Desmanche do Botafogo não tem relação com SAFs, e sim com Multi Clubes
Não parece justo atribuir as saídas do técnico Artur Jorge e de jogadores campeões da Libertadores como Luiz Henrique, Almada, Adryelson, Tchê Tchê e Marçal ao modelo de Sociedades Anônimas do Futebol (SAF).
O Botafogo é a primeira SAF a conquistar o Brasileiro, a primeira a vencer a Libertadores, e, em outros momentos, campeões passaram por desmanches.
O Corinthians, de 2015, é o melhor exemplo. Em janeiro de 2016, teve de negociar Malcolm, Felipe, Jádson, Ralf, Renato Augusto, Vagner Love, Gil e Edu Dracena.
O Botafogo poderia passar por experiência semelhante sendo ou não sendo SAF.
Três das negociações do Botafogo têm relação com outro fenômeno recente do futebol brasileiro, não as SAFs, mas as sociedades denominadas multi clubs ownerships (MCO).
O Botafogo pertence ao grupo Eagle, de John Textor, sócio também do Lyon, Crystal Palace e Molenbeek. As transferências de Luiz Henrique, Almada e Adryelson têm relação com o Lyon.
No caso de Luiz Henrique, independentemente de salvar ou não as contas do clube francês, motiva a transferência a cláusula contratual que permite ao atacante transferir-se para o Lyon durante a vigência de seu contrato de cinco anos.
SAFs, no Brasil, SADs, em Portugal e Espanha onde são chamadas de Sociedad Anónima Deportiva, compram, vendem, têm sucessos e fracassos. O Atlético de Madri comprou João Félix por 126 milhões de euros e vendeu ao Chelsea por 57.
O fenômeno que precisará ser disciplinado pela Fifa é o das Multi Clubs Ownerships.
28 comentários
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José Carlos Arruda Junior
Óbvio que o colunista não releu o próprio texto, pois no primeiro parágrafo contradiz o todo. O modelo é falho na medida em que permite multiclubes comprar SAF no Brasil.
Rodrigo Mendes Oliveira
Se as SAFs permitem o modelo MCO, é possível enteder que elas podem ser o motivo do desmanche do Botafogo.
Wagner Alves Moreira
Para ficar mais fácil de entender, são clubes barriga de aluguel