Mães, candidata com surdez e vitiligo: saiba como será o Miss Universo 2024

O México vai receber a 73ª final do Miss Universo, que celebra recordes após nova direção, adesão de mães e casadas e retirada do limite de idade de 28 anos. O Miss Universo é o concurso de beleza mais conhecido no Brasil.

O Miss Universo 2024 em números

Ao todo são esperadas 127 candidatas na final do concurso marcada para o próximo sábado (16), diretamente da Cidade do México. O Brasil é representado pela pernambucana Luana Cavalcante, a primeira mãe a vencer o Miss Brasil.

Número de competidoras engloba países e territórios. Um dos destaques é Cuba, que retorna ao concurso pela primeira vez desde 1967 com Marianela Ancheta.

Há ainda representantes da diáspora, como a persa. Ava Vahneshan, que nasceu no Irã e participou do The Voice Portugal, compete pelo seu país, que estreia no Miss Universo, com a faixa de Pérsia. Outros estreantes são: Macau, Macedônia do Norte, Maldivas, Bielorrússia, Somália e Emirados Árabes Unidos.

Miss Universo Pérsia (Irã) 2024, Ava Vahneshan
Miss Universo Pérsia (Irã) 2024, Ava Vahneshan Imagem: Reprodução/Instagram @avavahneshan

Recorde de participantes só foi possível após mudança de gestão. Até 2023, havia um limite de até 95 representantes, um teto estabelecido para ajudar na logística operacional, visto que há pessoas específicas responsáveis por cada candidata, hospedagem em hotel, capacidade de palco, entre outras questões.

Agora, toda mulher pode se inscrever, conforme as coordenações de seus países (a do Brasil exige altura mínima de 1,60m). "A Organização Miss Universo abriu leilões de franquias e muitos países se interessaram em enviar candidatas. A nova gerência removeu limites e, por isso, muitos países que antes eram rejeitados, puderam estrear ou voltar a concorrer", explica o historiador de concursos de beleza venezuelano Julio Rodriguez Matute para Splash.

Matute afirma que o aumento de competidoras não tem nada a ver com a adesão de mães e casadas e da retirada do limite de idade de 28 anos. Desde 2022 o concurso foi adquirido pela magnata tailandesa Anne Jakrajutatip, que divide o comando com o novo presidente do concurso, o empresário mexicano Raul Rocha Cantú.

Neste ano, as mães estão dominando. Elas passaram de duas representantes na edição de 2023 para 16 concorrentes no México: além do Brasil, também são mães as misses da Venezuela, Porto Rico, Malta, Países Baixos, Camboja, Nigéria, Zâmbia, Tanzânia, Emirados Árabes Unidos, Romênia, Bulgária, Egito, Honduras, Costa Rica e Armênia.

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Montagem de quatro das 16 mães: Miss Emirados Árabes Unidos, Emilia Dobreva; Miss Malta, Beatrice Njoya; Miss Venezuela, Ileana Márquez; Miss Porto Rico, Jennifer Colón
Montagem de quatro das 16 mães: Miss Emirados Árabes Unidos, Emilia Dobreva; Miss Malta, Beatrice Njoya; Miss Venezuela, Ileana Márquez; Miss Porto Rico, Jennifer Colón Imagem: Reprodução/Instagram

Apesar da quantidade de competidoras com filhos, ainda há dúvidas se o concurso aceitaria a responsabilidade de coroar uma delas. "A participação das mães mostra um aparente esforço por parte da organização internacional, porém ainda não está claro, na minha visão, que realmente o Miss Universo esteja preparado para coroar uma mãe", afirma a missóloga Izabela Garcia Barros, administradora do perfil Voz de Miss.

Uma possível vitória levanta questionamento por parte dos fãs dos concursos. "Não sabemos como seria na prática, pois temos muitas questões: A mãe vai ficar com o filho durante seu reinado como Miss Universo? O marido vai ficar com a mulher no mesmo apartamento da organização? São muitas questões", aponta o missólogo Lucas Sigarini, da página Road To Miss USA.

As participações de mães representam a oportunidade para todas as mulheres de viver seus sonhos de ser uma rainha. O Miss Universo não marca ninguém, qualquer uma das competidoras poderia ganhar o título e se uma das mães provar que é a melhor, então ganhará. O concurso está pronto para isso. Julio Rodriguez Matute


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Sem candidatas trans e plus size. Em 2023, três competidoras chamaram atenção: as misses Holanda e Portugal, as primeiras mulheres transgêneros a chegarem na final desde 2018; e a Miss Nepal, Jane Garrett, considerada de tamanho plus size, ainda que não vestisse números altos. Neste ano, a candidata de Trindade e Tobago é a única que foge do padrão magro das modelos, mas ainda apresenta um corpo magro.

Miss Universo Trindade e Tobago 2024, Jenelle Thongs
Miss Universo Trindade e Tobago 2024, Jenelle Thongs Imagem: Reprodução/Instagram @jenellethongs

A edição atual também é marcada por ineditismos, como a primeira candidata surda do concurso. A Miss África do Sul, Mia le Roux, é a responsável por essa marca. A Miss Filipinas, Chelsea Manalo, é a primeira filipina de ascendência africana a vencer o seu nacional, e a experiente portuguesa descendente de cabo-verdianos, Andreia Correia, é a primeira mulher negra a representar Portugal no Miss Universo. Há ainda a Miss Egito, Logina Salah, que tem vitiligo.

Miss Egito 2024, Logina Salah é seguida por 1,8 milhão de pessoas apenas no Instagram
Miss Egito 2024, Logina Salah é seguida por 1,8 milhão de pessoas apenas no Instagram Imagem: Duane Mendes/Reprodução/Instagram @loginasalah

A Miss Egito com vitiligo é sem dúvidas um dos acontecimentos do concurso esse ano, ela que também é mãe e ultrapassa a idade antes exigida pelo Miss Universo. Há dois anos atrás ela não poderia competir. Sigarini

Os destaques do concurso

Com atividades desde o final de outubro, as 127 candidatas são avaliadas em vários quesitos para garantir vaga no Top 30 e avançar na noite final. Dentre os critérios estão os desfiles em traje de banho, gala e típico na etapa preliminar realizada amanhã (14).

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A Miss Universe Brasil 2024, Luana Cavalcante
A Miss Universe Brasil 2024, Luana Cavalcante Imagem: Reprodução/Instagram @luacfarsoni

O Brasil é uma das fortes candidatas, eu acho que tem chances. Eu gosto muito do seu estilo. Outras destacam-se: Tailândia, Venezuela, Peru, Dinamarca, Finlândia, Rússia, Eslováquia, Nigéria e Zimbábue. Julio Rodriguez Matute

Miss Estados Unidos 2024, Alma Cooper
Miss Estados Unidos 2024, Alma Cooper Imagem: Reprodução/Instagram

Lucas Sigarini destaca a Miss EUA, Alma Cooper, que, segundo ele, mesmo com a ajuda mínima da organização, está fazendo boas aparições. "Ela não era favorita para ganhar o Miss EUA e acabou ganhando pois é uma mulher muito inteligente. É uma afro-latina que é oficial do Exército dos Estados Unidos".

Sigarini também tem suas apostas em outros continentes. Ele cita a Miss Dinamarca, Victoria Kjaer Theilvig, que disse abertamente ter sido vítima de abuso sexual e hoje em dia faz trabalhos de saúde mental com mulheres que tiveram experiências similares a dela. Zimbabwe, Nigéria, Filipinas e Tailândia são seus destaques na África e Ásia. Tudo dependerá também dos desempenhos na preliminar.

Confesso que quando foi anunciada a abertura [de mães e casadas eu] não vi com bons olhos, mas hoje acho uma grande conquista para as mulheres e torço muito para que uma mãe ganhe e, claro, que seja a Luana. Ela foi minha candidata no nacional, me ganhou pela sua elegância e doçura e gostaria de vê-la seguindo no concurso exatamente assim. Ela está indo muito bem e tem tudo pra chegar no Top 5. Zoraia Mustafé, secretária aposentada e fãs de concursos de miss.

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Miss Filipinas 2024, Chelsea Manalo, é destaque da Ásia e pode surpreender
Miss Filipinas 2024, Chelsea Manalo, é destaque da Ásia e pode surpreender Imagem: Reprodução/Instagram @manalochelsea

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