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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Após City, grupo dono do Liverpool também estuda compra de clube no Brasil

Mohamed Salah é o principal astro do Liverpool, time do Fenway - Mario Hommes/DeFodi Images via Getty Images
Mohamed Salah é o principal astro do Liverpool, time do Fenway Imagem: Mario Hommes/DeFodi Images via Getty Images

12/03/2022 04h00

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O City Group, em negociações com Atlético-MG e Bahia, não é o único investidor de um gigante do primeiro escalão do futebol europeu que está interessado em expandir sua atuação para o Brasil.

O "Blog do Rafael Reis" apurou que o fundo norte-americano Fenway Sports Group também está estudando a possibilidade de comprar uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol) de algum clube do país pentacampeão mundial.

O FSG é uma das maiores holdings esportivas do mundo e possui time de beisebol (Boston Red Sox) e de hóquei no gelo (Pittsburgh Penguins). No futebol, sua atuação por enquanto está limitada ao Liverpool, atual vice-líder do Campeonato Inglês.

O conglomerado também administra as questões comerciais e de marketing ligadas à carreira do astro do basquete LeBron James (Los Angeles Lakers), quatro vezes campeão da NBA e dono de duas medalhas de ouro olímpicas. O jogador do Los Angeles Lakers é um dos vários acionistas da empresa.

Como a entrada da Fenway no futebol brasileiro é algo embrionário, que está em fase de estudos, ainda não existe nenhuma negociação mais substancial em andamento com algum time nacional.

O que se sabe até o momento é que o grupo não tem a intenção de comprar apenas um clube no Brasil para garimpar jogadores no cenário local e lucrar com a venda deles para a Europa (talvez para o próprio Liverpool).

O fundo norte-americano, caso realmente concretize sua vinda ao "país do futebol", gostaria de montar uma equipe para brigar pelos títulos mais importantes e também faturar com premiações e merchandising. Por isso, a preferência é a compra de um clube que já esteja na Série A e seja minimamente bem estruturado.

Recentemente, o nome da Fenway foi apresentado como um dos candidatos a comprar a SAF do Cruzeiro, que acabou sendo adquiria pelo ex-atacante Ronaldo Fenômeno. No entanto, o grupo não participou efetivamente desse processo e jamais apresentou uma proposta pela equipe mineira.

Athletico-PR e Fortaleza também já foram apontados como possíveis alvos do conglomerado. Mas, como a vinda dele para o Brasil ainda não passa de uma possibilidade discutida e analisada por seus diretores e acionistas, não houve ofertas e nem mesmo promessas mais formais feitas a esses clubes.

A Fenway é acionista majoritária do Liverpool desde 2010. Foi durante sua gestão que o clube encerrou o jejum de três décadas sem ser campeão inglês (2020) e chegou duas vezes à final da Liga dos Campeões da Europa (foi campeão em 2019 e vice no ano anterior).

Até o momento, somente três dos 12 times tradicionalmente chamados de "grandes" do futebol brasileiro já aderiram ao modelo das SAFs e venderam o controle dos seus departamentos de futebol para investidores.

Só que nenhum deles foi para as mãos de um empresário/conglomerado que dirige um time da prateleira de cima da Europa. Quem dirige o Cruzeiro é Ronaldo, dono do Valladolid, da Segunda Divisão espanhola. O dono do Botafogo é John Textor, do Crystal Palace, equipe de meio de tabela da Inglaterra. E o do Vasco, o fundo 777 Partners, do Genoa, vice-lanterna do Italiano.

Já o Liverpool, que pertence ao Fenway, está na briga com o Manchester City, do City Group, pela liderança da Premier League inglesa. A diferença entre eles no começo da rodada deste fim de semana é de apenas seis pontos (69 a 63), mas os Reds ainda podem encurtá-la, já que têm uma partida a menos.

A equipe dirigida por Jürgen Klopp também continua viva na Champions. Na última terça-feira (8), obteve a classificação às quartas de final da competição continental, apesar de ter sido derrotada por 1 a 0 pela Inter de Milão.