Williams lança pintura em Nova York e vive 'missão' de segurar Alex Albon
Quem diria que a Williams faria o lançamento de sua pintura para a temporada 2024 da Fórmula 1 em plena 5ª Avenida em Nova York, depois de anos sofrendo no fundo do pelotão? A equipe vem em franca ascensão dentro e fora das pistas, em uma combinação entre o investimento trazido pelo fundo norte-americano que comprou o time em 2020, a implementação de novos processos e mentalidade por parte do chefe James Vowles, vindo da Mercedes, e as ótimas performances de Alex Albon na pista.
Não coincidentemente, o assunto no lançamento, que aconteceu na loja da nova parceira Puma, não poderia ser outro: essa evolução da equipe será suficiente para manter Albon em Grove a médio prazo? O tailandês rapidamente se tornou um dos nomes mais fortes do mercado de pilotos, mas Vowles colocou sua permanência como uma das prioridades.
History made. History in the making.
-- Williams Racing (@WilliamsRacing) February 5, 2024
Introducing the FW46 livery pic.twitter.com/hH1SPF3RPY
A questão é quanto tempo Albon vai esperar. Vowles conseguiu uma vitória importante em 2023, a liberação de um orçamento maior para equipes do porte da Williams atualizarem suas fábricas dentro do teto de gastos. A partir de 2024, há três níveis de investimento permitidos e a Williams está no grupo que pode gastar mais com infraestrutura: 65 milhões de dólares em um período de 4 anos (que começou em 2021) e 56 milhões entre 2025 e 2028. É quase 35% a mais do que os times grandes podem investir.
Essa é uma notícia especialmente importante para a Williams porque o time passou os últimos 20 anos focado na sobrevivência enquanto sua estrutura ia ficando cada vez mais obsoleta. Eles até retornaram a frequentar o pódio em 2014, no começo da era híbrida, tamanha a vantagem do motor Mercedes, mas depois caíram novamente.
Quando Vowles assumiu a equipe, no começo de 2023, eles tinham sido lanternas no campeonato anterior, dependendo totalmente de Albon para pontuar cinco vezes. Em 2023, a história se repetiu de certa maneira, com Albon ficando entre os dez primeiros em sete oportunidades, enquanto o novato companheiro Logan Sargeant ainda se adaptava e misturava lampejos de velocidade com erros.
Mas houve uma diferença importante ano passado: Albon teve dois sétimos e dois oitavos lugares, o que ajudou a Williams a subir de última para sétima colocada no campeonato. Foram resultados obtidos ou em pistas mais velozes ou em finais de semana complicados em termos de condição climática, então vindos em parte da característica do carro, rápido nas retas, e em parte das performances de Albon. Em Zandvoort, por exemplo, ele aguentou na pista com o mesmo jogo de pneus enquanto as condições mudavam, parou menos vezes que os rivais, e foi oitavo em uma pista na qual, em teoria, a Williams não iria tão bem.
Para 2024, no entanto, a Williams não está apostando na mesma receita de ter um carro muito bom em um tipo de circuito, e muito ruim em pistas mais lentas. A ideia de Vowles é equilibrar o projeto, mesmo que isso signifique uma pequena queda em 2024 para voltar a crescer em 2025. Até porque, da maneira como a Williams está no momento, o limite é claro e já foi alcançado ano passado. Eles ficaram em sétimo lugar com 28 pontos, quase 100 pontos atrás da Alpine, sexta no campeonato.
E a Williams não é a única nessa zona do pelotão que está se fortalecendo. Existe uma grande expectativa em relação ao desempenho da ex-AlphaTauri, atual V-CARB, em 2024. E a possibilidade da atual Kick Sauber e futura Audi crescer a médio prazo. Até porque são equipes que têm o mesmo potencial de investimento da Williams com a nova regra que Vowles lutou para colocar em prática.
Há sinais positivos. Vowles conseguiu atrair o experiente Pat Fry para atuar como chefe da parte técnica. Mas ele mesmo reconhece que as maiores atualizações têm que ser feitas no maquinário da fábrica. E isso não é algo que dá resultado de uma hora para a outra. No entanto, tanto Albon, quanto Sargeant disseram durante o lançamento que o carro parece mais fácil de pilotar do que o do ano passado. Pelo menos é o que eles sentem no simulador, uma vez que eles só vão para a pista no final do mês, na pré-temporada. Um dos problemas do ano passado era a imprevisibilidade do carro, e a impressão dos pilotos é que isso foi superado.
O que dá para ver é o aumento do número de parceiros comerciais. E até por isso o lançamento foi feito em Nova York, com um carro de 2023 com a pintura atualizada sendo colocado no meio da loja da nova patrocinadora Puma. Mas eles não são os únicos a ganhar espaço em um carro que estava praticamente sem patrocínios em 2020.
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