra. O filme, dirigido por Roberto Rossellini, discorre sobre a perseguição feita ao líder da resistência Giorgio Manfredi pela Gestapo. Está disponível no Belas Artes À La Carte.

167 comentários
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.
Marcio Ricardo Mira
Puxa! Agora sei que não sei nada de cinema. Quantos filmes esse cara já viu na vida? Da lista só vi Profissão Repórter e li Vidas Secas do genial Graciliano Ramos. Muito respeito por Walter Sales.
Marcelo Alves de Oliveira
O bom de ser bilionário é falar qualquer groselha e o todos acharem o suprassumo.
Luis Henrique Waack Bambace
Não incluir ou citar Nelson Pereira dos Santos que dirigiu" Vidas Secas" assim como não informar quem dirigiu" Era Uma Vez em Tóquio", Iasujiro Ozu, são falhas muito graves. Foi preguiça de pesquisas? Reportagem foi feita por algum estagiário?