'Organizada' aposta em brasileiros na Austrália para aumentar apoio na Copa

Presença certa nas últimas Copas do Mundo masculinas, o Movimento Verde Amarelo viajou à Austrália para apoiar a seleção feminina. Em menor número do que no Qatar, o grupo espera se unir com a comunidade brasileira no país para comandar as festas nas partidas.

Dificuldades e esquenta

O primeiro contato das jogadoras com o movimento foi na chegada ao hotel da delegação em Adelaide, antes da estreia na Copa. Um grupo de cerca de 40 pessoas estava reunido cantando.

No jogo com o Panamá, o MVA participou de uma concentração perto do estádio e levou faixas, bandeiras e instrumentos para comandar a festa antes, na caminhada até o local e durante a partida.

A organização, porém, foi com um grupo reduzido em relação ao número da Copa masculina.

De acordo com Duda Araújo, que faz parte da equipe, 10 pessoas foram para o Mundial feminino, enquanto no masculino o número chegou a 50. "Estamos puxando a comunidade brasileira na Austrália para somar e fazer a festa como costumamos fazer para a seleção masculina", contou ao UOL.

O MVA atribui a diferença a um incentivo que eles tiveram enquanto fãs com um programa feito para a Copa de 2022, algo que não se manteve para este ano. "Como na Austrália muita coisa foi por conta própria, viemos com uma equipe menor, mas que vai fazer barulho", disse.

No Qatar, a Fifa fez um movimento de "líderes de torcida" com a ideia de levar mais pessoas ao país. O MVA era o representante brasileiro e, portanto, teve ajuda da entidade. Alguns participantes apareceram, inclusive, no trailer oficial da Copa. O grupo também chegou a ir na partida de abertura para participar a convite da Fifa.

Campanha e organização

O grupo vai participar do "esquenta" até o estádio nas partidas que a seleção vai disputar. "Acreditamos muito que a torcida também joga".

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A torcida se notabilizou por ter criado na Copa de 2014 a música "mil gols", uma provocação aos argentinos e seu ídolo Diego Maradona. Desde então, acompanha o Brasil nas competições.

Depois de levar algumas músicas novas para as Copas de 2018 e 2022, o MVA também criou homenagem à Marta e colocou até um QR Code no esquenta para ajudar os brasileiros a conhecerem os gritos.

O grupo vai acompanhar o Brasil até o final da passagem pela Copa.

"Esse ano entramos com uma campanha forte de que Copa é Copa. Sabendo sobre preconceito e toda falta de visibilidade que existe fora do futebol feminino, tudo que fizemos no Qatar queremos repetir. Mostrar que futebol é futebol e tem força", comentou Duda.

"Como o número de pessoas que vieram da organização é bem menor do que o do Qatar, por exemplo, tivemos de trazer materiais em uma quantidade menor. Distribuiu na mala de cada um, pedir para quem estava vindo. Um desafio grande que temos é não ser uma cidade só, então precisamos transportar bandeira, faixa, camisa. Acabamos tendo de gastar um pouco mais com mala, mas é essencial", completou.

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Jogadoras celebram

A recepção e carinho da torcida deixaram as atletas felizes.

No hotel, várias delas registraram os cantos dos brasileiros, inclusive a técnica Pia Sundhage, que teve o nome cantado.

Após a partida, a lateral-esquerda Tamires valorizou o apoio e o aumento da presença não só da torcida, mas também da mídia e quem acompanha o Mundial do Brasil.

"A gente sabe o quão especial está sendo tudo isso. Atravessar o mundo não é fácil, vocês vieram, muitos brasileiros aqui também. Sentimos o carinho, o quanto estamos juntas. As atletas, os jornalistas, pessoas que ficaram no Brasil acordando cedo para estar com a gente", afirmou.

"É muita coisa. Talvez não tenhamos essa dimensão hoje. Mas lá na frente, quando parar e olhar o que foi e o que será, vamos ver a construção gigantesca de um legado de coisas incríveis", completou.

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