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Botafogo muda postura e fecha porta para intermediários para reduzir custos

Durcesio Mello, presidente do Botafogo, diretor de Futebol Eduardo Freeland, e vice Vinicius Assumpção - Vítor Silva/Botafogo
Durcesio Mello, presidente do Botafogo, diretor de Futebol Eduardo Freeland, e vice Vinicius Assumpção Imagem: Vítor Silva/Botafogo

Alexandre Araújo e Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

27/04/2021 04h00

No mercado da bola por reforços para o elenco, o Botafogo tem procurado adotar processos de contratação que gerem menos custos, uma vez que o clube atravessa grave crise financeira. Para isso, a diretoria objetiva contatos mais diretos com os jogadores, evitando intermediários e, consequentemente, o pagamento de comissões. A questão, inclusive, já vinha sendo debatida internamente e ganhou força durante a reformulação do departamento de futebol.

Durante a transição da gestão, chamou a atenção os valores pagos a profissionais que mediaram a ligação de atletas com o Alvinegro. O trâmite é comum no mundo do futebol, mas a avaliação foi de que as quantias não estavam dentro da realidade financeira do clube.

Além da questão orçamentária, a ideia é também caminhar com cautela nas negociações, evitando vazamentos precoces que possam gerar pressão da torcida. Tal ponto, inclusive, já havia sido citado pelo diretor de futebol Eduardo Freeland na apresentação, ainda em janeiro. Na ocasião, ele disse que o "torcedor é a razão de existir do clube, mas é fundamental, também, a gente ter uma análise fria e criteriosa de toda decisão que a gente vai tomar".

Em carta publicada ontem (26), no site oficial do Botafogo, o CEO Jorge Braga, ao comentar sobre a reformulação, apontou que há "mudança radical de práticas amadoras", mas indicou que o Alvinegro vai fazer "sacrifício financeiro desproporcional à realidade do clube, mas fundamental para termos chance de subir" para a Série A do Campeonato Brasileiro.

Após fraco começo de temporada, com eliminações na Copa do Brasil e no Campeonato Carioca, diretoria e comissão técnica estiveram pressionadas. A goleada sobre o Macaé no último domingo, no encerramento da Taça Guanabara, ajudou a renovar os ares em General Severiano, mas ainda não foi o suficiente para convencer os torcedores.

A reestruturação também tem reflexos no elenco, com grande volume de saídas e chegadas. Até aqui, foram 12 contratações e ainda há mais a serem feitas — há avaliações por centroavante e lateral-direito.

Andamento da S.A.

O presidente Durcesio Mello, que é entusiasta da transformação do departamento de futebol em S.A., comentou o andamento do projeto. Através de breve comunicado, o mandatário disse que o planejamento está sendo "conduzido com o máximo de responsabilidade" e que o Alvinegro "não pode mais errar".

Aprovado em dezembro de 2019, o projeto da S.A. esbarrou em alguns obstáculos e não se concretizou no decorrer de 2020, frustrando diretoria e torcedores.

"O projeto da Botafogo S/A está sendo conduzido com o máximo de responsabilidade, com a seriedade e a importância adequadas. Já houve diversas tentativas ao longo do último um ano e meio em projetos apresentados e não podemos mais errar", disse Durcesio, que completou:

"Está sendo realizada uma análise bastante criteriosa da última versão apresentada, que envolvem o CEO Jorge Braga e escritórios de advocacia externos. Esse projeto tem que sair perfeito, até porque tem uma questão regulatória muito importante para que o modelo desperte toda a segurança ao investidor."

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