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Rafael Reis

Por pandemia, ex-Chelsea quer Europa com calendário do futebol brasileiro

André Villas-Boas, técnico do Olympique de Marselha - Divulgação
André Villas-Boas, técnico do Olympique de Marselha Imagem: Divulgação

01/04/2020 04h20

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O técnico português André Villas-Boas, que já dirigiu Chelsea, Tottenham e Inter de Milão, tem uma proposta para o futebol europeu superar a crise vivida em decorrência da pandemia do novo coronavírus (covid-19) conseguir terminar a temporada 2019/2020.

E a ideia apresentada pelo atual comandante do Olympique de Marselha é inspirada naquilo que já acontece Brasil.

Em entrevista à rádio francesa RMC, Villas-Boas defendeu que a atual temporada, que está paralisada em virtude da proliferação do vírus, seja estendida até novembro/dezembro e que as principais ligas da Europa adotem um calendário anual até a Copa do Mundo do Qatar.

"A partir de 2021, começaríamos uma nova temporada que coincidiria com o ano civil [de janeiro a dezembro]. Assim, disputaríamos o Mundial de 2022 só depois do fim dos campeonatos nacionais", disse o treinador.

A utilização do "calendário brasileiro" pelo futebol europeu até 2022 tem um motivo claro. A próxima Copa não será disputada no meio do ano, como normalmente ocorre, mas sim entre novembro e dezembro.

Ou seja, a menos que a proposta de Villas-Boas seja adotada, ela será disputada no meio da temporada dos principais campeonatos do Velho Continente, e não no período tradicional de suas férias.

A ideia pregada pelo treinador português, que já teve um flerte do São Paulo para vir trabalhar no Brasil, é que a Europa use o calendário anual apenas até a Copa-2022 e que depois retome, aos poucos, sua vida normal.

"Depois do Mundial, talvez precisássemos de mais uns dois anos de adaptação para retomar o calendário que usamos atualmente", afirmou.

Villas-Boas ainda defendeu que todas as competições que foram paralisadas em virtude da covid-19 precisam ser disputadas até o fim, mas apenas quando os jogos de futebol voltarem a ser possíveis. Por isso, o plano de estender a temporada até o fim do ano.

"Para a saúde econômica dos clubes, é preciso concluir os campeonatos, apesar de isso ser secundário no momento. O mais importante agora é a saúde", declarou.

Os principais campeonatos nacionais da Europa, assim como a Liga dos Campeões, foram paralisados na primeira quinzena de março e ainda não definiram como (ou se haverá) reposição de datas.

Isso vale também para a França, país onde Villas-Boas trabalha desde o início da temporada. O Olympique de Marselha é o vice-líder da Ligue 1, com 56 pontos, 12 a menos que o Paris Saint-Germain, clube mais poderoso do país e primeiro colocado na tabela.

A pandemia do coronavírus começou mais ou menos na virada do ano e já se espalhou por todos os continentes. Até ontem, a OMS (Organização Mundial de Saúde) confirmava cerca de 750 mil casos da doença em quase todos os países. Os mortos superavam a casa dos 36 mil.