F1: Norris e Verstappen discordam após punição que deu pódio ao holandês

Lando Norris cruzou a linha de chegada do GP dos Estados Unidos na terceira colocação, atrás das Ferrari do vencedor Charles Leclerc e de Carlos Sainz, mas acabou em quarto lugar, perdendo mais três pontos para o líder do campeonato, Max Verstappen. Os comissários da F1 entenderam que ele levou vantagem ao sair da pista durante manobra de ultrapassagem em cima do holandês, nas voltas finais da corrida.

Norris vinha mais rápido, tendo pneus mais novos que Verstappen, e o pressionou por várias voltas até que os dois chegaram lado a lado na freada da curva 12, com o holandês por dentro. Ambos saíram da pista, com Norris conseguindo a ultrapassagem. Pouco tempo depois, saiu a decisão de que ele teria 5 segundos acrescidos ao seu tempo final por ter "saído da pista e ganhado vantagem".

É um tipo de decisão polêmica porque é impossível determinar se ele só fez a ultrapassagem porque saiu da pista, e se só saiu da pista porque Verstappen também não fez a curva. "Para mim, a questão que está incorreta é o que o Max fez, ele foi defender sua posição saindo da pista, o que não é correto. Ele saiu da pista ao se defender, cometeu um erro e ganhou com isso. Ao mesmo tempo, por causa disso, tive que sair da pista. É impossível para as pessoas saberem se eu poderia ter conseguido ficar na pista ou não.

Portanto, você não pode julgar esse tipo de coisa. Sinto que é bastante inconsistente com, digamos, o que aconteceu na Áustria, onde Max não foi penalizado e saiu da pista. Ele ganhou uma vantagem. Então acho que há, novamente, inconsistência, mas é difícil. Para mim, é apenas uma decisão precipitada", disse o britânico.

Esse tipo de lance é regido por um código de pilotagem, que vai mudando de acordo com discussões entre pilotos e a Federação Internacional de Automobilismo. Atualmente, existe uma ênfase em dar vantagem para o piloto que está na frente na tangência da curva, mas isso gera justamente esse tipo de problema: Verstappen tinha a curva porque estava à frente na tangência, e isso na prática permite que ele se defenda abrindo a curva ao máximo, como se o rival não estivesse ali.

Na "súmula" dos comissários de pista, essa é a justificativa: Norris não estava à frente de Verstappen na tangente e, por isso, não "tinha direito" de completar a manobra.

"Não pode ultrapassar por fora da pista. A mesma coisa aconteceu comigo em 2017. Perdi um pódio do mesmo jeito aqui", disse Verstappen. De fato, isso aconteceu, mas com uma diferença: o piloto que estava se defendendo na ocasião, Kimi Raikkonen, permaneceu dentro da pista.

Norris tinha a opção de devolver a posição e tentar ultrapassar novamente nas quatro voltas que ainda faltavam para o final da corrida, mas a avaliação da McLaren foi de que a saída de pista de Verstappen cancelaria o fato de a ultrapassagem ter sido feita por fora da pista.

O piloto britânico criticou os comissários por terem tomado a decisão no final da corrida. Não é incomum que, para julgar esse tipo de incidente nas voltas finais, os pilotos sejam ouvidos. Por outro lado, há uma pressão para que os comissários decidam rapidamente e evitem uma situação em que Norris receberia o troféu e depois Verstappen ficaria em terceiro.

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"Foi uma decisão precipitada, e eles não ouvem meu ponto de vista ou o da minha equipe ou o ponto de Max, o que não acho que seja a coisa mais correta", disse Norris, que lembrou da dificuldade de disputar posição com o agressivo Verstappen. "A questão é que, com Max, você tem que arriscar. As pessoas não entendem esse tipo de coisa. Com Max, você não pode simplesmente ficar indiferente."

Com o terceiro lugar e a vitória na sprint no sábado, Verstappen agora tem 57 pontos de vantagem com 146 pontos em jogo nas cinco últimas etapas da Fórmula 1. A próxima corrida será já no domingo (27), na Cidade do México.

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