Quem tem medo de Luciano e quem tem medo de Zubeldía
A resposta de Luis Zubeldía à pergunta sobre as razões para colocar Luciano no banco não foi ruim. "Sugestão: não tenha medo de jogador." Antes, o técnico argentino optou por entrevistar o repórter: "Você não tiraria o Luciano?" Ainda que o jornalista tenha se sentido confortável em responder, e explicou que o camisa 10 é um jogador de personalidade, não precisaria dar ao treinador a réplica solicitada. A entrevista é com o técnico, não com o repórter.
Só era relevante, naquele contexto, saber por que o técnico optou por William Gomes em vez de Luciano, como este blog antecipou na terça-feira.
A pergunta sobre Luciano ganha importância, não por ele ser um jogador "de personalidade", eufemismo para reclamão, mas por ser o artilheiro do time no ano, com 14 gols, um a mais do que Calleri. E porque seguia na equipe, apesar de ter jogado mal as últimas partidas. Especialmente contra o Atlético, quando permaneceu em campo até o último instante, embora com péssima atuação e cansado, a ponto de cometer a falta que resultou no gol de Battaglia, do Atlético, e da eliminação do São Paulo.
Zubeldia não tirou Luciano daquela partida por medo. Tirou por esperança. Por acreditar que o artilheiro da equipe no ano seria capaz de fazer algo positivo, em vez da falta que causou a desclassificação.
O argentino é bom técnico. Por vezes, parece querer ser desafiador, como se fosse parte de seu personagem: "Por quê? Você não tiraria o Luciano?" Respostas: 1. A entrevista com o técnico do São Paulo; 2. O jornalista não tem medo e tiraria muito antes.
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