Caixinha pede reforços no Santos: 'Não tenho varinha mágica'
O técnico Pedro Caixinha cobrou reforços no Santos após a derrota por 2 a 1 para o Palmeiras nesta quarta-feira (22), na Vila Belmiro.
O que aconteceu
Caixinha destacou a falta de opções no elenco do Santos. Ele quer novidades em pelo menos três posições.
O português pede meio-campistas, atacantes de velocidade e centroavante. A diretoria quer avançar nos próximos dias.
Além do sonho mais próximo de contar com Neymar, o Santos negocia com Deivid Washington, do Chelsea, e tenta superar a concorrência do Flamengo por Danilo. Há outras opções mantidas em sigilo.
Classificação e jogos
Todo o estádio pode meter pressão em mim, mas durante o jogo que apoiem os torcedores e que pressionem a mim. O trabalho desse grupo é fantástico. Acreditem que esse clube, infelizmente, tem sido muito maltratado. Não tenho varinha mágica, mas tenho muita vontade de vencer nesse projeto. Não vai ser amanhã, uma semana, mas nunca vou desistir e vou precisar de todos. Conhecem mais o passado da instituição que eu e, se não estivermos todos juntos e não confiarem no trabalho, não vamos alcançar nada. Se alcançarmos, vamos conquistar. Minha energia está totalmente focada nessa reação Pedro Caixinha
Veja outros trechos da entrevista coletiva de Caixinha
Descer a linha contra o Palmeiras / Hayner em outra função
"Estamos preparando a equipe para ter bloco mais alto. O Palmeiras usa a profundidade com seu goleiro. A equipe não entrou bem no jogo. Logo no primeiro lance saímos para pressionar e a defesa ficou. Dá uma sensação de "vou para frente, fico para trás", dá desequilíbrio e o Palmeiras chega. Queríamos criar momentos de pressão, não tem a ver com linhas altas ou não, mas ter momentos de pressão. Fizemos algumas vezes no primeiro tempo, não da forma agressiva como quero que façam, mas tendo em conta da defesa da profundidade. No primeiro tempo falhamos depois da segunda bola, eles ganhavam no meio-campo e ficavam à frente da última linha. Sem bola, poderíamos estar mais baixos e saber nesses momentos que precisávamos de bloco médio com agressividade. Palmeiras faz boas triangulações, no primeiro tempo muito no nosso lado direito e não conseguimos travar, compactar como equipe. O time no bloco médio precisa fechar espaço, se sacrificar. Hoje eu resumo de uma só maneira: jogar contra o Palmeiras precisa de muita competitividade. Palmeiras marcou de novo no último minuto. Não tivemos intensidade e fulgor, mas o jogo pedia muito mais competitividade. E competir não tem a ver com bloco alto, médio ou baixo, mas competir pelo jogo. Não fizemos isso, pensamos que poderíamos não fazer contra o Palmeiras e isso nos penalizou. Com bola, nos limitamos pela saída precoce do Thaciano. Estávamos bem, entendendo o jogo e saindo bem pela direita, desequilibrando com Thaciano e Soteldo ocupando o espaço entrelinhas. Entrou o Lucas [Braga], é um extremo que tínhamos para entrar, poderia ser o Miguelito com outras características e o Hayner entrou porque não temos mais opções de extremo, verticalidade. Ele tem muita capacidade física de pressionar e atacar espaço, fechando mais o corredor. Essa foi mais ou menos a história do jogo".
Rincón e Luca
"Não foi isso que influenciou o resultado. O Palmeiras tem a possibilidade de rodar a equipe jogo a jogo, com semanas largas para organizar o jogo. Tivemos o João Basso que saiu por estar esgotado novamente. Temos que ter algo mais de dentro. Entender a capacidade física, a vontade de competir com resultado a favor contra essa e qualquer equipe. Algo tem que vir de dentro na nossa entrega, no nosso sacrifício pelo jogo. Ainda não estamos nisso. Não quero ligação com o passado, quero cortar. Ligação da tribuna com o campo, a equipe ansiosa, presa, receosa? Isso notou-se no nosso jogar de alguns atletas, que sentem muito essa pressão. Estou aqui para apoiá-los. Acredito muito nesse projeto. Representar o Santos e sair daqui com derrota no último minuto é muito triste. Acreditem que vamos colocar o Santos onde merece. Precisamos de tempo, do esforço para outras opções na nossa equipe".
"Rincón nesses três jogos foi o mais regular do meio-campo. E é onde temos menos opções, intensas, rotativas, e com maior desgaste. Rincón não iniciou porque não jogava há muito tempo assim. Luan jogou 90 + 90 e não poderíamos desgastá-lo. E o Thaciano não estava em condições como vimos. É tudo isso que temos que encontrar, procurar soluções dentro do campo e já no próximo jogo dar uma resposta. As equipes grandes vencem essencialmente quando são postos à derrota. Independentemente das condições de recuperação, temos que ser seriamente competitivos para ganhar o próximo jogo".
Lucas Braga - entrou e saiu
"Foi parte técnica. Eu disse aqui desde o primeiro jogo sobre meu conhecimento do Paulistão. Quem tem mais tempo para treinar tem vantagem física no jogo. Uma vantagem de quem se prepara semana a semana, não temos essa possibilidade. Temos que continuar com nossas dinâmicas, correndo risco do desgaste. Não temos outras opções e precisamos ir em frente".
"Na primeira palestra eu disse que tinha histórico de substituição em 20 minutos. Podemos fazer cinco substituições em três pausas e não há regra sobre em quanto tempo podemos mexer. Ou que quem entra não pode sair. Vi que estava desequilibrado no meio-campo. Soteldo é muito bom jogador, mas é indisciplinado taticamente. Então temos que manter quem tem criatividade e equilibrar a equipe. Equilibrar foi colocar meio-campo a três com mais presença. Não tem a ver com o Lucas, com nenhum jogador, mas com tomada de decisão do banco para ajudar a equipe. Equilibramos diante do desequilíbrio evidente no meio-campo. Fruto da nossa criatividade, mas também da indisciplina tática".
Gols em bola parada
"Tem a ver com uma questão simples. Quando defendemos a nossa área, e treinamos desde o primeiro dia. Definimos coordenação e defesa da última zona do cruzamento. No jogo do Mirassol o Brazão faz grande defesa, foi idêntico ao gol da Ponte. E hoje sofremos outra vez. Temos que defender bola e adversário nessa zona, e estamos defendendo só a bola. É um comportamento que temos que trabalhar, melhorar, e os jogadores precisam entender. Vamos sofrer gols de maneira repetida nesse padrão".
Posições para reforços
"Jogadores precisam ter sacrifício mesmo em condições não tão boas. Deixamos de ter profundidade, criatividade, capacidade de defender por fora. No meio-campo temos praticamente três jogadores. É outra das situações. E depois precisamos avaliar a posição de 9. Começamos com o Luca de 17 anos, sentiu muito e é muito mais que aquilo. Sentimos muito mais do Wendel, não nos deu essa garantia. Temos praticamente as posições claras. Extremos, muita necessidade no meio-campo e na parte central do ataque".
Chermont
"Falei com ele e tive a clareza de dizer que se não estivéssemos iniciando um novo ciclo, gostaria de vê-lo na seleção. Conto com ele. Nossos laterais jogaram muito bem. Com 90 minutos jogados do Leo, JP vai jogar o próximo. Não é um problema, crítico, tudo é planejado. A justificativa para ficar é sobre o novo ciclo, Menino da Vila, projeção, e que gostaria de contar com ele nesse início de trabalho. Nem sempre joga, mas pode entrar e está em consideração. Nas laterais estamos muito bem servidos. Nossos dois laterais com Zé Ivaldo foram muito bem. Esses três, o João sentiu mais dificuldade e cansaço. Estiveram bem".
Barreal e Tiquinho / pressão
"Clubes grandes são e devem ser assim. Precisamos ter caráter dentro de campo e dar resposta digna. Temos que forjar esse caráter e trazer para nós uma equipe que crie orgulho. Seremos nós a puxar por eles e vamos criar essa unidade".
"Falei do centroavante, temos o Tiquinho e podemos ter mais uma ou duas peças. Um dessa função e um que pode fazer por dentro e por fora. Esperamos que isso aconteça. Há questões burocráticas que nos ultrapassam na questão do Tiquinho. Não temos o controle. Trabalhamos nisso todos os dias, o jogador quer participar. O Alvaro [Barreal] foi submetido a uma cirurgia dupla de hérnia inguinal. Faltam mais uns 10 dias para trabalhar com o grupo. Está no final da recuperação. Quando isso acontecer, será uma opção para jogar por fora e faz todo triângulo pela esquerda. O conhecimento que temos dele, intensidade, garra argentina. Faz três funções".
Pressão antes do novo clássico
"Temos que ter caráter para jogar em clube grande. Isso nota-se ainda mais no Brasil. É assim que tem que ser. Quem não tem caráter não pode estar em clube grande. Quem não consegue lidar, não pode estar em clube grande. Queremos que o torcedor seja um de nós, independentemente do resultado. Lutar por todas as bolas, ter comportamento competitivo. Tivemos no primeiro tempo contra o Mirassol, uma reação contra a Ponte Preta. Queremos prolongar o tempo e esse é meu trabalho. Estarei sempre aqui para defender nossos jogadores. Todos os jogadores que estão aqui querem defender o Santos, estando bem ou não tão bem. Todos representam o Santos. Peço mais uma vez, eu tenho condições. Todo o estádio pode meter pressão em mim, mas durante o jogo que apoiem os torcedores e que pressionem a mim. O trabalho desse grupo é fantástico. Acreditem que esse clube, infelizmente, tem sido muito maltratado. Não tenho varinha mágica, mas tenho muita vontade de vencer nesse projeto. Não vai ser amanhã, uma semana, mas nunca vou desistir e vou precisar de todos. Conhecem mais o passado da instituição que eu e, se não estivermos todos juntos e não confiarem no trabalho, não vamos alcançar nada. Se alcançarmos, vamos conquistar. Minha energia está totalmente focada nessa reação".
Gil
"Já falei do Gil, ele faz esforço tremendo, é um profissional incrível no dia a dia. Eu comecei a treinar em 2010 como principal, no União Leiria. De lá até hoje, todos os jogadores sem exceção souberam a minha opinião sobre o trabalho deles. E as minhas decisões cara a cara. Não são vocês que precisam saber, são eles. Não quero perder a minha coerência, minha frontalidade. Tomei decisões difíceis na carreira, com atletas de grande história fora do processo. É uma decisão técnica. Todos que fazem parte do processo sabem. Eu não tenho rede social, é uma benção. Meu pai que tem 74 anos perguntou quem é o Gil por ter Facebook. Eu não tenho. Não vou perder o meu foco. Tomo decisões com coerência, frontalidade. Intransigente com os direitos do clube. O Santos vai iniciar um novo ciclo, o processo demora um pouco mais do que pensávamos e sabemos onde queremos chegar".
Soteldo / meio-campo
"Há distância para a alta intensidade. Eles têm sido superiores a quase todos os jogos da Série B. Comparativamente com Red Bull, só em uma variável eles não bateram no primeiro jogo. Isso tem um preço. Todo estilo leva a uma adaptação. Tem que ser duradouro. Temos peças para rodar no meio, o pulmão da equipe? Não. Está totalmente ligado ao que pode ser a melhor criatividade e anarquismo de um jogador. Os virtuosos precisam ter liberdade. Mas para isso, precisa haver uma equipe equilibrada para permitir essa liberdade. Por isso não conseguimos ter ainda. O primeiro gol sai da uma transição. Por isso tenho que ter uma peça defensiva a mais. Perdemos a bola e deixamos três ou quatro à frente da linha da bola. É impensável. Temos que sustentar o jogo. Atacar mais as zonas altas para os jogadores criativos terem mais liberdade. Precisamos de mais peças para dar essa resposta".
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