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Cerveja na Copa: Fifa ofereceu duas opções ao Qatar e achou que uma valia
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A Fifa ofereceu há alguns meses duas opões ao governo do Qatar para venda de cerveja com álcool nos oito estádios que receberão jogos da Copa do Mundo. Nenhuma foi aceita, mas a decisão só foi anunciada nesta sexta, a dois dias da abertura — Qatar e Equador se enfrentam no domingo, às 13h de Brasília.
A primeira ideia era de que só se permitiria que um torcedor comprasse cerveja antes e depois do jogo, não durante os 90 minutos, e que fosse proibido que ele levasse a bebida até o assento. O acesso e o consumo ocorreriam em setores designados, incluindo as áreas de hospitalidade, que prometem pacotes caríssimos com comidas e bebidas à vontade. Essa opção, apurou a coluna, foi rechaçada em julho pelo comitê organizador, que não queria venda com álcool ao público em geral dentro das arenas.
A segunda possibilidade, mais restritiva, mas que também serviria à Fifa e a patrocinadores, previa os torcedores comprando apenas em setores designados nos arredores do estádio, antes e depois do confronto (e também com horários limitados). Foi essa a versão que a Fifa imaginou estar valendo e que foi divulgada inclusive no manual dos estádios para os fãs que viajam ao Qatar.
Por isso a surpresa de membros da Fifa com a proibição de cerveja com álcool no perímetro dos estádios: haverá a bebida apenas na Fan Fest oficial, com horários restritos e a R$ 75 um copo de meio litro, e em áreas VIPs em que não há venda, mas inclusão em pacotes caríssimos. A federação internacional tem como um dos principais patrocinadores a Budweiser, marca da empresa AB InBev. Em nota, a Fifa agradeceu a "compreensão" da empresa, mas já há relatos de descontentamento, como mostrou o UOL Esporte.
Em 2014, na Copa realizada no Brasil, estados que restringem o álcool nos estádios para combater a violência abriram exceções em suas leis, a pedido da Fifa. Em 2018, na Rússia, o código de conduta do estádio liberava álcool para maiores de idade, mas pedia consumo moderado.
Desde 2010, quando o Qatar foi escolhido como sede, havia dúvidas de como seria o consumo de álcool durante o Mundial. Esta será a primeira Copa em um país que não proíbe totalmente, mas tem restrições severas às bebidas alcoólicas - há veto de beber em locais públicos, como estádios de futebol. Turistas conseguem comprar em hotéis e a preços bem altos.
Assista ao documentário "A Convite do Qatar: a visão feminina sobre as restrições no país da Copa"
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